quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Treino de transição


No último sábado fiz o meu segundo treino de transição aqui em Brisbane. Para os que não sabem o que "transição" significa, eu vou explicar. Transição é conhecida como a quarta disciplina no triathlon, e que é treinada como meio de simular uma situação que será vivenciada na competição, adaptando o triatleta para uma ação real. Os treinos de transição servem para adaptar o nosso corpo, fisiologicamente (componentes musculares) e psicologicamente (melhorar a percepção do que será realizado). No Brasil, este tipo de treino pode envolver: natação e corrida, ciclismo e corrida e até natação, ciclismo e corrida. Aqui na Australia, eles tem nomes diferentes para os nossos tipos de transição: natação e corrida, e ciclismo e corrida eles chamam de "brick", e a "transition" deles são as três disciplinas, simulando a prova.
Só para situar todos...desde que retomei os treinos aqui em Brisbane eu tenho treinado sozinho. Por opção, pois como ainda tenho bastante tempo livre, eu posso escolher em qual horário vou fazer meus treinos. Na realidade, eu executo os treinos sozinho, mas recebo meus treinos do Brasil, do meu técnico, Marcelo Diniz. E nestes quase dois meses treinando sob a supervisão do Marcelinho, eu posso afirmar categoricamente, que faziam muitos (muitos mesmo!) anos que eu não me sentia tão feliz com os meus treinos e com os meus resultados, apesar de treinar sozinho...o que para mim não é nenhum problema, porque eu tenho uma coisa que às vezes falta para a maioria dos atletas: auto-motivação! É claro, que eu estivesse treinando em um grupo, talvez eu poderia até render mais. Mas não podemos nos esquecer de que o Triathlon, principalmente o de longa distância, é feito individualmente, sem pelotões para descansar...
Voltando para a transição...eu tinha 40 kilômetros de bike seguidos de 8 kilômetros de corrida. Saí em direção a Univeridade de Queensland e fiz a maioria do treino rodado, até que quando estava voltando para casa encontrei um grupo de uns 15 ciclistas, todos uniformizados, identicamente...eu pensei: "Bom...já que estão indo para mesma direção que eu, porque não ir junto?" me grudei na rabeira do pelotão e fui junto! As vezes quando se treina muito tempo sozinho, nós perdemos um pouco a noção de como realmente estamos, pois não temos referências...logo no início estávamos a 35-37km/h e subindo...quando chegamos no plano, estávamos a 45km/h...daí, eu não dei qual foi o FDP, que resolveu quebrar o pelotão...eu só me lembro que quando eu ainda ocnseguia andar junto o ciclocomputador estava mostrando 50km/h! Bom, ai já viu né...quebrei! Mas não foi uma quebra definitiva, pois consegui manter 45-47km/h, até que uma luz brilhou no meu caminho...não, não é o que vocês estão pensando...foi a sinaleira que fechou! Aqui todo mundo para na sinaleira! hahaha, consegui chegar junto de novo! Mas eles estavam terminando o treino e também reduziram a velocidade...
Cheguei em casa troquei os equipamentos e saí para correr. Em frente de casa temos um quateirão que em um dos lados tem um parque, e fiz minha corrida toda ali. Foram 6 voltas neste circuito de mais ou menos 1.350 metros, e com muitas subidas (longas, curtas) e muitas descidas. Olha, foi sofrido este treino, principalmente por causa do percurso ondulado, tive até vontade e parar na quinta volta porque desde o momento que eu comecei a correr até as voltas finais eu estive ofegante, o tempo inteiro! Eu não uso monitor cardíaco por acreditar que baseado em experiências pessoais e teóricas de alguns anos este equipamento não funciona comigo, mas posso dizer com a máxima certeza de que pela escala de Borg (6-20) eu estava por volta 17.
Vou colar o link do treino feito com o Garmin Forerunner 405 para que vocês tenham a idéia de como é o percurso de corrida.Obs.: talvez não funcione, mas mesmo assim tentem abrir.
http://connect.garmin.com/activity/13541873

Abraços e até mais!

domingo, 20 de setembro de 2009

Consistência, equilíbrio, consistência, equilíbrio...


No final deste ano eu completarei 10 anos como triatleta amador e hoje vou escrever algumas coisas que aprendi...
Acredito que nada na vida das pessoas vem de mão beijada ou sem esforço, no entanto, como que deve ser este esforço? Tudo ou nada? Priorizando excessivamente? Esquecendo de atender a todas as demandas impostas pela vida?
Bom, as palavras que descrevem como eu penso estão no título desta postagem, e sinceramente, eu penso nelas todos os dias como se fosse um mantra!
Vou explicar porque.
Comecei a ser triatleta pois me apaixonei a primeira vista em um triathlon lá em Guaíba, o antigo Triathlon Riocel. Fui com o meu amigo Rodrigo de Rio Grande, e que nadava no mesmo lugar que eu, na Polisport, em Canoas. Que a propósito, foi onde eu aprendi a nadar em abril de 1999.
Como a história é longa, vou encurtar...De lá para cá, obtive uma relativa experiência fazendo muitas provas e treinando em diversas condições.
Foram muitos duathlons (gosto, corro bem!), aquathlons( odeio, nado mal!), triathlons (curtos, médios, longos e muito longos) e posso dizem que as lições que tive foram diversas...por exemplo: todos os Ironmans que fiz foram diferentes (clima, treino, experiência adquirida, momentos da minha vida pessoal).
Nesta postagem, vou falar específicamente o que as palavras consitência e equilíbrio tem haver com o Ironman.
O primeiro que fiz foi em 2004, e é claro não se pode esperar muito de uma primeira vez, né? Até porque na primeira vez o plano A, B, C é sempre chegar! Bem, eu estava bem treinado, já havia corrido uma maratona em 2002(tempo de 3 horas 03 minutos e 14 segundos) e cometi os erros que qualquer um poderia cometer em uma estréia. Não consegui me alimentar nem me hidratar direito, e o resultado foi que na maratona eu trotei por volta de 35 km, mas cheguei!
Segundo Ironman, agora com mais conhecimento de causa, fui muito mais treinado, e tinha uma ótima expectativa de tempo (bom, no segundo já dá para ter um plano A, com tempo, e os planos B,C era chegar até o fim). Em 2005, tivemos a pior condição climática para um Ironman em Floripa, o vento estava contra na volta do ciclismo, o que significa que com uma alta kilometragem ainda tivemos que ir contra o vento. Bom, isso não dá para evitar, tem que gerenciar...Cometi alguns erros na escolha de alguns vestuários (meia muito curta) o que resultou em bolhas e muitas dores.
Terceiro Ironman, o pior de todos (ou não)!!! Não treinei o suficiente, mas mesmo assim não queria estar de fora da grande festa do nosso esporte. Pensei que poderia fazer por fazer e tentar somente chegar (plano A, B, C). O resultado foi excelente!!! Do grupo que estava comigo, eu fui o que dormiu melhor, fui o que menos ficou nervoso, e fui o que teve menos dores pós-prova. Durante a prova eu não queria me preocupar com nada e alguma força do além me ajudou...logo no primeiro quebra molas na saída do ciclismo o meu ciclocomputador parou de funcionar! E ainda corri sem relógio! Era só para acabar...Até este Ironman o meu técnico era o Eduardo Remião.
Quarto Ironman, quase encontrei o que eu busco!
Este foi sem dúvida nenhuma o melhor de todos pois mantive um equilíbrio e uma constância nos treinos (agora com técnico novo, o Marcelo Diniz). Descobri que para o meu melhor desempenho na prova eu não precisava fazer treinos de ciclismo com mais do que 150 km e que o ritmo não precisava ser maior do que 30km/h. E foi exatamente o que eu fiz, alguns poucos treinos em grupo e vários treinos sozinho mantendo o meu ritmo. Resultado, neste ano obtive o meu recorde pessoal dentro e fora do Ironman na distância dos 180 km (5h41min), o que dá aproximadamente 32km/h! Não dá para deixa de dizer que eu fiz de forma progressiva ( a segunda volta foi mais forte do que primeira). E isso não é somente sobre média, tempo...é sobre como fazemos as coisas! Como que obtive este resultado: exaustivamente buscando o equilíbrio (família, trabalho, alimentação, treinos, descanso, diversão, namorada) e consistência (nas mesmas coisas!).
O quinto, foi muito parecido com o quarto, mas desta vez eu treinei menos, e o resultado seguiu no mesmo sentido...mas novamente, segui os meus parâmetros pessoais e obtive um pedal semelhante ao ano anterior. E para a tristeza do Anir, meu grande amigo, o raio caiu duas vezes no mesmo lugar! Digo isso, porque o meu grande amigo Anir, não acreditava que se eu treinasse menos ou com um ritmo menor eu conseguiria obter um bom resultado na prova. Bom, vamos ao seguinte preceito da constitução humana e também um dos princípios do treinamento físico: Individualidade Biológica!!! Quer dizer, pode funcionar comigo e pode não funcionar contigo, ou até pode...não sabemos!
Então, a mensagem que eu quero deixar é: procure equilibrar as suas demandas, treine com constância e se na prova o resultado não vier, paciência, se recupere e tente de novo, mas não esqueça que na vida de atleta amador quando damos muita ênfase na demanda errada, o resultado não pode ser modificado no próximo ano, no próximo Ironman...

sábado, 19 de setembro de 2009

Mundial de Triathlon - Gold Coast 2009 - parte 4 - Final


Bom, após três dias de pleno envolvimento com um dos esportes mais lindos que eu conheço, o triathlon, conseguimos ter a oportunidade conhecer algumas praias localizadas ao sul do estado de Queensland, mais precisamente ao sul de Gold Coast.
Saímos do hotel na hora do check out, por volta das 10 horas e nos dirigimos ao sul. Desta vez não usamos GPS e fomos nos guiando pelas placas, até porque não tínhamos idéia e nem programação para o trajeto que iríamos ir. Passamos por Surfers Paradise, Burleigh Heads, Kirra Beach e estacionamos o carro. Fomos até a beira da praia, batemos algumas fotos, caminhamos por uma passagem até Coolangatta (sempre ao sul). Voltamos, pegamos o carro e fomos estacionar em Coolangatta. Sabe aqueles dias tipo férias? sem programação...somente caminhar e explorar o local...e foi que fizemos! Saímos para caminhar e conhecemos Rainbow Bay, a divisa dos dois estado Queensland e New South Wales (Sydney é a capital) e Tweed Heads bem ao longe (a foto atual de abertura do blog foi batida no "Danger Point" local onde está o monumento ao capitão Cook, que acho que foi o descobridor da Australia, e demarca a divisa entre os dois estados).
Depois de muitas fotos, fomos almoçar em Rainbow Bay...paramos em um pequeno restaurante e comemos um delicioso (e enorme) filé grelhado de peixe (barramundi), algumas batatas fritas e uma salada mediterrânea. Muito boa comida e nem tão cara para o padrão turista (gastamos por volta de 35 dolares com as bebidas).
Pegamos a estrada novamente (sem o GPS) e fomos para Surfers Paradise, onde caminhamos um pouco pelo centro cheio de lojas de grifes famosas tipo Prada, etc...mas como todo lugar onde a concentração de turistas é alta, "os problemas" também seguem na mesma proporção. Vou citar dois exemplos para que a minha impressão seja compreendida: No centro a sujeira na rua supera os limites do aceitável com as lixeiras transbordando...e outro fato que me chamou a atenção foi o posto policial que estava com uma fila de mais de 5 pessoas para serem atendidas...pensem bem segunda-feira às 3 da tarde!!!
Para finalizar nossa investida (por enquanto)nas praias Australianas, passamos no desconhecido Mc, pegamos dois cafés e nos dirigimos para o carro. Quando estávamos na estrada comecei a pensar que estava com saudade de casa...e o mais engraçado e estranho é que moramos a menos de 4 meses nesta casa, e tive uma sensação como se fosse mais tempo. Na realidade eu senti como se estivesse voltando para a Porto Alegre, um lugar que conheço bem e sinto a vontade...talvez eu esteja me sentindo a vontade aqui em Brisbane e após alguns dias fora jã sinta falta daqui...sei lá! Bueno, após menos de uma hora de viagem muito tranquila, chegamos em casa.
Gostamos muito da experiência de ser voluntários e ter a oportunidade de estar tão perto de um evento com alto nível de organização e de atletas. Bati muitas fotos mas com certeza não vou poder descrever ou mostrar tudo o que senti e presenciei aqui.
Como tudo na vida temos lados positivos e negativos...este evento teve muitos pontos positivos, contudo eu gostaria de relatar três pontos negativos que me chamaram mais a atenção.
Em terceiro lugar: A organização precisava de 1200 voluntários, se cadidataram 700 e no último dia de competições vieram só 50% dos candidatos!!! Bom, tudo bem é voluntariado, mas botou o nome, aparece para trabalhar!!!
Em segundo lugar: Em todo o trajeto da corrida e do ciclismo haviam passagem para que os pedestres pudessem passar pois a via estava isolada para o controle do fluxo de pessoas. Quando estávamos indo para o trabalho no domingo, um grupo de pessoas foi atravessar e desobedeceu a orientação dos fiscais! Resultado: vários atletas derrubados no ciclismo e pelo menos um teve que desistir da competição! Bom, eu e a Niara trbalhamos no mesmo posto a tarde e algumas poucas pessoas, aqui do primeiro mundo, também foram mal educadas conosco, mas ainda bem que não presenciamos outro acidente, UFA!
Em primeiríssimo lugar: Este fato, com toda a certeza, vocês não verão na teve ou em outro meio de comunicação oficial...durante o ciclismo da elite masculina, que estava muito bom, de repente ouvimos um estrondo logo atrás de nós! Eu não sabia o que era até eu olhar para a arquibancada...algumas das madeiras que faziam parte da arquibancada simplesmente desabou!!! A arquibancada estava lotada e umas 10 pessoas daquele ponto se amontoaram no chão...foi terrível!!! Logo o serviço médico e de manutenção chegaram no local e a situação foi controlada. No Brasil seria notícia nos telejornais...

Um grande abraço e em breve volto com novidades.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Mundial de Triathlon - Gold Coast 2009 - parte 3


Para quem está chegando agora, melhor se você ler a parte 1 e 2 primeiro, para se situar...
No domingo, as nossas tarefas começavam somente ao meio-dia, então decidimos dormir mais um pouco. Contudo, depois de dois dias acordando às 5 da manhã, acordei às 5.30! A Niara não, manteve o padrão dormiu até as 9. Saímos para o evento por volta das 10 horas pois lá, como todo grande evento esportivo tinha uma feira de produtos para o deleite dos atletas que gostam de bons produtos e de principalmente bons preços (me incluo neste grupo, é claro!)Antes disso, durante nosso trajeto para o evento tivemos uma prova de que "merdas" também acontecem por aqui! (NÃO ESQUEÇA POIS MENCIONAREI O FATO DEPOIS)Chegando no evento, passamos na tenda dos produtos oficiais do mundial, da ASICS, e encontramos muitos produtos (tênis, bonés, meias, camisetas, etc), mas o preço estava muito fora dos nossos padrões...Entramos na grande tenda ( a principal) e lá poderia se encontrar tudo que fosse necessário para o triathlon (bikes, rodas, wetsuits, trisuit, barras e carboidrato em gel, etc). Os principais expositores eram 2XU (90% das pessoas que circulavam no evento tinham alguma roupa desta marca, segundo a Niara), Zipp, Blue Seventy, PowerBar, Orca, Triathlon Queensland. A loja da Orca estava com uma liquidação muito boa...os macaquinhos top de linha da marca estavam sendo vendidos a AU$ 100,00 (perto de R$ 180,00) e tinha uns "balaios" por tamanho (P,M,G) que tinham top (AU$40,00, AU$40,00 bermudas e AU$ 70,00 macaquinhos)de todos os tipos!!! Comprei duas camisas cavadas tipo top para competir do modelo chamado "226" e uma bermuda do mesmo modelo para combinar. Paguei AU$ 120,00, por produtos que no site da marca custam por volta de AU$ 100,00, cada.
Fato negativo da feira: não tinha nada para a Niara, que a propósito ficou chateada por que segundo ela: "só tem coisa para homem e tudo caro!" Sorry.
Fomos almoçar e logo estávamos no trabalho de novo...Ficamos em um ponto de travessia de pedestres uns 400 metros afastado da entrada e saída principal dos atletas. O trabalho foi muito tranquilo e podemos bater algumas fotos enquanto trabalhávamos. Conseguimos ver a disputa das categorias junior feminino e masculino, sendo que antes nós já havíamos visto a natação da categoria junior feminino. E nosso trabalho era dar segurança para os atletas e para os pedestres proporcionando uma travessia segura. No ponto em que estávamos (canteiro de meio de pista)era para ser só para a travessia, contudo, alguns técnicos muito mal-educados por sinal nos encheram a paciência! Ficavam dando indiretas...porque estavam loucos que não podiam sair daquele espaço demarcado. Tinham técnicos das seguintes nações: Nova Zelândia, Alemanha, Japão, Canadá, EUA.
Também vimos uma francesa simplesmente arrasar na corrida da categoria junior e também pudemos ver o irmão mais novo do atual campeão mundial Alistair Brownlee disputar e perder para um espanhol na categoria junior masculino. Os caras correram os 5 km para 15 minutos baixo!!!!Mas o melhor ainda estava por vir...a elite feminina com a disputa do título mundial e do circuito Dextro Energy.
Após uma breve folga para hidratação e higiene, estávamos novamente no posto.
A prova feminina foi de excelente nível e o ritmo do pedal estava muito forte. Tinham quatro pelotões e as líderes do ranking (Emma Moffat da Australia e Lisa Nordén da Suécia) estavam no primeiro revezando com mais 8 atletas, entre elas Jerkins (Inglaterra), Haskins (EUA), Luxford (AUS). No final como aconteceu no masculino, após correrem todo o tempo juntas, Emma Moffat acelerou no final e ganhou o título sobre a atleta Lisa Nordén. Após, a passagem da última atleta, a olímpica Kate Allen da Austria, que nos agradeceu pelo apoio, fomos para o "barbecue" de confraternização. Era uma grande tenda com música ao vivo, área vip e tudo mais...a coisa iria longe naquela noite.
Para finalizar este extenso texto, um fato que para mim é novidade, mas quem já foi a algum mundial deve saber...do nada se formou um grande grupo que parecia aqueles dias agitados da bolsa de valores...era o "escambo"! Vários atletas trocando camisetas, casacos, meias, qualquer coisa!!! Bem legal!
Após o início da premiação fomos para o hotel pois já estava frio e estávamos muito cansados...

Em breve a parte final.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Mundial de Triathlon - Gold Coast 2009 - parte 2


No sábado acordamos muito cedo pois a Niara teria que estar na tenda dos voluntários às 5.30. Não tinha amanhecido ainda mas estava quase...Estava um pouco frio e saímos correndo em direção a competição. Chegamos lá, nos despedimos, a Niara me deu o moleton dela e voltei correndo para o hotel. Cheguei de volta as 5.33 e não demorou muito a Niara me ligou: "Tô loca de frio...não sei porque eu te entreguei o moleton." Depois ela disse que iria procurar algum lugar com sol para ficar. A primeira função dela era controlar o tráfego de pessoas que precisavam atravessar a avenida da prova. O meu trabalho iniciava às 11.00, também para controlar o fluxo de pessoas através do trajeto da prova. Dormi mais um pouco, tomei um chá e saí para o trabalho. Encontrei a Niara em um lugar para atravessar completamente tomado...acho que era o lugar mais movimentado pois era bem na saída para o ciclismo e corrida. Me apresentei na tenda para a tarefa e todos estavam bem perdidos...tanto que me mandaram para um posto uns 30 minutos depois que eu cheguei...Meu posto era muito bom...pouco fluxo, os atletas passavam em uma só direção e trabalhei sozinho. O mais legal era quando me perguntavam algo, pois eu não me preparei para isto...e perguntavam: onde é a linha de chegada? onde é a transição? onde é a premiação? que horas é a largada da elite masculina? se eu for por aqui eu consigo chegar na beira da praia? meu deus!!!! Bom...fiz o que pude para explicar...e acho que deu certo.
Logo se passaram duas horas e a Niara já estava liberada. Falei com um cara da organização e saímos para almoçar. Almoço: Niara comeu um "wrap" (um troço enrolado com um monte de coisa dentro...) e eu comi um hamburger com fritas (não tinha muita opção). Eram perto da duas da tarde e fomos nos posicionar para assistir a elite masculina. Ficamos extremamente bem posicionados bem na esquina entre o corredor de saída da natação e a transição (por isso que eu consegui tirar as fotos dos atletas bem de perto). Não tinha ninguém por perto e a arquibancada estava lotada (AINDA BEM!!! DEPOIS EU EXPLICO, TÁ!)
De lá assistimos os atletas chegando para fazer a entrada na área de transição, eles aquecendo e se dirigindo para a praia. Tinham dois telões onde conseguimos acompanhar toda cobertura da prova desde a largada até o final. Foi muito emocionante, porque como eu acompanhei a quase todas as etapas do circuito mundial, e aquela era a final com os melhores triatletas olímpicos do mundo!!! A nata do triathlon mundial estava lá. Bem, vamos a prova:
Como acontece em todas as provas da International Triathlon Union, organização responsável pelo triathlon no mundo, os atletas fazem as duas primeiras partes, a natação e o ciclismo muito juntos, e normalmente usamos o termo "pelotão". Então, a natação foi desenvolvida com dois russos nadando muito forte na frente e um pelotão bem compacto atrás. Quando saíram da água foi muito legal todos praticamente fizeram a transição juntos, vocês tinham que ver que loucura! Não sei como que eles se acham! No ciclismo, não demorou muito e o grupo se dividiu em quatro pelotões. O primeiro estavam: Brownlee, Gomez, Whitfield, Techlar, Reed, Frodeno, os russos, entre outros. Sendo que Brownlee e Gomez estavam disputando o título do circuito. Alguns tentaram "quebrar" (outro termo bem comum no triathlon que significa sair do ritmo do pelotão acelerando o mesmo) o pelotão. Matt Reed da Nova Zelândia tentou uma vez, mas não conseguiu, pois logo o pelotão se recuperou da quebra. Eram 8 voltas no ciclismo e lá pela quinta volta o português Bruno Pais e um ucraniano, quebraram o pelotão e abriram por volta de 1 minuto.E foram eles que fizeram a transição em primeiro lugar. Mas logo o pelotão principal chegou e começaram a correr. O grupo que começou correndo com mais consistente era composto por: Brownlee, Gomez, Frodeno. E logo ficou somente Brownlee e Gomez... Eles fizeram praticamente toda a corrida juntos e faltando uns 400 metros Brownlee arrematou o título mundial com uma quebra de ritmo que Gomez não conseguiu recuperar! Pô, eu estava torçendo para o espanhol Gomez!Ah, o terceiro foi o campeão olímpico em Beijing 2008, o alemão Jan Frodeno.
Assistimos a premiação, passamos no Subway e fomos para o hotel descansar pois o outro dia seria puxado de novo!

Continua...

Mundial de Triathlon - Gold Coast 2009 - parte 1


Esta é a primeira parte sobre nossos quatro dias em Gold Coast nos quais foram dois dias direto no evento (sábado e domingo). No todo serão quatro partes, sendo uma para cada dia (óbvio, né?)
Nossa aventura começou com uma sexta-feira muito movimentada, a Niara acelerando tudo no trabalho para sair mais cedo e eu acordando as 5 da manhã para sair para pedalar (viu Marcelinho como eu tô disciplinado!) e depois eu ainda tinha aula das 08.30 às 11.00 e das 12.00 às 14.30! Consegui chegar em casa um pouco mais cedo, por volta das 14.00 e arrumei as minhas coisas. A Niara chegou logo em seguida e por volta das 16.00 saímos. A viagem começou com o trânsito todo trancado na Pacific High Way (tipo BR 116), pois todo mundo que mora nas cidades vizinhas e na própria Gold Coast usa esta via por ser mais rápida. Após alguns engarrafamentos e trânsito lento o ritmo começou a melhorar. Nos perdemos um pouco na chegada pois o GPS nos mandou para o lado contrário da rua do hotel, e para conseguir trocar o lado com o tráfego muito movimentado foi bem complicado, mas conseguimos chegar no hotel na hora combinada. O Sundale Hotel era bem simples mas com tudo o que necessitávamos para passar três noites. Fiz a reserva com muita antecedência por meio de um site de reservas e pagamos AUD$ 286,00 no ato da reserva, por um quarto com uma cama queen size e uma de solteiro, com geladeira, utensílios para fazer café e chá, ventilador, televisão, banheiro grande e principalmente muito bem localizado. A propósito, eu coloquei na reserva que chegaríamos às 14.00 pois o plano inicial eu iria trabalhar na sexta-feira durante o dia também, mas mudamos de horário de chegada pois as minhas aulas começaram no mesmo dia.
Saímos a noite para ver o melhor caminho para ir para a competição pois a Niara tinha trabalho no sábado às 5.30 da manhã,e para comprarmos algumas coisas para ã janta e para o café da manhã.
Vimos toda a estrutura montada na área de competição, alguns atletas e na volta cruzamos pela vice-campeã mundial de triathlon, a sueca Lisa Nordén!
A Niara foi dormir cedo e eu fiquei vendo "nosso time" de rugby, o Brisbane Broncos, vencer a primeira partida das semi-finais da NRL (National Rugby League)contra o time de Gold Coast, os Titans.


Continua...

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Primeiro dia de aula...


Ontem, dia 08/09 voltei a estudar. Tudo aquilo que um ser humano sente quando vai de encontro a uma nova situação, eu senti...fiquei tenso, estômago embrulhado, medo de não entender nada...
Como a aula começava as 11.45, mantive a minha rotina diária do treino de natação, que também estava um pouco desafiador também, e voltei para casa para me organizar para a aula.
Organizei meus materiais (caderno, caneta, lápis-borracha), verifiquei os ônibus que passam no lugar do curso e saí de casa por volta das 10.45, diminuindo as chances de me atrasar porque no site dizia que o trajeto seria percorrido em 15 minutos, e eu não queria me atrasar.
Peguei o ônibus e usei o meu cartão "GO" (tipo cartão TRI), e a tarifa é de estudante...hehe...fazia tempo hein...
Cheguei 30 minutos antes no local da aula e fiquei esperando...chegaram os meus novos colegas, e tudo estava muito estranho, pois todos estavam no corredor sentados pelo chão e nas escadas (eu estava na única cadeira que tinha...também, cheguei primeiro né!) e ninguém falava nada...
O professor chegou, entramos na sala e começou a aula...bem, pelo que eu entendi, o professor estava substituindo e deu uma daquelas aulas que qualquer vagabundo adora...escreveu o nome no quadro, entregou as apostilas, começou a ler, fez alguns comentários, perguntou se alguém tinha alguma dúvida, pediu para cada fizesse algumas leituras para si mesmo, orientou para fazermos os exercícios no final do capítulo...e daqui a pouco meus colegas começaram a levantar e sair...até aí eram 12.50!!! Eu não entendi nada...mas pelo visto a aula foi aquilo mesmo! A propósito, a disciplina é sobre as leis se aplicam as atividades de fitness e esporte e algumas orientações sobre como abrir um negócio próprio. Ahh, outro fato curioso...em dado momento o professor perguntou: "Quem daqui é do Brasil?" daí,é óbvio, levantei a mão...e qual foi a minha surpresa, o tigre do meu lado, levantou a mão também!!!
Olha...para muitas pessoas isso seria o máximo, mas infelizmente para mim, não! Eu estou neste curso para melhorar meu inglês e adquirir uma formação que é necessária para que possa trabalhar. Então, tomei uma decisão, independente o que aconteça, vou falar sempre em inglês!!!
Bom...fiquei bem decepcionado, mas vamos lá, que na sexta tem aula de novo, só que desta vez é sobre Personal Trainer e Treinamento de Condicionamento e Força.
Tomara que melhore!!!

Abraços.

domingo, 6 de setembro de 2009

Praia!!!


Não lembro se havia mencionado anteriormente que iríamos trabalhar como voluntários no campeonato mundial de triathlon, mas só para confirmar que nos dias 12 e 13 de setembro estaremos em Southport, Gold Coast, trabalhando como voluntários.
Como eu não participei de nenhuma seletiva no Brasil para participar do mundial e não sou cidadão australiano (ainda...)resolvi me candidatar para trabalhar no evento, e a Niara se interessou também (vamos deixar bem claro que ela se interessou voluntariamente), e desde então estamos recebendo emails dos organizadores a respeito do evento.
Na semana passada recebemos a informação sobre o treinamento dos voluntários no local da prova e também recebemos antecipadamente nossas funções com a descrição da atividade e horários de entrada e saída (a Niara não gostou muito das funções dela...).
Então, no sábado, acoordamos lá pelas 7 horas da manhã, e estava chovendo (que beleza hein, primeira vez que nós vamos para praia aqui e chove!)Bom...tomamos café, registramos o endereço no GPS do celular e fomos embora.
Para achar o caminho da estrada foi muito fácil (até sem GPS), em menos de 10 minutos estávamos na Pacific Hwy, que é uma estrada que serve de caminho para ir para o sul (Sydney por exemplo). A estrada é ótima, larga e após alguns poucos kilômetros com o limite de 80 vai para 110 e com 4 pistas). É claro que tem vários motristas dirigindo acima do limite, mas são 4 pistas e mesmo com muitos carros, o movimento flui muito bem.
Foram mais ou menos 60 km de estrada e pegamos a saída para Southport e mais uns 15 km chegamos na Gold Coast Hwy exatamente na frente do local do evento!
A viagem não durou mais do que 1 hora, então resolvemos andar e conhecer o lugar.
No local onde acontecerá a prova, a estrutura estava quase toda pronta (isso serve de exemplo para os organizadores de competições no Brasil!) bem no centro do complexo, tem um centro aquático com pelo menos 3 piscinas, e mais, só de chegada vi mais 10 triatletas pedalando, correndo e nadando na "Broadwater" (é tipo uma enseada, baía, sei lá...pois onde vai acontecer a prova não é mar aberto, parece um lago que tem ligação com o mar.) Mais fácil é entrar no Google mapas e digitar "Southport, QLD", daí dá para ter uma idéia o que é.
Paricipamos do treinamento, comemos alguns sanduíches (todo treinamento, curso, palestra tem comida), e como eram perto das 11 horas resolvemos ir conhecer a praia de Surfers Paradise, que também é muito perto, cerca de 6 km de Southport pela Gold Coast Hwy. Olha...a praia não tem nada de mais, na realidade tem de menos, com relação ao Brasil é muito diferente, pois não tem nada na areia (quiosque, ambulantes, cachorros, mulheres bonitas...hahaha).
Então...em mais ou menos 1 hora estávamos em casa de volta e ainda deu tempo de almoçar fora...ahh, o tempo deu uma melhorada boa e já praia o sol estava muito forte.

Beijos e abraços!!!