Alguém sabe a resposta para pergunta feita no título desta postagem? Você já parou para pensar nisso? Bom, eu não sei a resposta de qual é o melhor método de treino para o triathlon, mas eu estou muito perto de saber qual é o meu melhor método de treinamento. Como é que eu sei disso? Antes vou citar o que me motivou a escrever esta postagem.
Um lugar para descrever as experiências vividas como triatleta e contar histórias da nova vida aqui na Austrália.
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
Qual é o melhor método de treinamento para o triathlon?
Alguém sabe a resposta para pergunta feita no título desta postagem? Você já parou para pensar nisso? Bom, eu não sei a resposta de qual é o melhor método de treino para o triathlon, mas eu estou muito perto de saber qual é o meu melhor método de treinamento. Como é que eu sei disso? Antes vou citar o que me motivou a escrever esta postagem.
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Planejando 2011
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
IRONMAN WESTERN AUSTRALIA 2010
Nossa jornada para a participação em mais um Ironman começou com vôo de 5 horas de Brisbane para Perth, a capital do Oeste da Austrália. Desta vez preferimos ter nossas atividades organizadas por uma empresa que faz turismo esportivo na Australia e no mundo, a Tri Travel. Chegamos em Perth com um calor de 37 graus, e nos hospedamos por uma noite em um hotel bem simples perto do aeroporto. No dia seguinte embarcamos para seguir por aproximadamente 300km para o sul, onde está localizada a cidade de Busselton na famosa região de “Geographe Bay”. O pacote que compramos com a Tri Travel era composto por 7 dias de hospedagem, transporte a partir de Perth, reconhecimento dos percursos de natação, ciclismo e corrida, orientação técnica de um triatleta professional sobre os trajetos (o atleta foi o aussie Luke Bell), e além disso tivemos entrada e mesa VIP durante o jantar de abertura e encerramento.
Agora a prova. Nos dias que antecederam a prova o tempo virou de muito quente para frio, e de ensolarado para chuvoso. Como a largada estava prevista para às 5.45 e o ônibus nos pegaria às 4.00, tivemos que acordar às 2.30... Eu até que eu dormi bem, acho que umas 6 horas.
A largada dos profissionais foi dada 15 minutos antes da nossa, e o dia até que não estava dos piores, com céu aberto e claro. A água estava 21 graus, e a natação tinha tudo para ser tranqüila, pois o mar estava completamente parado, uma piscina. A outra vantagem foi o fato da natação ter sido feita contornando um longo píer chamado de “Jetty”. Era só ida e volta e o meu objetivo de 1h10min até que era aceitável! A visibilidade da água estava impressionante, pois conseguia ver o fundo do mar por todo trajeto. O problema foram os “stingers” (tipo de mãe-dágua) que chegaram mais cedo neste ano, estavam por toda parte e me queimei no pescoço e o mais inacreditável: consegui queimar o lado interno da boca!!! Não sei se eu comi aqueles bichos ou não, mas eu sei que na primeira parte do trajeto eu estava tendo uma tipo uma reação alérgica e comecei a sentir a minha garganta como se estivesse inflamada e fechando... Bom, passei por alguns momentos muito preocupado, contudo me acalmei e tentei evitar o contato com aqueles bichos. Eu fiz a parte da natação em 1h07min01seg, e utilizei os seguintes equipamentos: roupa de borracha STR PRO Speedo, óculos Hammer-head (tipo sueco), top Triple Play da minha equipe de ciclismo a Activ Cycle Coaching, bermuda Orca 226.
Fiz uma transição relativamente rápida (por volta de 3min), e saí para o pedal.
Meu pedal foi excelente! Como o trajeto era composto por 3 voltas de 60km, e o meu objetivo era fazer cada volta para 1h50min e fechar para 5h30min. Apesar de ter o meu plano com relação ao tempo de cada volta, eu tinha outras variáveis mais importantes para seguir: potência e cadência. Como eu estou usando um medidor de potência eu planejei, de acordo com o meu treino, a potência estimada para eu seguir foi de 200 watts e uma cadência de mais ou menos 90rpm. O mais interessante de tudo foi que até comprar este equipamento eu seguia tinha velocidade como referência, e nesta prova a minha referência foi quase exclusiva à potência que eu estava gerando no pedal. Controlei o tempo todo e percebi que no decorrer da prova, mesmo fazendo as voltas no mesmo tempo, 1h45min, eu aumentei a potência média de 170 até 200 watts, e finalizei com a média de exatamente 200 watts e 80 rpm. Eu estava com uma sensação muito estranha, pois eu achava que estava indo muito bem e ficava só esperando o momento de quebrar, o que não aconteceu... Segui meu plano de nutrição e hidratação e acho que isto me ajudou muito. Nesta prova foi introduzida a nova regra de 12 metros de distância no ciclismo e os fiscais foram muito rígidos com o cumprimento dela. Não tive nenhum problema com a regra, mas foi um pouco estressante ser ultrapassado por alguns e que logo adiante paravam de pedalar ou diminuíam o ritmo para comer. O que tornou a prova na maioria do tempo e um treino longo intervalado! O que mais me surpreendeu foi que eu consegui encontrar a minha melhor posição aerodinâmica na bike e melhor, eu estava muito confortável naquela posição. Fiz o pedal em 5h15min32seg e utilizei os seguintes equipamentos: bike Planet-X Stealth, rodas Reynolds DV66, sapatilha Sidi T1, medidor de potência Quarq Cinqo, computador Garmin 500 Edge, capacete Limar Crono e óculos Oakley.
Transição dois eu demorei um pouco mais do que na primeira, pois tive que pagar um pedágio no banheiro...não consegui fazer xixi na bike... Quando eu pulei da bike eu pensei que teria aquela dor na lombar que eu tive quando fiz um pedal semelhante no Ironman de 2007, onde eu fiquei 90% no clip, mas apesar de descer da bike com alguma dificuldade, por volta do km 5, comecei a me sentir muito confortável. A corrida foi feita em 4 voltas de 10.5km e apesar de inicialmente não gostar da idéia, acabei achando ótimo, pois em cada volta passamos pela chegada que era no meio da avenida principal de Busselton. Foi excelente ter muita gente por perto na maioria do tempo, e eles nos ajudaram muito torcendo e incentivando o tempo todo!
Com relação a minha performance na corrida, eu não poderia esperar mais do que eu fiz após tantas lesões que eu tive neste primeiro semestre. Isto não é desculpa para dizer porque não fiz uma corrida melhor, mas eu tive uma lesão no joelho direito a dois meses da prova e tive que parar por um mês, e com isso não consegui fazer nenhum treino longo após o meio ironman de Gold Coast em outubro, por isso eu não tinha uma base muito sólida para uma corrida tão longa. A corrida foi em um terreno plano e na maioria em um caminho asfaltado na beira da praia. Não estava quente nas duas primeiras voltas, mas o sol abriu na terceira e começou a ficar muito difícil. Mas apesar disso eu consegui atingir o meu objetivo para esta maratona: não caminhar! Foi uma batalha, foi difícil e me exigiu mais do que eu imaginava que conseguiria, contudo cumpri minha missão de não caminhar (mesmo quando estava me hidratando e comendo). Fechei a maratona para 4h13min13seg e utilizei os seguintes equipamentos: viseira Saucony, tênis Saucony type A, mesmo top, bermuda e óculos que citei antes e mais uma vez não usei relógio.
Tempo total de prova: 10h42min37seg (recorde pessoal)
Pontos positivos: TODOS!!! Clima perfeito, equipamento ideal, alimentação suficiente, prova muito consistente!
Pontos negativos: Não tinha como eu fazer diferente com o histórico de lesões eu tive que superar para estar nesta prova, então eu não consigo definir nada que eu pudesse fazer diferente.
Muito feliz com o nosso resultado (não conseguimos nada sozinhos!) e com os novos amigos que fizemos na prova. Eu consegui tirar algumas conclusões a respeito dos meus treinos, mas a principal delas foi que o meu corpo funciona melhor com um treino de volume abaixo do padrão. Treino menos, mas treino no ponto em que eu consigo melhorar a minha performance. Outro fator importante, principalmente no ciclismo, foi o fato de treinar muito no Computrainer, sozinho, em grupo, após o treino longo, etc...
Bom caros amigos, estou me recuperando muito bem e rapidamente, e após esta breve parada vou retomar os treinos pois o planejamento de provas para o primeiro semestre de 2011 está pronto, e a minha prova alvo será o Challenge Triathlon em Cairns (mesmas distâncias do ironman).
Grande abraço!
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
sábado, 16 de outubro de 2010
Muito ocupado mesmo!!!
domingo, 3 de outubro de 2010
Gold Coast Half Ironman 2010
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Muitas novidades!!!
sábado, 4 de setembro de 2010
E a base está estruturada!!!
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Melbourne City
Após passarmos a maior trabalheira para chegar no nosso hotel em Maroondah, conseguimos nos organizar e retornar para o centro de Melbourne, onde nos tínhamos reserva em outro hotel.
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Treinos e afins...
Eu estou tratando uma lesão antiga e uma nova por volta de três meses com fisioterapia e pilates, e os resultados estão sendo bem positivos. Tenho alternado uma sessão por semana de cada porque este tipo de serviço é muito caro por aqui.
Após uma tentativa frustrada de treinar com um técnico daqui, busquei um excepcional apoio do meu técnico de triathlon em Poa, e estou conseguindo organizar meus treinos de acordo com as minhas necessidades e objetivos. Posso dizer que quando um atleta, mesmo amador como eu, começa a entender como o corpo funciona e consegue agregar este conhecimento à experiências passadas, os treinos ficam cada vez mais específicos, e por isso é tão difícil treinar com um técnico ou com um grupo as três modalidades. Vou contar como os meus treinos estão neste momento.
O professor Marcelo Diniz está me ajudando com meu planejamento e eu estou organizando as sessões de treino de acordo com os volumes e intensidades propostas. Isto é, eu tenho autonomia para realizar os meus treinos desde que estejam de acordo com o planejamento. Eu acho que esse é o caminho que vai me dar bons frutos no futuro, pois ninguém melhor do que eu para entender meu próprio corpo, você não concorda?
Atualmente tenho uma rotina de 4 treinos de natação, 4 treinos de corrida e 3 treinos de ciclismo, sendo divididos da seguinte maneira:
-Natação: segunda à quinta (limiar às terças)
-Ciclismo: terça (força), quinta (limiar) e sábado (transição)
-Corrida: segunda (aeróbio), quarta(intervalado/lomba), sexta (longo) e sábado (transição)
Tenho feito a natação sozinho em uma ótima piscina perto de casa, a corrida também tenho feito sozinho (às vezes com Niara) e os treinos de ciclismo eu tenho feito alguns no computrainer.
Esta rotina descrita acima está de acordo com o que eu entendo ser bom e suficiente até o momento para mim, e não tenho nenhuma intenção de dizer que este tipo de programa é melhor ou pior que os outros, contudo, quando mais customizado o programa for, melhor será para atender as necessidades de um atleta especificamente.
Grande abraço e bons treinos!
P.S.: Hoje foi um dia que descreve muito bem como eu gosto de treinar. Fui para uma lomba aqui perto de casa sozinho e fiz meu treino. Sem relógio, sem monitor cardíaco, sem parcerias, sem espectadores, sem interrupções, só eu e a lomba!!! Foram 10 subidas mantendo a velocidade e trabalhando a minha técnica de corrida, e posso dizer que este treino foi perfeito!
sábado, 7 de agosto de 2010
Churrascaria em Brisbane
Reservamos com uma boa anteciapação e fomos. Chegando lá pudemos perceber que o restaurante é bem similar aos nossos no que diz respeito ao cardápio e disposição das mesas.
A primeira pessoa que veio nos atender me perguntou, em inglês, se eu sabia como o restaurante funcionava, e eu respondi que sim pois sou de POA. Daí a guria começou a falar em português, e assim como ela, quase todos os funcionários são brasileiros.
Pedimos o espeto corrido e ficamos esperando para ver qual era diferença com relação as carnes que normalmente comemos. Bom, tinha alcatra, picanha (muito boa), coração de galinha, frango, filé com alho, porco, ovelha, cupim. A carne era muito boa e pelo fato de ser feita na brasa, o gosto pareceu melhor do que conhecíamos por aqui. Os pontos negativos da comida foram os seguintes: o salsichão é como as salsichas daqui, isto é, nem um pouco parecido com o nosso do sul, não tem costela, serviram pão de queijo, caçava (batata frita cortada grande e aipim frito), e arroz com alho (estilo mineiro)! Segundo a Niara a composição das comidas foi semelhante à Minas Gerais. Assim como os donos, que são de Goiás, a música sertaneja dominou no tempo que estávamos por lá...isto para mim foi outro ponto negativo do restaurante.
Nossa avaliação foi que o restaurante é muito bom (apesar dos pontos negativos), contudo o custo nos fará aparecer por lá apenas a cada dois meses.
O nome do restaurante é "Mundo Churrasco", e quem aparecer por aqui, e quiser matar a saudade de comer um churrasco parecido com o nosso, é uma boa opção.
Abraço!
Melbourne, Victoria (Maroondah)
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Atualizando
-Fiz o teste de proficiência IELTS com o objetivo de melhorar os meus resultados e aplicar para o ingresso na pós-graduação da Universidade de Queensland. O teste avalia 4 habilidades de comunicação (escrita, interpretação de texto, compreensão auditiva e conversação), e a nota e dada por habilidade e no geral. O máximo possível neste teste é 9, e o necessário para ingressar na pós-graduação ou na graduação por aqui é 6.0 na parte escrita e 6.5 no geral. No meu primeiro e único teste eu fiz 6.0 no geral e 5.5 na parte escrita. Desta vez, morando aqui por mais de um ano e me preparando em um curso da universidade as possibilidades de aumentar as minhas notas eram boas. E foi o que realmente aconteceu. Eu aumentei as minhas notas, exceto na parte escrita...Fiz 6.5 na compreensão auditiva (aumento de 1.5), 7.0 na interpretação de textos (aumento de 0.5), 6.5 na conversação (aumento de 0.5) e na parte escrita repeti o resultado do primeiro teste, 5.5. Vou ter que repetir o teste até o final do ano para começar a estudar na pós-graduação no ano que vem. Contudo, é fácil de entender porque eu não melhorei a escrita, pois é a habilidade que eu menos uso no dia-a-dia.
-Retomei de forma gradual os treinos por causa da lesão do púbis, e ainda estou dividindo o meu tempo entre fisioterapia e aulas de pilates. Que por sinal são muito doloridas...e muito caras!!! Acho que fiz umas 8 semanas de caminha/corre corrigindo a minha postura na corrida e evitando possíveis lesões no mesmo lugar. A partir deste sábado vou começar a correr direto 40 minutos, mas muito devagar, ainda controlando a postura e usando um modelo de corrida projetando o corpo para frente. Após 10 sessões de ciclismo indoor, eu terminei uma fase de condicionamento básico para retornar os treinos normais, e na próxima segunda-feira começo os treinos para as provas de Gold Coast em Outubro (meio-ironman) e Busselton em Dezembro (ironman), com um técnico daqui.
- A Niara continua estudando que nem uma loca para a prova prática de medicina que acontecerá em Maroondah (próximo de Melbourne no estado de Victoria), no dia 01/08. Passaremos uma semana por lá, três dias em Maroondah e três dias em Melbourne. Fiz contato com uma amiga do Brasil que está morando em Melbourne e combinamos de nos falar por lá. Ela deve estar dando aulas de yoga pois em POA, ela trabalhava com esta atividade. Por alguns anos trabalhou conosco no SESC.
-Estou de dieta há mais ou menos duas semanas e me adaptei muito bem com o plano alimentar proposto pela nutri. O meu objetivo é estar com um peso adequado para as provas deste ano, e com condições que conseguir os meus melhores resultados nas distâncias de meio-ironman e ironman.
As novidades que eu tenho para o momento são estas e em breve atualizo o blog.
Abraços!
sexta-feira, 18 de junho de 2010
State of Origin - O jogo
segunda-feira, 14 de junho de 2010
State of Origin - 2010
Escrevi tudo isto porque desde que chegamos por aqui estamos nos esforçando para entender como eles jogam os esportes mais populares como cricket (no início achava muito chato e incompreensível!), rugby, netball, AFL. Agora até consigo explicar para os outros e entender as táticas nos jogos. Assim como eu, porto-alegrense e gaúcho, os queenslanders, ou melhor, os nascidos no estado de Queensland, também são "bairristas", e este comportamento se reflete de maneira mais aguda durante um torneio de melhor de três jogos de rugby league (NRL). Esta série de três jogos chama-se "State of Origin", e acontece há muitos anos por aqui. A disputa é entre os dois estados: Queensland e New South Wales e acontece anualmente. O nome da disputa está relacionado ao lugar onde os jogadores selecionados para os jogos, iniciaram a carreira profissional no rugby. Isto é, mesmo que um jogador esteja jogando atualmente em um clube profissional de New South Wales ou Victoria, mas iniciou como profissional em Queensland, se ele for selecionado para jogar será da seleção de Queensland.
Cada estado tem a sua cor tradicional, sendo "maroon" (tipo cor de vinho tinto) para Queensland e "blue" (azul) para New South Wales.
Quando chegamos em Brisbane há um ano, logo aconteceram os jogos e ficamos muito interessados em acompanhar. Assistimos dois jogos na tv, e pensamos em ir ao estádio, mas como estávamos nos adaptando e o dinheiro estava curto(os ingressos mais baratos já estavam todos vendidos...), não fomos. Contudo, nos comprometemos que no próximo ano (este ano), iríamos, e vamos. Compramos os ingressos a três semanas e amanhã às 20h estaremos no Suncorp Stadium, o mesmo estádio dos times da cidades e do estado: Broncos (Rugby League), Reds (Rugby Union) e Roar (Soccer).
Amanhã, finalmente iremos ao estádio para assistir à uma partida de rugby, e melhor uma partida considerada épica pois os "maroons" venceram a série nos últimos quatro anos e venceram a primeira partida disputada em New South Wales. A rivalidade é como se fosse um Gre-Nal, mas infelizmente, desta vez, eu não estarei no lado azul...
Depois eu escrevo mais sobre a experiência de ir assistir um jogo de rugby aqui Brisbane.
Abraço!
quarta-feira, 9 de junho de 2010
Treinos de ciclismo indoor
terça-feira, 1 de junho de 2010
Análise biomecânica da corrida
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Histórias do IRONMAN parte 4 - 2007
sábado, 15 de maio de 2010
Histórias do IRONMAN Parte 3 - 2006
Após o Ironman de 2005 procurei descansar a cabeça e principalmente o corpo, pois a prova foi devastadora fisicamente e principalmente, psicologicamente. Para tanto me dei umas boas férias nos treinos. O fato foi que estas férias foram longas demais, e por isso, me desmotivei muito para retornar. Aprendi que isto pode ser considerado uma doença chamada "depressão pós-ironman", onde os atletas após realizarem o objetivo de finalizar um ironman não sentem vontade de treinar ou competir pois um objetivo gigantesco foi conquistado. Existem muitos relatos a respeito desta doença na internet, e podem ter a absoluta certeza que é real! Quando se atinge um objetivo como terminar um ironman, a melhor abordagem seria comemorar muito valorizando a conquista e se planejar para o retorno, definindo quanto tempo vai ficar sem treinar, o que vai treinar no retorno e quais serão as próximas competições.
Escrevo isto antes de relatar a minha terceira participação no Ironman pois esta prova me marcou muito por causa desta provável "depressão pós-ironman".
Comecei a minha preparação atrasado com o meu técnico Eduardo Remião. Eu não sentia nenhuma vontade de treinar, e começava me sentir desconfortável em treinar com o mesmo grupo de antes. Comecei a me isolar, comecei a sentir muita irritabilidade quando as coisas não aconteciam como eu planejava. Em resumo, não treinei suficientemente e estava com sobre-peso!
Com relação aos equipamentos utilizados, eu somente mudei os tênis, o que foi uma péssima escolha. Usei um adidas tipo o Supernova que tinha uma correção para pés pronados. Os meus pés estão mais para neutros do que para pronados, então machuquei muito a msuculatura do meu arco plantar. Aprendi a lição de que deveria trocar as meias do ciclismo para a corrida, para evitar problemas futuros, como bolhas. No restante foi tudo igual.
O mais importante nesta prova que eu me inscrevi por que queria fazê-la independente da condição física, foi a importância que eu dei para o objetivo final, que era simplesmente acabar a prova. Eu não tinha nenhuma pretensão ou pressão de me sair bem porque eu não havia treinado. Vocês sabem qual foi o resultado? Foi a melhor prova de Ironman que eu fiz com o pior tempo das três vezes que participei!!! Vocês conseguem entender? Melhor prova com o pior tempo? Vou explicar.
Como a minha única expectativa era terminar a prova, e para isto eu tinha 17 horas para fazer, não tive nenhum problema em estar relaxado. Só para vocês terem uma idéia o quanto eu estava relaxado, eu tive a melhor noite de sono pré-prova de todos. Eu a Niara estávamos hospedados, se não me engano, com o Giorgio, a Pati, Zico e Dedé (não lembro direito). Até recebi uma sessão de acupuntura para relaxar, da Pati.
A prova-
Natação: Sem problemas, saí lá atrás para não atrapalhar os outros e fui bem tranquilo.
T1: Tudo normal, sem atropelos.
Ciclismo: Como eu não tinha nenhum plano ou ritmo para seguir eu simplesmente não me preocupei em verificar a bike. O resultado foi melhor do que o esperado, pois logo na saída para o percurso, quando passei por um quebra-molas o ciclocomputador parou de funcionar. Sei lá, deve ter soltado na viagem para Floripa. Não poderia ter acontecido coisa melhor. Já que eu não estava interessado em seguir nenhum ritmo ou controlar coisa alguma, para que eu iria querer o ciclo funcionando? Foi perfeito!
Lembro também que não tinha muito vento no trajeto mas que estava muito quente. Sofri um pouco por conta da minha "bela e corpulenta" sapatilha da adidas. Meus pés doeram horrores!
T2: De novo com muita calma, realizei as trocas necessárias.
Corrida: Fora a dor que eu estava nos meus arcos plantares, corri com muita tranquilidade. Caminhei em todos os postos de hidratação/alimentação e em algumas partes do percurso. A minha cabeça estava muito tranquila e como eu sabia que a cada passo eu estava cada vez mais próximo do objetivo, eu somente mantive o foco nisso.
Cheguei muito bem, cansado, dolorido mas muito, muito feliz. Encontrei a Niara chorando como se fosse uma conquista dela, e realmente foi! Após passar por muitas dificuldades e incertezas, eu sabia que naquela data o único lugar onde eu gostaria de estar era ali, finalizando mais um Ironman.
O dia seguinte foi reflexo da abordagem que dei para a prova: estava inteiro. Se fosse necessário correr, correria. O meu amigo Zico não conseguia nem caminhar direito pois ele fez a prova perto das 10 horas, e eu fiz em algumas horas a mais. A questão que fica é: quem sofre mais fisicamente: o primeiro ou o último atleta? Naquele dia o que chegou bem depois estava se sentindo bem melhor no pós-prova...
Mais um objetivo concluído onde a capacidade mental de superar as condições adversas foi utilizada adequadamente.
No próximo post sobre as histórias do Ironman parte 4 - 2007, muitas mudanças, afirmações e aprendizados.
Abraço!
OBS.: Só tenho fotos impressas deste Ironman, portando mais uma vez o post ficará sem fotos. Sorry!
segunda-feira, 10 de maio de 2010
TREINO É TREINO...
Suplementos nutricionais
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Histórias do IRONMAN Parte 2 - 2005
Porque eu estou escrevendo isto? Porque independente do treino que foi realizado e do equipamento existem outros fatores que interferem e fazem do triathlon um esporte magnífico e cheio de surpresas.
Minha segunda participação no Ironman em Florianópolis, como se esperava, foi construída baseada na prova anterior. A base estava maior e a experiência havia saído do zero. Os treinos foram melhores (com o mesmo grupo de 2004) e cada vez mais eu me sentia mais confiante que poderia fazer uma prova melhor e já começava a pensar no tempo em que eu poderia realizar o percurso. Somente o que me tirava realmente do sério foram os problemas com a bike. Eu nunca tinha trocado tantas câmaras devido a quantidade de vezes em que eu furei os pneus. Mas, vendo pelo lado positivo, se eu furasse na prova, eu teria uma prática absurda. O mais interessante foram alguns "colegas" que pedalavam no mesmo trajeto e às vezes com a gente que tiravam onda quando eu parava para trocar a câmara, e tiveram problemas na prova...mas eu só tive problemas nos treinos!
Como eu já tinha mais de um ano de trabalho na empresa em que trabalhava, eu decidi esperar e projetei as minhas férias para o mês da prova. Isso mesmo, eu trabalhei direto mais de 1 ano e meio só para poder tirar as férias no período da prova.
Desta vez, fui com o Zico e nos hospedamos em uma pousada onde estava a triathleta Carla Moreno. Perto do local da prova, acomodações muito boas e o preço bem acessível. O ponto negativo foi a ausência da minha namorada na época, e que hoje é a minha esposa. Foi a primeira e última vez que fiz um Ironman sem ela por perto...
Na época eu era treinado pelo técnico e amigo Eduardo Remião.
Seguimos todos os rituais: nadamos, pedalamos e corremos, mas tudo levinho.
Equipamentos:
Natação - mesma roupa de borracha da Mormaii (agora com um pequeno furo no lugar da axila), o mesmo óculos Aquablade. Por baixo da roupa: top verde da Ironman, bermuda da marca do Roberto Lemos, Ironmind (preta e bem curtinha).
Ciclismo - Troquei a Trek 1200 por uma Aerotec com o quadro de alumínio, grupo Shimano 105, clip Profile que segundo o Thiaguinho: "Mas parece um sofá este clip!" (parecia mesmo), e acho que o pedal era o mesmo, usei uma sapatilha de ciclismo da Adidas (pesada e desconfortável), óculos Kuota comprados com o Karan, mais uma vez usei meias, e finalmente usei uma camisa de ciclismo GB por cima do top para poder levar a comida.
Corrida - Top, bermuda e óculos citados acima, tênis Nike Pegasus com meias, boné da prova.
A prova:
Natação foi tranquila apesar de ter saído bem no meio da galera. Muitos reclamaram que apanharam muito neste ano, mas eu achei tranquilo.
Transição sem problemas e fui para o pedal. A partir daqui vocês vão entender porque eu escrevi aquilo lá no início do texto. O Ironman é uma prova como a maioria das provas de triathlon: é disputada ou realizada ao ar livre. Por isso, muito mais do que treinar o físico, nós precisamos treinar a mente para suportar condições desfavoráveis. No caso de 2005, o ciclismo foi o maior desafio pois o vento contra estava forte no retorno para Jurerê. O que isto quer dizer? Que dos 45km para os 90km e depois dos 135km para os 180km foram com vento contra! A partir daí a mente começa trabalhar não somente para tentar controlar os impulsos de tentar entrar no ritmo mesmo com o vento, mas para re-organizar tudo para chegar no final da prova. Foi a partir desta prova que toda vez que eu planejo uma prova do Ironman eu tenho sempre três planos: Plano A - Fazer um tempo que me surpreenda, Plano B - Fazer o tempo planejado e Plano C - Chegar!
Fiz a segunda transição sem problemas e segui para a maratona. Não sei porque eu tive a "brilhante" idéia de não trocar as meias que usei no ciclismo para sair para correr...e outra, o tênis era meio número menor do que deveria para aquele modelo. Bom, quando eu estava por volta do km 15, eu comecei a sentir uma ardência no meu calcanhar esquerdo. Ah, eu já ia me esquecendo de citar que as meias eram daquelas bem curtinhas...Como as meias estavam molhadas (água, gatorade, suor, urina...) com a corrida elas começaram a entrar para dentro do tênis e assim com o pé descoberto fiz uma "magnífica" e dolorida bolha! Como eu não conseguiria correr até o final daquele jeito com a bolha me incomodando, eu parei sentei na calçada e puxei a meia até cobrir o calcanhar. Por alguns instantes funcionou, mas para cobrir o calcanhar os dedos foram esmagados, e o resultado final foi o seguinte: as bolhas (já nos dois calcanhares) incomodaram o resto da prova, estourei as duas unhas dos dedões (ficaram cheias de sangue por baixo) e mais ou menos uns três meses depois, elas caíram!
A corrida, apesar de tudo, foi a melhor das minhas cinco tentativas. Tive a consistência necessária para fazer uma boa corrida e finalizei baixando mais ou menos 30 minutos da primeira prova. Desta vez terminei chorando, mas o motivo não era só a emoção de terminar mais uma prova, mas sim a dor que eu estava sentindo no corpo (mais nas coxas) era incrivelmente absurda!!! Acredito que esta prova foi a mais fd...de todas! E foi assim para muita gente boa. O Galindez passou mal e até xingou o meu amigo Zico. O Alexandre Ribeiro que já teve uns dos melhores tempos de um brasileiro no mundial do Hawaii, se não o melhor, caminhou na prova.
As lições que ficaram foram as seguintes: Se prepare adequadamente para a prova, saiba que o clima sempre poderá influenciar, esteja preparado para mudar o planejamento durante a prova e independente do que aconteça termine a prova!
Mais uma vez, se eu lembrar de algum detalhe, eu complementarei.
Abraços!
OBS.: Eu só tenho as fotos impressas deste ano, por isso não pude colocar nenhuma no post.