terça-feira, 29 de dezembro de 2009

O retorno...


Após alguns dias sem conseguir ter uma conexão decente ou ter acesso a internet, conseguimos realizar a tranferência de nosso "antigo" plano para a atual residência. Tudo porque o atual apartamento não tinha linha de telefone e o processo demorou...
De qualquer forma, eu gostaria de atualizar os fatos...
Tive um intervalo forçado nos treinos pois a piscina que nado fechou no dia 24/12 às 18.00 e voltará somente no dia 02/01...mas o resto continua tudo na mesma.
O clima aqui mudou um pouco de muito quente sem chuvas para quente com muitas chuvas, desde o dia 20/12. A umidade alta neste período do ano por aqui é outro fator bem interessante.
Passamos nosso natal na casa de amigos: um casal de iranianos, um koreano e um autraliano. A comida foi iraniana, bem diferente dos padrões natalinos os quais estávamos acostumados, pois tinha carne gado cozida com algumas ervas, arroz branco com alçafrão, espetinhos de tomates cereja com queijo e alguns vegetais. Eles não tem este tipo de comemoração, então fizeram uma janta normal. Aprendi várias coisas a respeito das comemorações por aqui...por exemplo: os australianos comemoram o Natal com um almoco no dia 25/12. A janta é normal no dia 24/12 como qualquer outro dia. Os presentes são abertos no final da tarde do dia 25/12 e não depois da meia-noite, como fazíamos aí em POA. E ainda tem um tal de "boxing day", que teoricamente é feriado ou uma pausa das atividades normais. Neste dia todas as lojas fazem promoções de até 70% de desconto!!! Até a 2XU (loja de roupas para triathlon) que é sempre muito cara estava oferecendo até 40%!!! E nós não exitamos em pelo menos sair e procurar alguma coisa...fomos até uma loja de eletros e compramos uma máquina de café espresso e um ferro de passar por preços muito baixos! Ainda no campo das compras, na semana passada após mais de dois meses pesquisando um preço bom por uma roupa de borracha (em Fevereiro tem uma competição em que precisarei...), consegui achar um ótimo preço, com uma boa marca (Speedo) e melhor, sem ter que encomendar ou comprar pela internet, pois a loja é bem perto aqui de casa.
São estas as nossas novidades por enquanto, e para os que não tem acesso ao meu orkut ou facebook, desejo a todos um feliz ano novo cheio de trabalho, reconhecimentos, saúde, amizades verdadeiras, amores (também verdadeiros), projetos realizados (para isto tem que planejar, né?) e vitórias usando as experiências adquiridas em nossas derrotas, mas principalmente nas dos outros (muito melhor)!
GRANDE ABRAÇO FELIZ 2010!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Raby Bay e novidades...


No último final de semana atuei como árbitro de triathlon em um famoso circuito daqui de Queensland, o Gatorade Tri Series, em Raby Bay (25km de Brisbane).
Inicialmente fiquei na transição das crianças fazendo o "check-in" (conferência dos equipamentos). Isso mesmo era uma transição separada somente para "triatletas" de até 12 anos, e tinha mais de 100. E tem gente que ainda não entende porque alguns países não desenvolvem determinados esportes...a renovação começa na base, e não esperando que apareçam atletas prontos em alguns poucos anos para uma medíocre participação olímpica.
Saindo do discurso político e voltando para a prova.
Após cuidarmos da transição dos pequenos, ajudando e organizando a área, fui para a transição principal. Aproximadamente 1000 bicicletas enfileiradas nos cavaletes e de tempos em tempos eu ouvia a corneta de mais uma largada.
Esta competição foi bem organizada (melhor do que a competição que eu participei), abrindo a transição às 5.15, e com a primeira largada às 6.47. Como não havia vácuo no ciclismo todas as bikes estavam liberadas.
Fiquei o tempo todo na entrada e saída para o ciclismo somente controlando se as regras do capacete estavam sendo seguidas e mostrando o caminho para quem saia ou entrava, tudo muito tranquilo. Só para ter uma idéia: mais de 800 atletas finalizaram a prova que teve o final da etapa do ciclismo exatamente às 10.00, e com isso parte do trânsito foi liberado. Outra coisa muito boa foi que a organização foi feita por uma empresa, e não pelo Triathlon Queensland, e por isso nosso trabalho foi somente até a chegada do último atleta do ciclismo. Assim, o check-out, ou a liberação de todo equipamento que estava na transição foi liberado pela empresa organizadora e não por nós. Mas é bem por aí, nossa tarefa era de árbitro, e acabando nosso trabalho, todos estavam liberados.
Novidades...
Comecei a treinar ciclismo em um grupo chamado Activ Cycle. Este grupo tem uma sede em que uma vez por semana temos uma sessão de Computrainer, em que fazemos uns 60 minutos de treino intervalado. As outras quatro sessões são na rua, sendo que a de quinta-feira, também de treino intervalado em subidas. Eu me inscrevi no grupo de nível intermediário e estou achando muito bom. É claro que eu precisarei um tempo para me adaptar, mas com apenas dois treinos acho que não vai demorar muito. A segunda sessão foi hoje e o grupo era composto por dez atletas, sendo metade mulheres. Fizemos algumas subidas e alguns tiros de um minuto (no último uma das gurias me passou como se eu estivesse parado...), mas para chegar nos locais das subidas e dos tiros o percurso foi o tempo inteiro subindo e descendo...bah...fiquei morto! Amanhã teremos um treino "social" para recuperação, e o final será em um café para confraternizarmos o natal. Legal, né?
Por enquanto é isso!

Abraços!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Bribie Tri Series...a primeira!


Após oito mês de "seca", voltei a competir em uma prova de triathlon! A minha última tinha sido no Longa Distância de Pinhal, em março.
A competição aconteceu em uma ilha chamada "Bribie Island", que fica a aprox. 1h de Brisbane, ao norte (direção de Sunshine Coast).
Saímos cedo para evitar problemas e conseguimos estar no lugar da prova às 6 horas de manhã. Fiz meu registro, recebi os materiais da prova e fui para a pintura dos números. Aqui eles largam as categorias em várias etapas (chamadas aqui de "wave"), e a minha seria a 12ª. Com a largada somente após as 7.15, eu pude organizar meu material com calma e observar tudo o que estava acontecendo. O mais curioso que eu percebi aqui, por mais de uma oportunidade, é que eles usam o melhor equipamento possível em todos os tipos de competição. Por exemplo: no Brasil, normalmente os melhores equipamentos são dos atletas de elite ou profissionais. O que percebemos aqui, eu a também a Niara, que eles extrapolam...e eu até usei uma expressão que veio na cabeça no momento: "Parece que eles querem matar passarinho com canhão!" O que significa isso: a prova era uma distância um pouco maior de que um sprint triathlon, 1km nadando, 28km pedalando (sem vácuo) e 8 km correndo, e os caras estavam usando bicicletas contra-relógio, capacetes aero, rodas fechadas...fala sério!
A organização também deixou um pouco a desejar porque atrasou as largadas, e a minha foi lá pelas 8 horas.
A minha prova foi boa, mas talvez um pouco inconstante... Durante a natação estávamos com um corrente favorável, com um pouco de vento (criou algumas marolas), mas no geral foi muito boa. Em alguns momentos eu fiquei bloqueado por três atletas e tive que contornar por fora para fazer o meu ritmo. O resultado foi bom pois saí no meio do pelotão da minha categoria. Saindo da natação me senti um pouco esguelado, e não consegui correr muito forte para pegar a bike (tinham uns 200 metros até a transição). Fiz uma transição sem falhas e muito rápida e saí para o pedal. O ciclismo foi todo plano, mas com muitos locais para quebra de ritmo (rotatórias, curvas fechadas) e por causa do horário, tinha muito vento. Eram três voltas, e consegui o meu melhor ritmo na segunda. Finalizei meu ciclismo e novamente fiz uma transição muito rápida, e saí para a corrida. Na corrida, também três voltas, em um percurso praticamente plano (uma subida leve) e no meio de umas árvores, o que tornou o trajeto menos quente. A propósito, o dia estava ensolarado, mas acredito que a temperatura estava por volta de 30 graus. Os postos de hidratação me surpreenderam negativamente pois a água era de temperatura ambiente...e pior...após a minha chegada, novamente, a água estava com a temperatura ambiente!
Resultado final: tempo de 1h38min39seg, colocação no geral 153º (397 finalizaram) e colocação na categoria 14º (34 atletas).
Bom...a minha opinião final a respeito desta prova é que o nível técnico foi bem elevado, as pessoas realmente curtem o esporte por aqui (pessoas de todas as idades), e que eu gostei muito da competição, apesar dos atrasos e da água morna.
Minha próxima competição será um sprint triathlon no Gatorade Triathlon Series, em Raby Bay, no dia 17/01/2010. Mas antes eu trabalharei como árbitro no mesmo circuito, no próximo domingo.

Abraços!

domingo, 29 de novembro de 2009

Prêmio "Sports Performance Awards"

Neste último sábado assisti ao Australian Sports Performance Awards, evento que premia as melhores performances dos atletas australianos ao longo do ano.
Anteriormente, eu havia recebido uma comunicação via Triathlon Queensland para participar da votação e contribuir para que os triatletas que estavam participando tivessem os melhores resultados, assim ajudando a evidenciar nosso esporte. Os candidatos em nosso esporte eram, nada mais ou nada menos que: Emma Moffat, atual campeã mundial de triathlon (ITU) e Craig "Crowie" Alexander, atual Bi-Campeão mundial do IRONMAN Triathlon. Fiz a minha parte e votei neles.
Resultado: Craig Alexander foi escolhido como o atleta australiano de melhor performance no ano de 2009!
Muito emocionante o discurso dele...e no final ele disse: "Eu gostaria de fazer um agradecimento especial à minha esposa, pois tudo começa e tudo termina com a família. Muito obrigado." Ah...e ele também ganhou $50,000.00! Bah...mas o ele merece...é um exponencial no nosso triathlon!

Fiquei muito feliz por ter participado deste momento do nosso esporte, mesmo aqui na Australia.

Grande abraço!

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Minha primeira vez...


E aí pessoal, tudo certo?
Bom as coisas por aqui parecem que estão começando a se aquietar...(não sei se existe esta palavra ou verbo...sei lá!?!). Após quase um mês entre procurar apartamento (visitar mais de 10), alguns finais de semana em lojas de móveis e eletrodomésticos, alguns dias recebendo e buscando alguns móveis...parece que está chegando ao fim...pois restam poucas coisas para levar para a "casa nova" e limpar a a atual. É claro que depois teremos que organizar a casa, mas será uma atividade muito mais "light" do que fizemos até agora. Bom, a respeito do título da postagem...quem se lembra da sua primeira vez? Não, eu não estou usando esta expressão para definir uma situação de denotação (ou até conotação) sexual! Eu estou usando esta expressão de forma genérica...do tipo quantas primeiras vezes um ser humano consegue somar em 10 anos, 20 anos, 30 anos, e por aí vai...às vezes paramos de pensar nisso e simplesmente fazemos, não é? Vou citar um exemplo: para quem nunca voou, a primeira vez é uma experiência relevante, e já para quem voa todos os dias, torna-se algo comum, do cotidiano. É engraçado que quando terminei o ensino médio pensei: Bah, quantas provas difíceis...espero não ter que fazer isso de novo! É claro que as experiências que exigem mais ou que surgem como um desafio nos remete à uma situação de estresse. Bom, isso pode ser bom ou pode ser ruim, depende do ponto de vista, da abordagem e do resultado obtido no final. Porque estou escrevendo sobre isso? Porque quando mudamos completamente de vida ou de lugar onde vivemos por tanto tempo, temos que experienciar praticamente todas as situações que já superamos anteriormente com a dificuldade de ser em outra língua e com outras pessoas totalmente diferentes, estou falando da cultura e do contexto. Hoje foi um dia muito especial para mim pois obtive uma das minhas maiores vitórias...hoje eu fiz uma apresentação que valia como uma parte da nota final de uma disciplina do curso que estou realizando "Diploma of Fitness".A apresentação consistia em 10 minutos falando a respeito de algum assunto relevante a treinamento e condicionamento físico. Como eu fiz há um tempo atrás uma apresentação para os alunos do curso de pós-graduação em Ciências do Movimento da PUC-RS, usei o material para construir meu trabalho. Bom, a parte fácil foi pegar o material que usei na PUC (os artigos já eram em inglês) e traduzir algumas informações. Mas a parte difícil foi realizar a apresentação...Quem me conhece sabe que eu não tenho problema algum em falar em público, mas em outro idioma seria a primeira vez...Resumindo: não treinei a apresentação (não gosto de fazer isso...), acabei me atrasando para a aula, pedi para ser o primeiro a apresentar, segui o roteiro (mental) e finalizei! Fora o que eu suei e o que tremi depois quando me sentei, o resultado foi muito bom...e gerou alguns comentários do professor e de alguns colegas! Muito estressante, mas muito bom! Isso pela manhã. À tarde, em uma outra avaliação prática, eu tive, pela primeira vez, que ensinar uma colega como fazer um exercício de musculação, o "barbel thrower" (coloquem no YOUTUBE para ver como é...pois eu também não sabia até poucos dias atrás...).O mais legal que era uma colega que eu nunca tinha falado antes em quase 3 meses de curso! Eu falava e ela""Pardon?" hahahahaha, usam esta expressão quando não entendem "lhufas" do que o "tigre" aqui está falando!!!hahahahaha. Alguns momentos depois ela começou a entender melhor e consegui passar o exercicio para ela.
Para finalizar...no próximo final de semana terei a minha primeira vez competindo aqui na Australia. Eu competirei em Bribie Island que fica a uns 80 km de Brisbane e será um triathlon com as seguintes distâncias: 1 km nadando, 28 km pedalando e 8 km correndo. Está quase tudo pronto...e como eu sempre dizia para os meus colegas de treino quanto estávamos próximos do IRONMAN, quando eles me perguntavam: "E aí Emerson, tudo pronto para o IRONMAN?" E eu respondia: "Quase pronto. Pronto mesmo será no dia da competição alinhado para largada! Aí posso dizer que eu estou pronto!"
Abraços!

domingo, 22 de novembro de 2009

Treinos e mudanças


Enfim chegamos ao final de mais um ciclo de nossas vidas...temos que mudar de endereço. Estamos no final do nosso contrato de seis e após uma torturante e cansativa procura, encontramos um lugar um pouco melhor (mais caro...)para viver nos próximos seis meses. Muitas diferenças com relação à estrutura (apartamento mais novo, maior e não-mobiliado), e que tivemos que ir em busca das "coisas" para por lá. Compramos: geladeira, televisão, máquina de lavar, cama (ebay), colchão e outros utensílios...Ganhamos dois ótimos sofás do nosso professor de inglês em um ótimo jantar com um prato chinês preparado pela namorada dele. A maioria das "coisas" foram compradas na loja sueca IKEA, que descobrimos ter filial em diversos lugares nos mundo (infelizmente, não tem no Brasil), e que conhecemos um novo conceito (para nós) de faça você mesmo. Como funciona? As pessoas entram por um lado e tem acesso a diversas áreas (cozinha, banheiro, quarto) que expõem os produtos em forma de ambientes. Cada produto tem um código e gostando, podem pegar os produtos no depósito, passar no caixa e levar para casa. A diferença é que se você comprar uma mesa e as cadeiras você as encontrará desmontadas em caixas e terá que montar em casa. Muito bom! Vocês tinham que ver eu e a Niara com um carrinho especial carregando um colchão tamanho "Queen" mais uma mesa, quatro cadeiras, uma prateleira e uma mesinha de canto...semana que vem vou me divertir montando tudo! Também passamos um sufocão lá...mas a história ficará para o próximo post.
Treinos...sigo firme nos meus treinos após duas semanas de treinos inconstantes (cansado de procurar apartamento...), e hoje posso dizer que mesmo treinando sozinho, estou experimentando uma realidade que não conhecia...estou fazendo os melhores treinos de natação da minha vida!!! Digo isto, porque dentro do triathlon a natação sempre foi o meu pior (aprendi a nadar com 22 anos), e agora pela primeira vez eu sinto que eu evoluí drasticamente! Como eu brinquei com o meu técnico Marcelo Diniz, "eu não sei o que colocam na água por aqui...", ou como o meu amigo Anir, me disse pelo skype: "Tu tens certeza de que a piscina que tu nadas não tem 40 metros?" hahahaha...essa foi ótima! Vou dizer que treinar sozinho não me deixa feliz, mas para treinar aqui com algum grupo eu teria que mudar muito a minha rotina ( o lugar que eu nado, pedalo e corro), e por enquanto se estou obtendo bons resultados trenando assim...vou continuar. Por exemplo: no sábado pela manhã fiz um treino de transição, 40km bike por 10km corrida. Fazendo sozinho, eu pude escolher o horário, o local do ciclismo, o local da corrida. Fiz 40km em um circuito na beira do rio e fiz os 10km de corrida lomba acima (25% inclinação e uns 70 metros de altura), com alta umidade, temperatura de torrar e bolha no calcanhar (reprise da semana passada)...começando tudo isto às 6.30 da manhã. Nem preciso dizer que foi fd...né?
Mas como eu disse para Niara: "os caras aqui treinam às 5.00 da manhã, e quando eu passei correndo na "University of Queensland", todos já tinham terminado o treino. Como que eles vão se adaptar à uma situação de prova com alta umidade e calor se treinam em um horário diferente ao da prova?" Bom, cada um faz o que acredita estar de acordo com as próprias convicções.
Daqui a duas semanas terei a minha primeira prova aqui na Austrália, em Bribie Island.
Para finalizar...sei que não tem nada a ver com o blog, contudo, vale como uma informação de caráter cultural, na semana passada terminei de ler último livro do autor de "O código Da Vinci", Dan Brown, "The Lost Symbol", (não sei qual será o nome em português, mas acredito que será "O símbolo perdido"). Para os meus padrões, eu bati o recorde, consegui ler o livro em 11 dias (509 páginas)!

Grande abraço!

domingo, 8 de novembro de 2009

Isso é Australia!


Seguindo a minha rotina diária de aulas, treinos, tarefas domésticas e etc, comecei a pensar sobre as características do lugar que estamos vivendo agora. E mesmo com o pouco tempo que temos por aqui, menos de seis meses, conseguimos identificar alguns hábitos e fatos bem interessantes. Vou citar alguns, baseado na minha rotina de sexta-feira passada.
Bem, nas sextas-feiras eu tenho aula em dois períodos, a primeira começando às 8.30 e terminando às 11.30 e a segunda começando ao meio-dia e terminando às 14.00. O negócio ja começa por aí: Cadê o horário de almoço? Bom...por aqui eles não tem o costume de almoçar como nós, e normalmente comem e bebem algo leve, tipo uma torta ou um croissant com café (não preto, aqueles com leite...). Voltando ao assunto da última sexta-feira, o professor combinou, antecipadamente, que teríamos uma aula dupla naquele dia, começando às...5.30 da manhã!!! Beleza! Ok, eu já mudei meus hábitos de acordar mesmo, e acordar às 4.45 ou 5.30 já não faz tanta diferença. Falando nisso...eu já estou conseguindo acordar as 5.30 sem o relógio (celular) despertador (comprovei isso nestes últimos dias)! E outra, o sol está nascendo por volta das 4.40... Tudo bem, acordei às 4.45, comi um sanduíche muito rapidamente e saí. A "aula dupla", coincidentemente seria no lugar onde eu estou nadando atualmente, e teria que caminhar menos de 1km para chegar. Como de costume, fiz meu caminho pelo Musgrave Park (em frente de casa), e comecei a ver algumas coisas bem interessantes...primeiro avistei um homem fazendo Yoga no gramado, e pensei: "Tá, tudo bem, Yoga bem cedo...", e daí olhei para o lado, em cima de uma árvore, uma mulher jovem bem acomodada em um dos grossos galhos, fazendo o quê? Lendo um livro! Achei bem interessante, pois já tinha visto pessoas em cima de árvores, mas não às 5 da manhã e lendo um livro... Ok, vamos para a aula...no caminho sempre passo pela estação de ônibus de "South Bank", e lá tem uns bancos no lado externo que é designado para os fumantes. Só que naquela manhã quem estavam usando os bancos eram alguns...acreditem ou não: mendigos! Os três bancos estavam ocupados por pessoas dormindo. É claro que aqui tem menos desabrigados, mas aqui também tem!
Poucas pessoas nas ruas, mas grande número de ciclistas pedalando ou se preparando para sair para o treino. Todas as equipes de ciclismo e triathlon tem os treinos de ciclismo muito cedo, começando por volta das 5.00.
Cheguei na piscina, os meus colegas já estavam lá e ficamos aguardando as orientações do nosso professor em uma parte da arquibancada do complexo. Eu fiquei só observando...quando cheguei já haviam algumas pessoas nadando e outras terminando o treino ( a piscina abre às 4.30!), mas o fato que chamou mais a atenção foi que do período das 5.30 até às 6.00 a piscina lotou!!! Todas as raias tinham mais de cinco nadadores e as mais centrais tinham pelo menos oito em cada!!!
Pois é, a movimentação começa muito cedo por aqui, e para mim esta é uma das características mais marcantes da rotina diária, e posso dizer que já estamos integrados! A Niara sai para correr todos os dias de manhã das 5.30 às 6.30 e eu, quando não saio com ela, saio para pedalar ou fazer o meu treino de corrida também no mesmo horário.
E a aula? Foi muito boa, mas lá pelas 9 da manhã, eu estava caindo de sono e faminto! Ainda bem que temos mais tempo para se acostumar mais com estes hábitos...

Abraços!

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Entre mortos e feridos todos se salvaram...


Sabe quando pensamos em fazer algo diferente da nossa rotina e não nos organizamos, ou quando sentimos que vai acontecer alguma coisa errada? Se um dia isto acontecer com vocês, não façam!!! Pois vocês acabarão comprovando uma das leis de Murphy! Aquela que diz se existe uma mínima possibilidade de dar errado, com certeza vai dar errado!
Bom, após esta breve intrudução, vocês talvez possam imaginar: "Ahhh, mas ele deve estar exagerando!" Leiam até o final e depois me digam se realmente exagerei...
Como está escrito em uma das postagens anteriores, eu me inscrevi para fazer um curso de árbitro de triathlon, e após a parte teórica (aula e prova) eu teria uma parte prática em uma competição. Recebi uma mensagem, na segunda-feira da semana da prova, de que o Triathlon Queensland estava precisando de 8 árbitros extras para o Triathlon de Noosa (um mega evento). Falei com a Niara e enviei a minha resposta, perguntando que horas eu deveria estar lá. Recebi a resposta somente na quinta-feira, e fui informado que o horário seria as 4.45 da manhã. Fui para internet tentar localizar algum lugar para ficar e adivinhe? Não haviam locais disponíveis, e a maioria era para ficar pelo menos 3 dias...Bom, teríamos que sair cedo. Que horas? Olhei no mapa e constatamos que demoraríamos 2 horas para chegar lá. Façamos a conta: 4.45 - 2.00 = 2.45!!!Mas não foi só isto, pois como não conhecíamos o local decidimos sair um pouco mais cedo, para garantir, a 1.30!!! Até aí tudo certo, pois fomos dormir bem cedo, acordamos a 1.00 e saímos. A viagem foi tranquila com boa estrada (vazia), boa sinalização e com a ajuda do GPS. Chegamos no local da competição as 3.30, estacionamos em um ótimo local e ficamos cochilando até chegar mais perto do horário. Fui procurar o responsável as 4.30, e não o encontrei, mas fiquei esperando por ele na área da transição. Vários árbitros chegaram e recebi a informação que eu iria para uma das motos para realizar o controle do vácuo no ciclismo (Em Noosa o vácuo é proibido). Contudo, não pude partir para esta função pois eu estava de bermuda e tinha que estar de calça. Eu imaginei que me colocariam nesta função e propositadamente não levei a calça, mas a merda foi muito maior!!! Me perguntaram se eu tinha algum tipo de veículo, e eu fui extremamente infeliz em dizer que sim...Daí me disseram: "Tu vais ficar no Penalty Box!" É o local que os atletas que não cumprem as regras no ciclismo ficam para serem penalizados. O problema é que eu não sabia onde era, as estradas estavam todas fechadas e o mapa que me deram não dizia nada com nada! Resumo da ópera: Tiramos o carro do lugar onde estava, e tentamos chegar no local. Nos perdemos algumas vezes, fiquei muito estressado e voltamos para o local da transição. Liguei para uma das responsáveis e ela falou com o árbitro geral que conseguiu uma moto para me levar para o tal lugar, 20 kilômetros de distância dali. Não consegui mais falar com a Niara pois logo saí para o meu "posto". Logo quando cheguei liguei para a Niara e ela já tinha me ligado algumas vezes, e estacionou em uma rua principal perto do local da competição e eu achei que estava tudo tranquilo. Na segunda vez que eu liguei...eu imagino como ela estava...ela não podia ficar com o carro mai do que 30 minutos e todos os mais de três lugares que ela estacionou!!! Ela estava enlouquecida e se tivesse de TPM, acho que teria me deixado lá e ido de volta para casa ou passado com o carro em cima de mim!!! Essa foi a parte que me deixou tão chateado e somando com o nervosismo da minha tarefa, não percebi o que eu acabei fazendo. Eu fiquei das 7.00 até as 10.30, sem: me sentar ou recostar, beber ou comer absolutamente nada, sem nenhuma proteção (chuveu, fez sol). E como eu tinha que atender de forma bem breve os penalizados, eu posso dizer com muito certeza que eu prestei atenção em todos os mais de 3.000 atletas que estavam competindo!!! Minha cabeça parecia um porongo!!!
Ufa, passou o último atleta, acabou meu trabalho, e agora eu teria outra batalha pela frente...não, ainda não era encarar a "fera"! Era voltar para o local da área de transição. Liguei para a responsável por mim e ela disse que quando alguém estivesse disponível ela mandaria, mas eu consegui uma carona de moto (de novo) com um dos caras da empresa que estava organizando a prova. Tudo bem, ele me ofereceu carona, mas ele não me disse que pararia em todos os postos onde estavam os voluntários...daí começou a chuver de novo! PQP!!!!! Paramos de novo e ele desceu da moto e conseguiu uma carono em uma caminhonete para mim. O papo estava bom, falamos sobre familia, trabalho, viagens, mas chegando em um determinado ponto da viagem ele me disse que só poderia ir até ali. Resultado: tive que caminhar mais de 3 km (com chuva de novo, e para ajudar mais um pouco, comecei a ficar com vontade de ir no banheiro!) PQP de novo! Tá, cheguei na P...da transição e começaram a me ligar para saber onde eu estava (sim, eu liguei avisando que estava indo de carona.). Tinha uma multidão indo exatamente para o lado oposto ao que eu queria ir...Finalmente,cheguei na P... do banheiro, daí me ligaram de novo!!!! PQP mais uma vez!!! Bah, mas eu não consigo nem mijar!!! Cacete!!! Tentei encontrar o pessoal da arbitragem e daí encontrei a Niara, com uma expressão não muito afável... Fomos juntos até a tenda dos voluntários e encontrei o pessoal da arbitragem. Estavam todos muito preocupados como eu havia percebido a minha tarefa e se eu tinha encontrado alguma dificuldade... A CEO (presidente) do Triathlon Queensland e o árbitro geral estavam lá, me deram alguns sanduíches e água! Agradeci a todos pelo suporte (por educação, né!) e fomos dar uma volta pelo lugar. Procuramos um lugar para comer e no final ficamos com o famoso e quase indigerível: "Fish and chips". (peixe a milanesa e batatas fritas). A Niara me contou tudo que aconteceu naquela manhã e que da próxima vez só com muita antecedência e organização, se não a atividade será cancelada!
Comemos e fomos na feira de produtos tentar achar algo para nós. Tinham mais expositores do que no mundial em Gold Coast, e mais uma vez fizemos compras no stand da ORCA, para mim uma bermuda de corrida e para a Niara uma calça também para corrida. Também tive uma experiência muito interessante, pois eu pude testar o novo sistema de câmbio eletrônico da marca SHIMANO. Pedalei por alguns minutos com novo grupo DURA-ACE Di2 e posso dizer que é muito macio, as marchas passam eficientemente de forma muito sensível e que apesar do preço (AU$ 5,000.00), é um ótimo investimento. Logo após fomos buscar o carro em um local um pouco longe, mas pelo menos tinha este lugar. Batemos algumas fotos e pegamos a estrada de novo.
A lições que eu aprendi neste final de semana, e que servem para qualquer um:

-Levar sempre o equipamento requisitado para o trabalho (calças!)
-Não colocar o veículo particular em atividade de outros (deixa o carro no estacionamento!)
-Andar sempre com uma garrafa de água e com qualquer coisa para comer (quando te mandarem para um lugar ermo!)
-Andar sempre com protetor solar e, se possível, ter na pochete aquelas capas de chuva (quando te mandarem para um lugar ermo sem nenhuma cobertura!)
-E nunca, nunca mesmo aceite nenhum tipo de compromisso se você não tiver absoluta certeza de que irá estar organizado para cumprir sem penalizar os outros acerca! (Desculpa Mozinho!!!)

OBS.: O título da postagem foi exatamente a frase que a Niara disse quando estávamos voltando para casa.

Abraço!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Diferenças


Desde que eu cheguei aqui eu me pergunto porque as coisas são tão diferentes com relação aos custumes e hábitos e sempre vem na minha cabeça: "Colonização Inglesa". Mas será que somente isto explica o fato de 99% das pessoas tentam preservar as reservas, tentam manter a cidade limpa, respeitam as diferenças, respeitam as leis, e por aí vai...
Vivendo por aqui percebi que eles tem muitas regras e que a maioria delas funcionam. Vou citar um exemplo: um indivíduo roubou a mão armada três estabelecimentos comerciais não tocou em ninguém e foi condenado a 4 anos e meio de reclusão. Já imaginaram como seria no Brasil...bem diferente!
Pelo tempo que estou aqui percebi que não existem tantas diferenças entre nós (australianos e brasileiros), mas existe uma diferença primordial: tu até pode cometer alguma infração perante a lei e não acontecer nada (e isso eu vejo todos os dias no trânsito) mas se um dia te pegarem a coisa ficará muito séria! A conclusão que cheguei é que eles tem medo de tomar multa e ser preso, por isso se comportam!
Mas como o assunto a ser tratado neste blog é triathlon vou citar mais uma diferença entre os dois países. Neste final de semana tiveram duas provas aqui no estado de Queensland, uma em Bribie Island e outra em Gold Coast, que juntas tinham aproximadamente 3 mil atletas inscritos!!! Agora pensem junto comigo: o triathlon é bem difundido aqui mas não é o esporte nacional (tem o rugby union, rugby league, football, cricket, netball, natação), e como que eles conseguem ter em duas provas de distância sprint toda esta quantidade de inscritos??? Eu não sei no resto do país se tiveram outras provas, mas com certeza estas provas são regionais e os inscritos são do estado. Os meus questionamentos são: E as provas no Brasil, quantos atletas tiveram no último mês? O que os administradores do esporte e das federações estão fazendo para mudar este quadro? E a renovação dos atletas? E a iniciação esportiva?
Sem uma base o esporte ao passar dos anos enfraquece, e nós ficamos torcendo em uma olímpiada como Pequin para que os nossos atletas não sejam os últimos ou que pelo menos completem a prova!
Não existe renovação! E a prova maior são os resultados do Brasil no último mundial de triathlon nas categorias junior feminino 43º lugar, junior masculino 10º, e sub-23 feminino 22º (último lugar) e sub-23 masculino 31º, e os dois últimos resultados citados são de atletas de elite no Brasil! Não estou querendo "detonar" os atletas brasileiros, até porque eu sei que as dificuldades em ser atleta no Brasil são muitas e para ser triatleta então, infinitas. Mas eu acho que um país que terá uma olimpíada em alguns anos deveria começar a trabalhar um pouco mais na base de suas modalidades esportivas e não ficar esperando que os resultados venham do vento ou simplesmente caiam do céu! Ahhh, só para ilustrar um pouco mais o meu posicionamento a respeito do triathlon nacional: não tinha nenhum brasileiro na categoria elite, mas em compensação tinham atletas do México, da Korea, do Japão...

Muitas coisas...


Bom gente, nas últimas duas semanas estive com a agenda lotada de atividades (cursos e mais cursos...) que futuramente poderão gerar várias oportunidades para conseguir um trabalho. Vou descrever brevemente as atividades em que estou e estive envolvido.
Nos últimos três meses eu tenho treinado sob a supervisão do meu técnico do Brasil, o Marcelo Diniz, e posso dizer que faziam alguns anos que eu não percebia uma melhora no meu condicionamento físico. Desde que comecei a receber as planilhas não fiz apenas os treinos quando estava trabalhando como voluntário no mundial de triathlon e quando estava nos cursos dos últimos dois finais de semana, o resto fiz tudo! Aí que entra a questão da consistência que escrevi em uma das postagens anteriores. Bom, tenho a rotina dos treinos que normalmente são duas sessões por dia, daí tenho o curso de "Diploma of Fitness", que são às terças do meio-dia às 14.00 e sextas das 8.30 às 11.30 e das 12.00 às 14.00. Ainda temos, eu e a Niara, o curso de conversação em inglês terças e quintas das 18.00 às 20.00, e nos dois últimos finais de semana (sábado e domingo) das 8.30 às 16.30, eu fiz os cursos de técnico de atletismo sendo um básico (nível 1) e outro especilização em Meio-fundo, Fundo, Obstáculos e Marcha atlética (nível 2). Só para vocês terem uma idéia os dois curso tem um processo de avaliação com consulta e os alunos tem até duas semanas para enviar os resultados. Contudo, como eu me inscrevi para fazer o nível 2 uma semana após o nível 1, eu tive apenas três dias para fazer uma prova de múltipla escolha de 100 questões com um material que nos deram, mas que não estava muito claro como encontrar algumas respostas, isto é, era com consulta mas bem difícl, e além de tudo a média para passar era 80% da prova! Tá, tudo bem, eu passei, mas eu achei que não tinha passado pois fiquei bem confuso...
Fiz o nível 2 e agora estou com a prova e tenho mais uns 10 dias para entregar e o teste é um pouco diferente, pois além de questões de múltipla escolha, tem outras dissertativas...e ainda não é somente sobre minha especilização, é sobre: anatomia, biomecânica, doping, treino para mulheres, desenvolvimento humano. Agora só falta eu terminar a parte da especialização que são 60 questões e daí posso mandar as respostas.
Para fechar com chave de ouro, no próximo sábado, eu terei outro curso para fazer de árbitro de triathlon na sede do "Triathlon Queensland". Acho este curso melhor por diversos motivos:
- É de graça.
- É só das 9 às 12 de sábado.
- Tem almoço depois (também de graça!)
- Depois que eu fizer o curso ganharei 30 dólares por dia de evento, 0.30 centavos por kilômetro de deslocamento e 50 dólares de hospedagem (tem que ser aprovado)
- Para me tornar membro do Triathlon Queensland e consequentemente do Triathlon Australia, eu vou pagar somente 40 dólares, sendo que eu terei que me comprometer a trabalhar em 3 provas (o valor normal é 120 dólares), e como membro do TQ & TA, vou economizar em média 30 dólares por prova.

Achei melhor este!

Grande abraço!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Gentileza gera...


Eu nunca fui reconhecido como uma pessoa simpática, e até algumas vezes as me percebem até um pouco mal-humorado ou sarcástico, mas normalmente são pessoas que não pertencem ao meu círculo de amizade õu simplesmente não me conhecem bem. Bom, e eu para ajudar um pouco não faço a mínima questão de sair "mostrando os dentes"para quem eu não tenho nenhum tipo de relacionamento. No entanto, por várias vezes, acabam acontecendo situações comigo que eu consigo demonstrar que as vezes as pessoas julgam sem ter conhecimento de causa.
Em algumas oportunidades quando saí para pedalar, aqui em Brisbane, vi alguns ciclistas empurrando a bicicleta com o pneu furado e me ofereci para ajudar, e olha que eu nem sabia quem eram aquelas pessoas! Como eu acredito muito no Budismo, eu creio que quando nos propusemos a fazer algo pelo outro sem intenção de receber nada em troca, invariavelmente nos tornamos pessoas melhores e as coisas começam a acontecer em nossa vida. Pois é, outro dia furei meu pneu e eu tranquilamente parei, me sentei no meio fio embaixo de uma árvore e comecei a realizar os procedimentos para efetuar a troca da câmara furada. Talvez vocês não acreditem no que eu vou contar pois no Brasil, ou em Porto Alegre, a situação funcionaria de maneira diferente...Pois é, não foi uma ou duas pessoas que passaram e perguntaram se eu precisava de algo, foram três pessoas: dois ciclistas e um cara em um carro que disse que tinha uma bomba de pé no porta-malas, e eu com um sorriso no rosto, agradeci e disse que estava tudo bem e que eu tinha o necessário para a troca.
Agora outra situação...eu tenho uma vizinha de porta que é uma senhora grega muito idosa e que tem muita dificuldade em se locomover (ela usa um andador), e que certo dia bateu aqui em casa e eu não sabia quem era, pois não conhecemos ninguém do condomínio. Ela não fala quase nada em inglês, mas eu consegui entender que ela precisava de ajuda com algo no apartamnento dela. Bem, fui com ela e descobri o problema...o botão da enorme batedeira que tem emperrou e ela não conseguia destravar. Confesso que eu também tive certa dificuldade em destravar o equipamento mas consegui. Ela ficou muito feliz e agradecida, e eu me ofereci para ajudá-la quando fosse necessário. Logo depois, ela bateu de novo na porta e me entregou uns biscoitos gregos (a massa estava dentro da batedeira quando destravei o equipamento).
A coisa não parou por aí, pois a filha dela também ficou muito agradecida e nos deu um doce tradicional grego que eu não sei o nome mas é muito bom. Um outro dia ajudei a colocar um cobertor no secador, e agora, quase que semanalmente temos deliciosos biscoitos gregos e esta semana recebemos um bolo e um pão que também devem ser tradicionais da Grécia.
Viu só...gentileza gera...alguns biscoitos, bolos, pães...

Grande abraço!

domingo, 4 de outubro de 2009

Aprendizado


Nos últimos anos aprendi algumas coisas sobre o treinamento de triathlon lendo bastante (livros, revistas especilializadas), ouvindo os mais experientes, mas principalmente como as coisas funcionam comigo. É claro que quando alguma informação vem baseada em uma pesquisa séria e fundamentada em conceitos teóricos já comprovados, acaba tem um peso maior quando tomamos alguma decisão com relação à execução do treinamento. O que eu estou tentando dizer é que mesmo sabendo que existe alguma comprovação científica séria nós tendemos a creer que poderá funcionar com a gente. Sim, eu acredito nisso, e não, eu não acredito nisso!? Vou explicar.
Biologicamente temos o privilégio de sermos únicos, e no que diz respeito a teoria do treinamento físico, existe um princípio chamado "Individualidade Biológica" e que define que a resposta ao exercício pode ser diferente apesar de algumas semelhanças inter-individuais (não sei se existe esta palavra...). Em outras palavras, o que funciona contigo pode não funcionar com o teu colega de treino e vice-versa, ou não, ou sim!!!
Dentro desta proposta de "individualidade biológica", eu baseio a minha compreensão dos resultados obtidos nos treinos e nas provas. E uma das coisas que comprovei, principalmente, desde 2007, é que para mim, na maioria das vezes, não importa o que eu fiz ou realizei no treino, e sim como eu fiz, como eu me senti.
Mencionei 2007 porque foi o ano em que eu deixei de fazer o que percebia ser algo que não contribuiria para os meus objetivos. Por exemplo: todos os domingos tínhamos um treino de ciclismo longo saindo do posto do Laçador em que iam vários triatletas de diversas características e níveis de performance. Antes de dizer, no meu ponto de vista, o que acontecia, vou dizer o que eu entendo sobre treinos longos. Os treinos longos servem de base fisiológica e psicológica para melhorar a nossa capacidade de suportar a execução do exercício por um longo período de tempo. Como deve ser feito? Segundo vários técnicos de nível internacional, este treino deve ser realizado abaixo do ritmo de competição, por volta de 70%HRR (percentual da frequência cardíaca de reserva). Porque não deve ser feito acima deste percentual ou em ritmo de competição? Porque a longo prazo pode comprometer os outros treinos, pode causar overtraining (excesso de treino) e "minar" psicologimente.
E o que acontecia nos treinos de domingo? Como tinham alguns com o condicionamento melhor, todos tentavam andar no ritmo deles, e por isso sempre estava acima das minhas expectativas. Bem, não estou escrevendo isto por que sobrei várias vezes do pelotão, e sim porque em várias oportunidades preferi sobrar e tentar fazer o meu ritmo do que tentar fazer o ritmo dos outros. Não estou condenando o treino em pelotão, estou apenas dizendo que com o tempo cada um encontra a forma mais adequada para si mesmo no treinamento, e que esta forma pode ser treinando em pelotão, porque não?
Aqui na Australia existem diversos grupos de triathlon, e posso citar uma equipe que desenvolve os treinamentos de uma forma bem interessante. O nome da equipe é "Brisbane Triathlon Squad" (eles tem site, blog e tudo mais), e eles fazem todos os treinos baseados no nível de performance dos atletas, dividindo-os em três grupos, iniciante, intermediário e avançado. Por exemplo, para a formação dos grupos nos treino de ciclismo é previamente executado um teste de "time-trial" (contra-relógio) de 20 km e de acorco com o tempo obtido os atletas são classificados em um dos grupos citados acima. Sendo assim, mesmo com algumas diferenças, os atletas tem a oportunidade de treinar com um grupo de características semelhantes, o ritmo do treino é previamente estabelecido pelo técnico e ficam outros integrantes da comissão técnica em cada grupo para garantir a execução adequada do ritmo proposto. Ah, os testes são repetidos a cada três meses, se não me falha a memória.

Abraços!

Show em Brisbane


Na última quinta-feira fomos ao show de uma banda pop muito conhecida no momento, "Black Eyed Peas", no Brisbane Entertainment Centre.
Na realidade, "toda a função", começou a mais ou menos dois meses atrás quando soube que eles teriam uma turnê pela Australia, e efetuei a compra dos ingressos pela internet, e que após uns dez dias recebemos pelo correio.
Com a proximidade do evento fomos localizar o local do show, pois mesmo sendo aqui em Brisbane, por enquanto, torna-se um relativo desafio encontrar. Bem, localizamos o local que fica situado por volta de 15 kilômetros aqui de casa em direção ao norte, no bairro de Boondall. No dia do show nos organizamos para sair cedo pois o início estava marcado para as 7.30 da noite e levaríamos uns 50 minutos para chegar lá. Infelizmente tivemos que faltar a aula de conversação em inglês na Universidade de Queensland porque quando compramos os ingressos nem sabíamos que este curso existia. Lá fomos nós mais uma vez com o nosso GPS e seguindo todas as orientações e quando chegou mais perto, o fluxo já indicava o local. Tudo muito organizado no estacionamento, e ninguém podia botar o carro onde bem entendia...bah, foi muito legal...uma fila enorme de carros e todos se posicionando lada a lado para estacionar. É claro que pagamos 10 dólares, por esta organização.
O local parece um centro de eventos por dentro e por fora, e com toda a estrutura de segurança (até a polícia estava lá dentro!, praça de alimentação externa e interna,e até restaurante tinha! Diversos banheiros a disposição (limpos e com papel!) caixas eletrônicos e tudo mais...Dentro, na área dos espectadores todos os lugares eram marcados e ficamos posicionados na última fileira de um dos lados (era mais barato!), mas tivemos uma boa visão do show. A princípio achamos que não iria lotar pois quando estava tendo o show de abertura do LMFAO, muito loucos por sinal, tinham muitos espaços vazios no local. A área do show é muito parecida com o Gigantinho, mas com uma estrutura mais moderna. Ahhh, o show de abertura começou em ponto, às 7.30!
O show do "Black Eyed Peas" foi ótimo pois tocaram todas as músicas conhecidas e tiveram quatro performances individuais, uma de cada integrante do grupo, muito bom!
A animação gráfica ou a iluminação foi excelente e eles reproduziram os temas de cada um dos video clipes produzidos por eles! Fizeram várias performances do tipo, ficaram pendurados por um cabo e simularam que estavam voando!
Tudo foi ótimo...até sair para tentar ir para casa! Ficamos quase uma hora esperando para sair do estacionamento e mais uma para chegar em casa (tinham uns bloqueios na estrada que de três pistas, virou uma!).
Mas o saldo foi extremamente positivo, pois tivemos uma noite muito legal, saímos um pouco, dançamos...e principalmente, com toda a segurança!

Abraços a todos!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Treino de transição


No último sábado fiz o meu segundo treino de transição aqui em Brisbane. Para os que não sabem o que "transição" significa, eu vou explicar. Transição é conhecida como a quarta disciplina no triathlon, e que é treinada como meio de simular uma situação que será vivenciada na competição, adaptando o triatleta para uma ação real. Os treinos de transição servem para adaptar o nosso corpo, fisiologicamente (componentes musculares) e psicologicamente (melhorar a percepção do que será realizado). No Brasil, este tipo de treino pode envolver: natação e corrida, ciclismo e corrida e até natação, ciclismo e corrida. Aqui na Australia, eles tem nomes diferentes para os nossos tipos de transição: natação e corrida, e ciclismo e corrida eles chamam de "brick", e a "transition" deles são as três disciplinas, simulando a prova.
Só para situar todos...desde que retomei os treinos aqui em Brisbane eu tenho treinado sozinho. Por opção, pois como ainda tenho bastante tempo livre, eu posso escolher em qual horário vou fazer meus treinos. Na realidade, eu executo os treinos sozinho, mas recebo meus treinos do Brasil, do meu técnico, Marcelo Diniz. E nestes quase dois meses treinando sob a supervisão do Marcelinho, eu posso afirmar categoricamente, que faziam muitos (muitos mesmo!) anos que eu não me sentia tão feliz com os meus treinos e com os meus resultados, apesar de treinar sozinho...o que para mim não é nenhum problema, porque eu tenho uma coisa que às vezes falta para a maioria dos atletas: auto-motivação! É claro, que eu estivesse treinando em um grupo, talvez eu poderia até render mais. Mas não podemos nos esquecer de que o Triathlon, principalmente o de longa distância, é feito individualmente, sem pelotões para descansar...
Voltando para a transição...eu tinha 40 kilômetros de bike seguidos de 8 kilômetros de corrida. Saí em direção a Univeridade de Queensland e fiz a maioria do treino rodado, até que quando estava voltando para casa encontrei um grupo de uns 15 ciclistas, todos uniformizados, identicamente...eu pensei: "Bom...já que estão indo para mesma direção que eu, porque não ir junto?" me grudei na rabeira do pelotão e fui junto! As vezes quando se treina muito tempo sozinho, nós perdemos um pouco a noção de como realmente estamos, pois não temos referências...logo no início estávamos a 35-37km/h e subindo...quando chegamos no plano, estávamos a 45km/h...daí, eu não dei qual foi o FDP, que resolveu quebrar o pelotão...eu só me lembro que quando eu ainda ocnseguia andar junto o ciclocomputador estava mostrando 50km/h! Bom, ai já viu né...quebrei! Mas não foi uma quebra definitiva, pois consegui manter 45-47km/h, até que uma luz brilhou no meu caminho...não, não é o que vocês estão pensando...foi a sinaleira que fechou! Aqui todo mundo para na sinaleira! hahaha, consegui chegar junto de novo! Mas eles estavam terminando o treino e também reduziram a velocidade...
Cheguei em casa troquei os equipamentos e saí para correr. Em frente de casa temos um quateirão que em um dos lados tem um parque, e fiz minha corrida toda ali. Foram 6 voltas neste circuito de mais ou menos 1.350 metros, e com muitas subidas (longas, curtas) e muitas descidas. Olha, foi sofrido este treino, principalmente por causa do percurso ondulado, tive até vontade e parar na quinta volta porque desde o momento que eu comecei a correr até as voltas finais eu estive ofegante, o tempo inteiro! Eu não uso monitor cardíaco por acreditar que baseado em experiências pessoais e teóricas de alguns anos este equipamento não funciona comigo, mas posso dizer com a máxima certeza de que pela escala de Borg (6-20) eu estava por volta 17.
Vou colar o link do treino feito com o Garmin Forerunner 405 para que vocês tenham a idéia de como é o percurso de corrida.Obs.: talvez não funcione, mas mesmo assim tentem abrir.
http://connect.garmin.com/activity/13541873

Abraços e até mais!

domingo, 20 de setembro de 2009

Consistência, equilíbrio, consistência, equilíbrio...


No final deste ano eu completarei 10 anos como triatleta amador e hoje vou escrever algumas coisas que aprendi...
Acredito que nada na vida das pessoas vem de mão beijada ou sem esforço, no entanto, como que deve ser este esforço? Tudo ou nada? Priorizando excessivamente? Esquecendo de atender a todas as demandas impostas pela vida?
Bom, as palavras que descrevem como eu penso estão no título desta postagem, e sinceramente, eu penso nelas todos os dias como se fosse um mantra!
Vou explicar porque.
Comecei a ser triatleta pois me apaixonei a primeira vista em um triathlon lá em Guaíba, o antigo Triathlon Riocel. Fui com o meu amigo Rodrigo de Rio Grande, e que nadava no mesmo lugar que eu, na Polisport, em Canoas. Que a propósito, foi onde eu aprendi a nadar em abril de 1999.
Como a história é longa, vou encurtar...De lá para cá, obtive uma relativa experiência fazendo muitas provas e treinando em diversas condições.
Foram muitos duathlons (gosto, corro bem!), aquathlons( odeio, nado mal!), triathlons (curtos, médios, longos e muito longos) e posso dizem que as lições que tive foram diversas...por exemplo: todos os Ironmans que fiz foram diferentes (clima, treino, experiência adquirida, momentos da minha vida pessoal).
Nesta postagem, vou falar específicamente o que as palavras consitência e equilíbrio tem haver com o Ironman.
O primeiro que fiz foi em 2004, e é claro não se pode esperar muito de uma primeira vez, né? Até porque na primeira vez o plano A, B, C é sempre chegar! Bem, eu estava bem treinado, já havia corrido uma maratona em 2002(tempo de 3 horas 03 minutos e 14 segundos) e cometi os erros que qualquer um poderia cometer em uma estréia. Não consegui me alimentar nem me hidratar direito, e o resultado foi que na maratona eu trotei por volta de 35 km, mas cheguei!
Segundo Ironman, agora com mais conhecimento de causa, fui muito mais treinado, e tinha uma ótima expectativa de tempo (bom, no segundo já dá para ter um plano A, com tempo, e os planos B,C era chegar até o fim). Em 2005, tivemos a pior condição climática para um Ironman em Floripa, o vento estava contra na volta do ciclismo, o que significa que com uma alta kilometragem ainda tivemos que ir contra o vento. Bom, isso não dá para evitar, tem que gerenciar...Cometi alguns erros na escolha de alguns vestuários (meia muito curta) o que resultou em bolhas e muitas dores.
Terceiro Ironman, o pior de todos (ou não)!!! Não treinei o suficiente, mas mesmo assim não queria estar de fora da grande festa do nosso esporte. Pensei que poderia fazer por fazer e tentar somente chegar (plano A, B, C). O resultado foi excelente!!! Do grupo que estava comigo, eu fui o que dormiu melhor, fui o que menos ficou nervoso, e fui o que teve menos dores pós-prova. Durante a prova eu não queria me preocupar com nada e alguma força do além me ajudou...logo no primeiro quebra molas na saída do ciclismo o meu ciclocomputador parou de funcionar! E ainda corri sem relógio! Era só para acabar...Até este Ironman o meu técnico era o Eduardo Remião.
Quarto Ironman, quase encontrei o que eu busco!
Este foi sem dúvida nenhuma o melhor de todos pois mantive um equilíbrio e uma constância nos treinos (agora com técnico novo, o Marcelo Diniz). Descobri que para o meu melhor desempenho na prova eu não precisava fazer treinos de ciclismo com mais do que 150 km e que o ritmo não precisava ser maior do que 30km/h. E foi exatamente o que eu fiz, alguns poucos treinos em grupo e vários treinos sozinho mantendo o meu ritmo. Resultado, neste ano obtive o meu recorde pessoal dentro e fora do Ironman na distância dos 180 km (5h41min), o que dá aproximadamente 32km/h! Não dá para deixa de dizer que eu fiz de forma progressiva ( a segunda volta foi mais forte do que primeira). E isso não é somente sobre média, tempo...é sobre como fazemos as coisas! Como que obtive este resultado: exaustivamente buscando o equilíbrio (família, trabalho, alimentação, treinos, descanso, diversão, namorada) e consistência (nas mesmas coisas!).
O quinto, foi muito parecido com o quarto, mas desta vez eu treinei menos, e o resultado seguiu no mesmo sentido...mas novamente, segui os meus parâmetros pessoais e obtive um pedal semelhante ao ano anterior. E para a tristeza do Anir, meu grande amigo, o raio caiu duas vezes no mesmo lugar! Digo isso, porque o meu grande amigo Anir, não acreditava que se eu treinasse menos ou com um ritmo menor eu conseguiria obter um bom resultado na prova. Bom, vamos ao seguinte preceito da constitução humana e também um dos princípios do treinamento físico: Individualidade Biológica!!! Quer dizer, pode funcionar comigo e pode não funcionar contigo, ou até pode...não sabemos!
Então, a mensagem que eu quero deixar é: procure equilibrar as suas demandas, treine com constância e se na prova o resultado não vier, paciência, se recupere e tente de novo, mas não esqueça que na vida de atleta amador quando damos muita ênfase na demanda errada, o resultado não pode ser modificado no próximo ano, no próximo Ironman...

sábado, 19 de setembro de 2009

Mundial de Triathlon - Gold Coast 2009 - parte 4 - Final


Bom, após três dias de pleno envolvimento com um dos esportes mais lindos que eu conheço, o triathlon, conseguimos ter a oportunidade conhecer algumas praias localizadas ao sul do estado de Queensland, mais precisamente ao sul de Gold Coast.
Saímos do hotel na hora do check out, por volta das 10 horas e nos dirigimos ao sul. Desta vez não usamos GPS e fomos nos guiando pelas placas, até porque não tínhamos idéia e nem programação para o trajeto que iríamos ir. Passamos por Surfers Paradise, Burleigh Heads, Kirra Beach e estacionamos o carro. Fomos até a beira da praia, batemos algumas fotos, caminhamos por uma passagem até Coolangatta (sempre ao sul). Voltamos, pegamos o carro e fomos estacionar em Coolangatta. Sabe aqueles dias tipo férias? sem programação...somente caminhar e explorar o local...e foi que fizemos! Saímos para caminhar e conhecemos Rainbow Bay, a divisa dos dois estado Queensland e New South Wales (Sydney é a capital) e Tweed Heads bem ao longe (a foto atual de abertura do blog foi batida no "Danger Point" local onde está o monumento ao capitão Cook, que acho que foi o descobridor da Australia, e demarca a divisa entre os dois estados).
Depois de muitas fotos, fomos almoçar em Rainbow Bay...paramos em um pequeno restaurante e comemos um delicioso (e enorme) filé grelhado de peixe (barramundi), algumas batatas fritas e uma salada mediterrânea. Muito boa comida e nem tão cara para o padrão turista (gastamos por volta de 35 dolares com as bebidas).
Pegamos a estrada novamente (sem o GPS) e fomos para Surfers Paradise, onde caminhamos um pouco pelo centro cheio de lojas de grifes famosas tipo Prada, etc...mas como todo lugar onde a concentração de turistas é alta, "os problemas" também seguem na mesma proporção. Vou citar dois exemplos para que a minha impressão seja compreendida: No centro a sujeira na rua supera os limites do aceitável com as lixeiras transbordando...e outro fato que me chamou a atenção foi o posto policial que estava com uma fila de mais de 5 pessoas para serem atendidas...pensem bem segunda-feira às 3 da tarde!!!
Para finalizar nossa investida (por enquanto)nas praias Australianas, passamos no desconhecido Mc, pegamos dois cafés e nos dirigimos para o carro. Quando estávamos na estrada comecei a pensar que estava com saudade de casa...e o mais engraçado e estranho é que moramos a menos de 4 meses nesta casa, e tive uma sensação como se fosse mais tempo. Na realidade eu senti como se estivesse voltando para a Porto Alegre, um lugar que conheço bem e sinto a vontade...talvez eu esteja me sentindo a vontade aqui em Brisbane e após alguns dias fora jã sinta falta daqui...sei lá! Bueno, após menos de uma hora de viagem muito tranquila, chegamos em casa.
Gostamos muito da experiência de ser voluntários e ter a oportunidade de estar tão perto de um evento com alto nível de organização e de atletas. Bati muitas fotos mas com certeza não vou poder descrever ou mostrar tudo o que senti e presenciei aqui.
Como tudo na vida temos lados positivos e negativos...este evento teve muitos pontos positivos, contudo eu gostaria de relatar três pontos negativos que me chamaram mais a atenção.
Em terceiro lugar: A organização precisava de 1200 voluntários, se cadidataram 700 e no último dia de competições vieram só 50% dos candidatos!!! Bom, tudo bem é voluntariado, mas botou o nome, aparece para trabalhar!!!
Em segundo lugar: Em todo o trajeto da corrida e do ciclismo haviam passagem para que os pedestres pudessem passar pois a via estava isolada para o controle do fluxo de pessoas. Quando estávamos indo para o trabalho no domingo, um grupo de pessoas foi atravessar e desobedeceu a orientação dos fiscais! Resultado: vários atletas derrubados no ciclismo e pelo menos um teve que desistir da competição! Bom, eu e a Niara trbalhamos no mesmo posto a tarde e algumas poucas pessoas, aqui do primeiro mundo, também foram mal educadas conosco, mas ainda bem que não presenciamos outro acidente, UFA!
Em primeiríssimo lugar: Este fato, com toda a certeza, vocês não verão na teve ou em outro meio de comunicação oficial...durante o ciclismo da elite masculina, que estava muito bom, de repente ouvimos um estrondo logo atrás de nós! Eu não sabia o que era até eu olhar para a arquibancada...algumas das madeiras que faziam parte da arquibancada simplesmente desabou!!! A arquibancada estava lotada e umas 10 pessoas daquele ponto se amontoaram no chão...foi terrível!!! Logo o serviço médico e de manutenção chegaram no local e a situação foi controlada. No Brasil seria notícia nos telejornais...

Um grande abraço e em breve volto com novidades.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Mundial de Triathlon - Gold Coast 2009 - parte 3


Para quem está chegando agora, melhor se você ler a parte 1 e 2 primeiro, para se situar...
No domingo, as nossas tarefas começavam somente ao meio-dia, então decidimos dormir mais um pouco. Contudo, depois de dois dias acordando às 5 da manhã, acordei às 5.30! A Niara não, manteve o padrão dormiu até as 9. Saímos para o evento por volta das 10 horas pois lá, como todo grande evento esportivo tinha uma feira de produtos para o deleite dos atletas que gostam de bons produtos e de principalmente bons preços (me incluo neste grupo, é claro!)Antes disso, durante nosso trajeto para o evento tivemos uma prova de que "merdas" também acontecem por aqui! (NÃO ESQUEÇA POIS MENCIONAREI O FATO DEPOIS)Chegando no evento, passamos na tenda dos produtos oficiais do mundial, da ASICS, e encontramos muitos produtos (tênis, bonés, meias, camisetas, etc), mas o preço estava muito fora dos nossos padrões...Entramos na grande tenda ( a principal) e lá poderia se encontrar tudo que fosse necessário para o triathlon (bikes, rodas, wetsuits, trisuit, barras e carboidrato em gel, etc). Os principais expositores eram 2XU (90% das pessoas que circulavam no evento tinham alguma roupa desta marca, segundo a Niara), Zipp, Blue Seventy, PowerBar, Orca, Triathlon Queensland. A loja da Orca estava com uma liquidação muito boa...os macaquinhos top de linha da marca estavam sendo vendidos a AU$ 100,00 (perto de R$ 180,00) e tinha uns "balaios" por tamanho (P,M,G) que tinham top (AU$40,00, AU$40,00 bermudas e AU$ 70,00 macaquinhos)de todos os tipos!!! Comprei duas camisas cavadas tipo top para competir do modelo chamado "226" e uma bermuda do mesmo modelo para combinar. Paguei AU$ 120,00, por produtos que no site da marca custam por volta de AU$ 100,00, cada.
Fato negativo da feira: não tinha nada para a Niara, que a propósito ficou chateada por que segundo ela: "só tem coisa para homem e tudo caro!" Sorry.
Fomos almoçar e logo estávamos no trabalho de novo...Ficamos em um ponto de travessia de pedestres uns 400 metros afastado da entrada e saída principal dos atletas. O trabalho foi muito tranquilo e podemos bater algumas fotos enquanto trabalhávamos. Conseguimos ver a disputa das categorias junior feminino e masculino, sendo que antes nós já havíamos visto a natação da categoria junior feminino. E nosso trabalho era dar segurança para os atletas e para os pedestres proporcionando uma travessia segura. No ponto em que estávamos (canteiro de meio de pista)era para ser só para a travessia, contudo, alguns técnicos muito mal-educados por sinal nos encheram a paciência! Ficavam dando indiretas...porque estavam loucos que não podiam sair daquele espaço demarcado. Tinham técnicos das seguintes nações: Nova Zelândia, Alemanha, Japão, Canadá, EUA.
Também vimos uma francesa simplesmente arrasar na corrida da categoria junior e também pudemos ver o irmão mais novo do atual campeão mundial Alistair Brownlee disputar e perder para um espanhol na categoria junior masculino. Os caras correram os 5 km para 15 minutos baixo!!!!Mas o melhor ainda estava por vir...a elite feminina com a disputa do título mundial e do circuito Dextro Energy.
Após uma breve folga para hidratação e higiene, estávamos novamente no posto.
A prova feminina foi de excelente nível e o ritmo do pedal estava muito forte. Tinham quatro pelotões e as líderes do ranking (Emma Moffat da Australia e Lisa Nordén da Suécia) estavam no primeiro revezando com mais 8 atletas, entre elas Jerkins (Inglaterra), Haskins (EUA), Luxford (AUS). No final como aconteceu no masculino, após correrem todo o tempo juntas, Emma Moffat acelerou no final e ganhou o título sobre a atleta Lisa Nordén. Após, a passagem da última atleta, a olímpica Kate Allen da Austria, que nos agradeceu pelo apoio, fomos para o "barbecue" de confraternização. Era uma grande tenda com música ao vivo, área vip e tudo mais...a coisa iria longe naquela noite.
Para finalizar este extenso texto, um fato que para mim é novidade, mas quem já foi a algum mundial deve saber...do nada se formou um grande grupo que parecia aqueles dias agitados da bolsa de valores...era o "escambo"! Vários atletas trocando camisetas, casacos, meias, qualquer coisa!!! Bem legal!
Após o início da premiação fomos para o hotel pois já estava frio e estávamos muito cansados...

Em breve a parte final.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Mundial de Triathlon - Gold Coast 2009 - parte 2


No sábado acordamos muito cedo pois a Niara teria que estar na tenda dos voluntários às 5.30. Não tinha amanhecido ainda mas estava quase...Estava um pouco frio e saímos correndo em direção a competição. Chegamos lá, nos despedimos, a Niara me deu o moleton dela e voltei correndo para o hotel. Cheguei de volta as 5.33 e não demorou muito a Niara me ligou: "Tô loca de frio...não sei porque eu te entreguei o moleton." Depois ela disse que iria procurar algum lugar com sol para ficar. A primeira função dela era controlar o tráfego de pessoas que precisavam atravessar a avenida da prova. O meu trabalho iniciava às 11.00, também para controlar o fluxo de pessoas através do trajeto da prova. Dormi mais um pouco, tomei um chá e saí para o trabalho. Encontrei a Niara em um lugar para atravessar completamente tomado...acho que era o lugar mais movimentado pois era bem na saída para o ciclismo e corrida. Me apresentei na tenda para a tarefa e todos estavam bem perdidos...tanto que me mandaram para um posto uns 30 minutos depois que eu cheguei...Meu posto era muito bom...pouco fluxo, os atletas passavam em uma só direção e trabalhei sozinho. O mais legal era quando me perguntavam algo, pois eu não me preparei para isto...e perguntavam: onde é a linha de chegada? onde é a transição? onde é a premiação? que horas é a largada da elite masculina? se eu for por aqui eu consigo chegar na beira da praia? meu deus!!!! Bom...fiz o que pude para explicar...e acho que deu certo.
Logo se passaram duas horas e a Niara já estava liberada. Falei com um cara da organização e saímos para almoçar. Almoço: Niara comeu um "wrap" (um troço enrolado com um monte de coisa dentro...) e eu comi um hamburger com fritas (não tinha muita opção). Eram perto da duas da tarde e fomos nos posicionar para assistir a elite masculina. Ficamos extremamente bem posicionados bem na esquina entre o corredor de saída da natação e a transição (por isso que eu consegui tirar as fotos dos atletas bem de perto). Não tinha ninguém por perto e a arquibancada estava lotada (AINDA BEM!!! DEPOIS EU EXPLICO, TÁ!)
De lá assistimos os atletas chegando para fazer a entrada na área de transição, eles aquecendo e se dirigindo para a praia. Tinham dois telões onde conseguimos acompanhar toda cobertura da prova desde a largada até o final. Foi muito emocionante, porque como eu acompanhei a quase todas as etapas do circuito mundial, e aquela era a final com os melhores triatletas olímpicos do mundo!!! A nata do triathlon mundial estava lá. Bem, vamos a prova:
Como acontece em todas as provas da International Triathlon Union, organização responsável pelo triathlon no mundo, os atletas fazem as duas primeiras partes, a natação e o ciclismo muito juntos, e normalmente usamos o termo "pelotão". Então, a natação foi desenvolvida com dois russos nadando muito forte na frente e um pelotão bem compacto atrás. Quando saíram da água foi muito legal todos praticamente fizeram a transição juntos, vocês tinham que ver que loucura! Não sei como que eles se acham! No ciclismo, não demorou muito e o grupo se dividiu em quatro pelotões. O primeiro estavam: Brownlee, Gomez, Whitfield, Techlar, Reed, Frodeno, os russos, entre outros. Sendo que Brownlee e Gomez estavam disputando o título do circuito. Alguns tentaram "quebrar" (outro termo bem comum no triathlon que significa sair do ritmo do pelotão acelerando o mesmo) o pelotão. Matt Reed da Nova Zelândia tentou uma vez, mas não conseguiu, pois logo o pelotão se recuperou da quebra. Eram 8 voltas no ciclismo e lá pela quinta volta o português Bruno Pais e um ucraniano, quebraram o pelotão e abriram por volta de 1 minuto.E foram eles que fizeram a transição em primeiro lugar. Mas logo o pelotão principal chegou e começaram a correr. O grupo que começou correndo com mais consistente era composto por: Brownlee, Gomez, Frodeno. E logo ficou somente Brownlee e Gomez... Eles fizeram praticamente toda a corrida juntos e faltando uns 400 metros Brownlee arrematou o título mundial com uma quebra de ritmo que Gomez não conseguiu recuperar! Pô, eu estava torçendo para o espanhol Gomez!Ah, o terceiro foi o campeão olímpico em Beijing 2008, o alemão Jan Frodeno.
Assistimos a premiação, passamos no Subway e fomos para o hotel descansar pois o outro dia seria puxado de novo!

Continua...

Mundial de Triathlon - Gold Coast 2009 - parte 1


Esta é a primeira parte sobre nossos quatro dias em Gold Coast nos quais foram dois dias direto no evento (sábado e domingo). No todo serão quatro partes, sendo uma para cada dia (óbvio, né?)
Nossa aventura começou com uma sexta-feira muito movimentada, a Niara acelerando tudo no trabalho para sair mais cedo e eu acordando as 5 da manhã para sair para pedalar (viu Marcelinho como eu tô disciplinado!) e depois eu ainda tinha aula das 08.30 às 11.00 e das 12.00 às 14.30! Consegui chegar em casa um pouco mais cedo, por volta das 14.00 e arrumei as minhas coisas. A Niara chegou logo em seguida e por volta das 16.00 saímos. A viagem começou com o trânsito todo trancado na Pacific High Way (tipo BR 116), pois todo mundo que mora nas cidades vizinhas e na própria Gold Coast usa esta via por ser mais rápida. Após alguns engarrafamentos e trânsito lento o ritmo começou a melhorar. Nos perdemos um pouco na chegada pois o GPS nos mandou para o lado contrário da rua do hotel, e para conseguir trocar o lado com o tráfego muito movimentado foi bem complicado, mas conseguimos chegar no hotel na hora combinada. O Sundale Hotel era bem simples mas com tudo o que necessitávamos para passar três noites. Fiz a reserva com muita antecedência por meio de um site de reservas e pagamos AUD$ 286,00 no ato da reserva, por um quarto com uma cama queen size e uma de solteiro, com geladeira, utensílios para fazer café e chá, ventilador, televisão, banheiro grande e principalmente muito bem localizado. A propósito, eu coloquei na reserva que chegaríamos às 14.00 pois o plano inicial eu iria trabalhar na sexta-feira durante o dia também, mas mudamos de horário de chegada pois as minhas aulas começaram no mesmo dia.
Saímos a noite para ver o melhor caminho para ir para a competição pois a Niara tinha trabalho no sábado às 5.30 da manhã,e para comprarmos algumas coisas para ã janta e para o café da manhã.
Vimos toda a estrutura montada na área de competição, alguns atletas e na volta cruzamos pela vice-campeã mundial de triathlon, a sueca Lisa Nordén!
A Niara foi dormir cedo e eu fiquei vendo "nosso time" de rugby, o Brisbane Broncos, vencer a primeira partida das semi-finais da NRL (National Rugby League)contra o time de Gold Coast, os Titans.


Continua...

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Primeiro dia de aula...


Ontem, dia 08/09 voltei a estudar. Tudo aquilo que um ser humano sente quando vai de encontro a uma nova situação, eu senti...fiquei tenso, estômago embrulhado, medo de não entender nada...
Como a aula começava as 11.45, mantive a minha rotina diária do treino de natação, que também estava um pouco desafiador também, e voltei para casa para me organizar para a aula.
Organizei meus materiais (caderno, caneta, lápis-borracha), verifiquei os ônibus que passam no lugar do curso e saí de casa por volta das 10.45, diminuindo as chances de me atrasar porque no site dizia que o trajeto seria percorrido em 15 minutos, e eu não queria me atrasar.
Peguei o ônibus e usei o meu cartão "GO" (tipo cartão TRI), e a tarifa é de estudante...hehe...fazia tempo hein...
Cheguei 30 minutos antes no local da aula e fiquei esperando...chegaram os meus novos colegas, e tudo estava muito estranho, pois todos estavam no corredor sentados pelo chão e nas escadas (eu estava na única cadeira que tinha...também, cheguei primeiro né!) e ninguém falava nada...
O professor chegou, entramos na sala e começou a aula...bem, pelo que eu entendi, o professor estava substituindo e deu uma daquelas aulas que qualquer vagabundo adora...escreveu o nome no quadro, entregou as apostilas, começou a ler, fez alguns comentários, perguntou se alguém tinha alguma dúvida, pediu para cada fizesse algumas leituras para si mesmo, orientou para fazermos os exercícios no final do capítulo...e daqui a pouco meus colegas começaram a levantar e sair...até aí eram 12.50!!! Eu não entendi nada...mas pelo visto a aula foi aquilo mesmo! A propósito, a disciplina é sobre as leis se aplicam as atividades de fitness e esporte e algumas orientações sobre como abrir um negócio próprio. Ahh, outro fato curioso...em dado momento o professor perguntou: "Quem daqui é do Brasil?" daí,é óbvio, levantei a mão...e qual foi a minha surpresa, o tigre do meu lado, levantou a mão também!!!
Olha...para muitas pessoas isso seria o máximo, mas infelizmente para mim, não! Eu estou neste curso para melhorar meu inglês e adquirir uma formação que é necessária para que possa trabalhar. Então, tomei uma decisão, independente o que aconteça, vou falar sempre em inglês!!!
Bom...fiquei bem decepcionado, mas vamos lá, que na sexta tem aula de novo, só que desta vez é sobre Personal Trainer e Treinamento de Condicionamento e Força.
Tomara que melhore!!!

Abraços.

domingo, 6 de setembro de 2009

Praia!!!


Não lembro se havia mencionado anteriormente que iríamos trabalhar como voluntários no campeonato mundial de triathlon, mas só para confirmar que nos dias 12 e 13 de setembro estaremos em Southport, Gold Coast, trabalhando como voluntários.
Como eu não participei de nenhuma seletiva no Brasil para participar do mundial e não sou cidadão australiano (ainda...)resolvi me candidatar para trabalhar no evento, e a Niara se interessou também (vamos deixar bem claro que ela se interessou voluntariamente), e desde então estamos recebendo emails dos organizadores a respeito do evento.
Na semana passada recebemos a informação sobre o treinamento dos voluntários no local da prova e também recebemos antecipadamente nossas funções com a descrição da atividade e horários de entrada e saída (a Niara não gostou muito das funções dela...).
Então, no sábado, acoordamos lá pelas 7 horas da manhã, e estava chovendo (que beleza hein, primeira vez que nós vamos para praia aqui e chove!)Bom...tomamos café, registramos o endereço no GPS do celular e fomos embora.
Para achar o caminho da estrada foi muito fácil (até sem GPS), em menos de 10 minutos estávamos na Pacific Hwy, que é uma estrada que serve de caminho para ir para o sul (Sydney por exemplo). A estrada é ótima, larga e após alguns poucos kilômetros com o limite de 80 vai para 110 e com 4 pistas). É claro que tem vários motristas dirigindo acima do limite, mas são 4 pistas e mesmo com muitos carros, o movimento flui muito bem.
Foram mais ou menos 60 km de estrada e pegamos a saída para Southport e mais uns 15 km chegamos na Gold Coast Hwy exatamente na frente do local do evento!
A viagem não durou mais do que 1 hora, então resolvemos andar e conhecer o lugar.
No local onde acontecerá a prova, a estrutura estava quase toda pronta (isso serve de exemplo para os organizadores de competições no Brasil!) bem no centro do complexo, tem um centro aquático com pelo menos 3 piscinas, e mais, só de chegada vi mais 10 triatletas pedalando, correndo e nadando na "Broadwater" (é tipo uma enseada, baía, sei lá...pois onde vai acontecer a prova não é mar aberto, parece um lago que tem ligação com o mar.) Mais fácil é entrar no Google mapas e digitar "Southport, QLD", daí dá para ter uma idéia o que é.
Paricipamos do treinamento, comemos alguns sanduíches (todo treinamento, curso, palestra tem comida), e como eram perto das 11 horas resolvemos ir conhecer a praia de Surfers Paradise, que também é muito perto, cerca de 6 km de Southport pela Gold Coast Hwy. Olha...a praia não tem nada de mais, na realidade tem de menos, com relação ao Brasil é muito diferente, pois não tem nada na areia (quiosque, ambulantes, cachorros, mulheres bonitas...hahaha).
Então...em mais ou menos 1 hora estávamos em casa de volta e ainda deu tempo de almoçar fora...ahh, o tempo deu uma melhorada boa e já praia o sol estava muito forte.

Beijos e abraços!!!

sábado, 29 de agosto de 2009

Rústica "Bridge to Brisbane"


Hoje aconteceu, aqui em Brisbane, a famosa rústica "Bridge to Brisbane", com as distâncias de 5 e 10 km, e diversas categorias (corredores, caminhantes e equipes), e o número de inscritos superou os 45 mil...
Bom, como escrevi no post anterior eu trabalhei como "Pace Runner", que são pessoas contratas pela organização para ajudar os corredores a obterem um ritmo adequado e atingir o resultado.
O ritmo que deveria fazer era de 5 min/km ou 12 km/h, que a mesma coisa só que mudam as medidas. A Niara achou cara a inscrição e se infiltrou no meio da multidão para correr também (nós vimos várias pessoas fazendo o mesmo) e fez o ritmo dela.
Eu tive problemas para localizar o kilômetro um e acabei fazendo um ritmo um pouco mais forte, e tive que carregar uma haste com uma bandeira que balançava horrores pois a corrida foi na beira do rio e com muito vento, mas no final o que valia mesmo era a mega festa que todos estavam fazendo.
Coisas interessantes da prova: as pessoas que assistiam torciam e incentivavam muito, muito mesmo, a água disponibilizada vinha de mangueira para uns galões e depois para os copos...sem palavras, né?
Estava muito quente e o percurso era como quase todos aqui: ondulado. Me esqueci de mencionar que eu e a Niara fizemos o percurso de 5 km.
Resumo final: ganhei uma camiseta regata bem legal, peguei na chegada uma camiseta da prova para a Niara, ganhei um edição do jornal "The Sunday Mail"(um dos patrocinadores), ganhei uma pochete para carregar uma garrafa para água( era onde a haste com a bandeira estava presa em mim...) e nos divertimos muito.

Beijos!

3 meses de experiência...


Pois é...completamos 3 meses de nova vida aqui em Brisbane com muito aprendizado e com certeza muita dificuldade. Mas as dificuldades sempre nos levam para um nível adiante e que só assim podemos crescer como pessoas.
A Niara quando chegou aqui, apesar do ótimo nível de inglês, não entendia o que os pacientes diziam e com os colegas de trabalho não era diferente...e olha que colocaram ela para atender pacientes sozinha na primeira semana!!!
Agora ela está muito mais tranquila...atende os pacientes e até está sendo reconhecida como uma profissional muito comprometida e querida. Ela preparou e apresentou uma aula sobre câncer entre os médicos, e se saiu muito bem.
Fora do hospital as vitórias foram muitas pois apesar de não se alimentar direito (eles não param para o almoço) ela conquistou um físico bem estruturado treinando na academia do hospital e às vezes correndo comigo. Mas a maior vitória maior foi ter aprendido a dirigir no lado contrário (mão esquerda)!!!
Do meu lado, apesar de ainda não estar exercendo nenhuma atividade remunerada, obtive diversas vitórias no dia-a-dia. Por exemplo, pego ônibus para qualquer lugar sem me perder (agora né!, já consegui achar um sapateiro (que caro pra caramba!), já achei costureira (também caro!), já fiz minha carteira da biblioteca municipal (que é de graça!), já consegui em várias reuniões, discutir sobre a minha educação, fiz um curso de primeiros socorros (obrigatório para trabalhar na minha área), participei de um simpósio sobre esporte, ja consigo ter confiança para telefonar para pedir informação ou até mesmo atender o telefone (e entender quase tudo!), consigo entender as piadas do seriado americano "Two an Half Man", descobri que eu acho o inglês americano muito mais fácil de entender, já atuei como voluntário em uma rústica, já fiz cotação sobre preços de seguro de automóvel (pessoalmente) entre outras coisas...e realmente aprendi que em primeiro lugar tem que ter muita auto-confiança todos os dias, pois é muito complicado sair todos os dias de casa e saber que ninguém vai falar contigo no teu idioma.
Valeu a paciência de ler tudo isso gente, obrigado!
Beijos e saudades!!!
Obs.: Tinha me esquecido de uma coisa que aprendi aqui...agora quando vou atravessar a rua olho para o lado certo!!! (aqui é mão esquerda e os carros vem do outro lado, né!)

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Banquete em Brisbane


A história começa com um bom jogador de futebol que é visto por diversos olheiros estrangeiros e finalmente é contratado. O time é de primeira linha, mas o bom jogador tem que se mudar para outro país..."Vamos lá" disse o bom jogador. Imaginem como se sente uma pessoa que recebe um convite milhonário e tem a oportunidade de mudar completamente a vida de todos que o cercam.

Muito dinheiro, fama, carrões e podendo melhorar cada vez mais, imaginem...

Daí, o bom jogador, assina o contrato e vai para o clube estrangeiro. Chegando lá tem apresentação, ele coloca a camisa do time, dá entrevistas (claro que com um tradutor a tira-colo!) acena para a torcida, faz algumas brincadeirinhas com a bola e diz que o sonho da vida dele era vestir aquela camisa. Ah, não podia me esquecer, como o bom jogador é jovem, também é visto como promessa (investimento) futura do clube, então o contrato assinado foi de 5 anos.

Nos primeiros dias tudo é festa...tudo é novidade...tudo é muito melhor!!!

Após as duas primeiras semanas as coisas começam a mudar...ele quer beber cerveja na rua após uma partida vitoriosa, não é permitido! Ok, tudo bem. Ele quer comer em um rodízio de carnes (espeto corrido), mas aqui só tem "barbecue". "O que é isso?"-pergunta o bom jogador. E respondem para ele: "É o nosso churrasco que é feito na grelha a gás ou elétrica, e as carnes são salsicha, frango e canguru". "Bom, até que não gostava tanto de carne vermelha mesmo, e pode ser uma boa para minha saúde também"- exclamou, um pouco tristonho o bom jogador.

Três semanas se passaram e o nosso jogador começa a ter saudade da comidinha da mamãe...e o que ele quer comer? Para nós brasileiros, o prato mais simples e completo principalmente para as classes sociais médias e baixas é o famoso, inigualável e irresistível: arroz branco com feijão!

"Talvez até dê para colocar um bife de canguru junto para ficar bom."-pensou o nosso jogador.

E ele procurou, procurou, perguntou, procurou de novo...e descobriu a pior coisa que ele poderia descobrir...aqui não tem feijão preto!!!

Com um mês de clube o nosso glorioso atleta pediu demissão...

Vocês com certeza conhecem algumas histórias de jogadores de futebol e outras modalidades que frequentemente não se adaptam aos hábitos, e principalmente, não se adaptam a alimentação do outro país, e que de repente retornam ao país de origem. Pode até não ser só por causa da comida, mas que ela influencia na decisão, com certeza influencia.

Bom, a comida aqui realmente não é algo muito simples de se adaptar, contudo, o mundo globalizado do jeito que está sempre existe a oportunidade e deixar a alimentação mais parecida com a qual estamos acostumados.

Escrevi tudo para dizer que eu e a Niara tivemos um banquete maravilhoso ontem, e o prato principal foi arroz branco com feijão preto e uma garrafa de vinho tinto!

Encontrar feijão aqui não é fácil, mas temos vários conhecidos que sabem que no Brasil se come muito feijão preto e descobrimos que os ingleses também gostam desta iguaria. Só sei que no final das contas uma colega da Niara que é inglesa achou o tal do feijão preto em uma feira e comprou dois kilos para nós.

Bom, é claro que um feijão preto tem e teve todos os seus acompanhamentos (temperos): linguicinha (pepperoni), folha de loura (bay leaves), orégano (oregano leaves), alho (garlic), cebola (onion), azeite de oliva (olive oil), bacon. Bah, ficou tri bom, mas o pepperoni deixou tudo muito apimentado...

Até a próxima!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Se perdendo em Brisbane...


Hoje pela manhã saí mais uma vez em busca de um bom trajeto de ciclismo aqui em Brisbane. Como sou teimoso...muito teimoso, estou preferindo pedalar sozinho ao invés de procurar algum grupo que conheça os lugares melhores ou as rotas mais utilizadas por quem treina ciclismo.
Bom...mais uma vez como acontece todos os finais de semana eu iria tentar achar um percurso que já havia visto nos mapas, no Google e em site chamado "mapmyride", mas desta vez foi um pouco diferente pois eu tentaria continuar em um percurso que eu desisti, na semana passada...
Segui todas as diretrizes previamente estabelecidas seguindo o curso do Rio Brisbane contornando a Universidade de Queensland, e após muitas subidas e descidas achei a rota que eu deveria ter seguido no sábado anterior. Contudo, como não conhecia direito o percurso, em uma bifurcação entrei a esquerda pois o rio estava à minha esquerda, e acabei me perdendo de novo...Saí em um parque junto ao um campo de golfe, e que até achei bem bom pois o asfalto era perfeito e sem nenhum movimento, mas quando cheguei em um parque no final da estrada não tinha para onde ir...
Tentei retornar pelo mesmo caminho, mas entrei uma rua adiante, eu acho..., daí tentei ir pelas placas e se passasse algum ciclista eu iria atrás. Consegui me localizar bem rápido, pois passei por uma escola luterana na vinda e na volta passei novamente, mas pelo outro lado. Finalmente, após mais algumas subidas e descidas (velocidade atingida nas descidas 60km/h), agora imagina o que foram as subidas..., encontreium placa indicando a direção do centro, e eu fui reto...não fui subindo e descendo, de novo!!!
Sabe aquela impressão de achar que já passou por aquele lugar? Pois é, só quando se vem por outra direção, o já conhecido lugar fica irreconhecível!
No final das contas consegui achar o percurso de volta, e quando cheguei em casa constatei que eu cheguei muito perto do percurso que eu havia estabelecido, só que naquela bifurcação mencionada acima eu deveria ter mantido o sentido da via e não ter entrado à esquerda. Na próxima vez eu acerto o trajeto!
O que fica de experiência são os caminhos mais bonitos de se pedalar, na beira do rio com vários parques, muita vegetação, belo asfalto e principalmente pouquíssimo movimento de outros veículos.

Abração a todos!

PS.: A foto em anexo foi quando eu cheguei em casa após este treino de "lost".

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Temos condução própria


Há mais ou menos três semanas decidimos que iríamos sair para "olhar" alguns veículos para, talvez, em um ou dois meses realmente efetuar a compra. Duas semanas atrás pesquisei alguns modelos que seriam viáveis na internet, enviei alguns emails para ir conhecer alguns modelos e a idéia que eu tinha era de comprar um carro zero. Contudo, conversando com alguns colegas de trabalho a Niara soube que era melhor comprar um usado em boas condições pois a desvalorização seria menor. Marquei algumas visitas fomos conhecer os veículos em um sábado.

Chegamos no horário marcado e a pessoa que iria falar comigo não estava, e uma coisa que acontece muito por aqui, quando nos entramos na loja ninguém veio nos atender, e não foi em uma ou duas lojas...Melhor assim olhamos bem dois modelos em duas lojas diferentes, um Hyundai Getz e um Kia Rio. Gostamos muito dos modelos pois o que estávamos procurando era algum com 4 portas e mais "popular". estas lojas ficam em um lugar que tem várias de novos e usados, então fomos procurar algum que tivesse um preço adequado às nossas condições. Procuramos, procuramos e achamos um ótimo veículo com bom preço, mas é claro um pouco acima do que estávamos dispostos a gastar. Ele atendia a todos nosso requisitos: 4 portas, câmbio automático, direção hidráulica, ar-condicionado, ABS, 1.6, baixa kilometragem (17000) e o ano é 2005. É um Peugeot 206 branco super conservado.

Agora os detalhes da venda...

Primeiro o carro vem com garantia, mas só cobre até $500,00 por chamado e sendo somente 3 chamados no período de três anos, então tentaram nos vender um adicional que cobria tudo. Não aceitamos. Depois veio um vendedora tentar nos vender uma tal de proteção para a pintura do carro que até é bem legal, mas no momento estava muito caro ($1,300.00), e ela insistiu muito, mas não aceitamos. Deixamos os documentos necessários e um "sinal" para garantir a compra, e nós tivemos 48 horas para desistir do negócio, e pegar o dinheiro de volta. Combinamos para pegar o carro no sábado passado e para finalizar o pagamento deveríamos utilizar um "cheque do banco". O que é este cheque? Bom, nós fomos no banco pedimos o tal do cheque, a atendente do caixa preencheu com os dados da empresa que iria receber e assinou. Detalhes, nós não precisamos assinar e o valor foi debitado da conta no momento da emissão do cheque, isto é, este cheque equivale como dinheiro, e a pessoa que recebe tem certeza do pagamento.

Enfim, trouxemos o veículo para casa usando o GPS do meu celular para não nos perdermos, e agora ele está bem acomodado em nosso espaço da garagem.

Agora poderemos sair mais para conhecer as praias e tirar bastante foto para mandar para vocês!


Beijos e abraços!!!

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Volta aos treinos

A Niara desde que chegou aqui, descobriu uma academia dentro do hospital que ela trabalha e tem treinado direto. Aqui ela fazendo uma demonstração, eheh...
E eu, após um curto período de adaptação, voltei a treinar regularmente. Até o início desta semana eu estava apenas nadando algumas vezes por semana, experimentando a bike e de molho da corrida (tive uma lesão na meia-maratona do CORPA). Resgatei meu três vezes (eu acho...) ex e atual técnico Marcelo Diniz, e recomecei os treinos. Aqui a estrutura é boa pois no trânsito tem muito lugar para pedalar, a piscina que estou nadando é ótima (50 metros, aberta e com 2 metros de profundidade) e para correr as possibilidades são infinitas.


Por falar em trânsito e lugar para pedalar, aqui tem vários sites que informam rotas para pedalar e como sou novo aqui e preciso de rotas, principalmente para fazer os treinos longos (tudo sozinho), pesquisei algumas perto aqui de casa. Na última segunda-feira, fui tentar achar umas das rotas, que bem na verdade eu fui obrigado pois trancaram o trânsito por onde eu ia passar e tive que entrar em uma estrada tão movimentada que eu até lembrei da Ipiranga em horário de pico...e a primeira coisa que eu pensei: "Vou ver se encontro uma das rotas!" E daí, vocês tem uma chance para acertar o que aconteceu...é óbvio que eu me perdi !!! Olhei para o velocímetro e vi que não estava tão longe...e segui os meus instintos e algumas referências, pois se eu vim pela beira do rio, atravessei uma ponte e estava do outro lado, eu deveria procurar a beira do rio do outro lado e voltar, certo? Sim, só não me avisaram que tinha uma mega subida para eu chegar no meu caminho. Falando nisso, eu não sei se é assim em toda a Australia por causa da formação rochosa, mas o cidadezinha que tem subidas...aqui é assim, se não está subindo está descendo em 90% da cidade, pelo menos vou ficar com as pernas bem fortes, ehehehe... Bom, no final das contas consegui subir e achei o caminho, que até eu já conhecia, só que por outro ângulo...


Ah, outra novidade, eu e a Niara vamos participar como voluntários no Campeonato Mundial de Triathlon que será realizado em setembro em Gold Coast, bem legal né? Vai ser uma ótima opotunidade de conhecer os melhores triatletas do mundo. Eu também me inscrevi para ser "pace runner" (no Brasil, o nome de quem é chamado pela organização para dar ritmo de corrida para os participantes é coelho) em uma rústica de 10 km no final de agosto.





É isso por enquanto, grande abraço.