segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Calendário de provas para 2012

Fechando 2011 é hora de começar o plano para 2012.  O planejamento inicial se baseia nas provas que eu pretendo fazer e a partir daí, monto o plano de treinos. Para estabelecer as provas descritas abaixo levei em consideração a logística necessária (custos), o perfil das provas (preciso de algumas de corrida e de pedal difícil para melhorar) e variação (provas curtas, longas e de uma modalidade só). Meu calendário ficou assim:


-15/01/2012, Gatorade Series Robina (sprint).
-12/02/2012, Geelong 2.80.20 long course triathlon.
-03/03/2012, Ironman New Zealand, Taupo, NZ.
-15/04/2012, Sydney Dextro-Energy Olympic Triathlon.
-01/07/2012, Gold Coast Asics Half-Marathon.
-August, Marathon, Brisbane Running Festival.
-25/11/2012, Kingscliff Olympic Triathlon.
-02/12/2012, 70.3 Asia-Pacific Championships, Laguna Phuket, Thailand.

Agora é começar a treinar!!!

Abraços!


segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Resumo das competições do ano

Eu acredito que sempre podemos aprender com o passado, mas para isso precisamos registrar as informações para que não sejam esquecidas.
Não vou escrever tudo que se passou nas provas em que participei este ano pois seriam páginas e mais páginas de textos, então decidi escrever uma frase que representasse cada prova que fiz e o que eu aprendi. Espero que gostem.

-Março - Mooloolaba Tri (Triatlo olímpico): Umas das provas que DEVEM ser feitas se você é triatleta e vem para cá. Único incomodo foi ter que ir lá deixar a bike um dia antes da prova e voltar para dormir em casa (100km cada perna). Natação sem roupa de borracha, pedal com algumas subidas logo no início, ida e volta com vento contra na volta, corrida com subidas. Odiei cada segundo da prova até a última volta da corrida quando me senti parcialmente confortável. Lição: Não começar o ano lá! Tem que estar bem para correr esta prova!

-Abril - QLD Olympic Championships (Campeonato estadual de triatlo olímpico): Não foi uma grande prova como Mooloolaba em termos de participação pois era no mesmo dia do triatlo de Sydney. Foi perto de casa, sem ter que deixar a bike lá no dia anterior e o dia estava lindo. Natação sem roupa de borracha, 98% do pedal era plano e pouco vento, corrida no plano também. Lição: Fiz tudo muito bem, e acho que poderia ter forçado mais no pedal e mantido o ritmo na corrida (diminui no final da primeira volta e me arrependi).

- Junho - Challenge Cairns (Distâncias de Ironman): Primeira edição da prova aqui na Australia, realizada no nordeste do nosso estado, mas tão longe que o voo foi de 2 horas e pouco. Era minha prova alvo do primeiro semestre, natação em um lugar onde tinham sido vistos uns crocodilos, pedal de vistas maravilhosas do oceano com subidas e retorno no meio da estrada entre Cairns e Port Douglas (não me agradou muito), e corrida eu não sei porque parei na T2. Lição: NUNCA usar NENHUMA nutrição ou hidratação (este foi o meu caso) que não tenha sido EXAUSTIVAMENTE testado nos treinos!!!

-Agosto - Brisbane Running Festival (Meia maratona): festival com várias distâncias para correr aqui na cidade e perto de casa. Estava sem o que fazer e a minha técnica me pediu para correr alguma coisa, e daí eu fui. O dia estava fechado e bem abafado (aquele calor úmido caracteristíco daqui), e fiz a prova como treino sendo 4x5km progressivos e 1km para fechar. Lição: Tudo correu bem e só confirmei que eu corro melhor progressivamente. Me senti um lixo nos primeiros 15km e depois melhorou.

-Setembro - Kingscliff Triathlon (Triatlo olímpico): Seguindo a orientação da minha técnica em achar alguma prova para fazer, encontrei este triatlo olímpico na borda sul do nosso estado com NSW. Não muito grande, bem organizada, natação com roupa de borracha e a favor da corrente, pedal plano mas com partes do asfalto muito ruins, e corrida com uma FDP de uma subida logo na saída da T2. As minhas duas transição foram as piores de todas. Lição: Esta foi minha melhor prova de todos os tempos, contudo, se eu tivesse tido um pouco mais de atenção ao detalhes tipo: localização na transição e não fechar a roupa de borracha com todo o velcro poderia me sair melhor.

-Outubro - Noosa Triathlon (Triatlo olímpico): Segunda maior prova de triatlo do mundo em participação, perdendo somente para o London Tri. Inúmeras largadas por categorias ( só a minha tinham três!). Tivemos que passar a noite lá para fazer o check in da bike um dia antes e minha largada foi quase as 9 da manhã, então o calor já estava pegando. Natação sem roupa de borracha, pedal  de ida e volta muito bom com uma subida longa (seguido de uma descida que eu cheguei a 80km/h) e algumas partes muito estreitas, corrida no plano e um calor infernal. Lição: Poderia ter forçado mais na corrida apesar de não me sentir nada confortável no início.

-Novembro - 70.3 Port Macquarie (Meio ironman): Uma semana após Noosa fomos até Port Macquarie em NSW (9 horas de ida e 7 horas de volta de carro). O lugar é bem bonito, mas a prova como foi feita foi FD!!! Eles usaram o mesmo trajeto do Ironman Australia que acontece no mesmo lugar, mas fizeram alterações na corrida. Natação super tranquila com roupa (me bati um pouco mas fiz meu melhor tempo até agora), pedal muito FD cheio de subidas logo no início e as poucas partes partes planas com asfasto ruim e vento contra, corrida três vezes mais FD que o pedal com uns míseros 1/2km de plano por volta (duas voltas de 10.5km). Lição: Nunca mais voltar lá!!! Tô brincando... Para correr lá precisarei de muito treino específico, e da próxima vez, chegar mais cedo ou escolher outro meio de transporte (de carro foi muito cansativo para nós dois).

-Dezembro - Ironman Western Australia: Segunda prova lá. Tudo sempre muito tranquilo naquele paraíso e desta vez em um hotel melhor e com mais facilidades (cozinha no apto). Natação contornando um pier chamado "Jetty" (teoricamente fácil), pedal de três voltas de 60km plano (algumas inclinações ridículas), e corrida 100% no plano ( o calor deste ano foi infernal). Lição (ões): Não mudar a estratégia mesmo com vento contra na bike (me segurei pois achava que poderia quebrar), a combinação: pés molhados, tênis quase novo e meias novas NÃO FUNCIONA!!!!


Estas foram as provas do deste ano, mas apesar do ano estar terminando eu ainda não estou de férias já que meu calendário continua até março.
No próximo post eu vou registrar o que tem para o ano de 2012!

Abraço!!!

sábado, 10 de dezembro de 2011

Ironman Western Australia 2011 - Dor de garganta e bolhas nos pés

Não vou escrever que a minha participação no Ironman do Oeste da Austrália foi boa ou ruim, apenas vou descrever como duas situações podem fazer com que os planos mudem: dor de garganta e bolhas nos pés.
Fizemos nossa viagem na terça-feira, na semana da prova, e foi tudo bem tranquilo. Chegamos em Perth, capital do estado no início da tarde, e logo fomos para o hotel onde passaríamos a noite, e no outro dia teríamos a viagem (3 horas de ônibus) para a cidade onde é realizada a prova: Busselton. Entre a tarde e a manhã da viagem tive tempo de dar duas corridas: uma com a Niara e outra sozinho (sem relógio).
No outro dia encontramos todo o pessoal (viajamos com um grupo), e depois do café embarcamos para Busselton. Viagem tranquila e logo estávamos nos organizando em um ótimo apartamento no Abbey resort. Ótimas instalações com banheira de hidromassagem, sacada, ar condicionado, bela cama, e o mais importante na nossa opinião: uma cozinha completa!!! Assim podemos fazer as principais refeições em casa!
Resumindo a história. Fiz alguns treinos, descansei bastante, arrumei meus equipamentos, levei a bike para a transição e chegou a noite antes da prova. Antes de contar como foi a minha noite e a prova, gostaria de mencionar que TUDO em relação ao clima estava diferente. Ano passado de manhã cedo estava 8-10 graus de temperatura, este ano: 20-22 graus. Ano passado sem vento, este ano: ventava muito! Ano passado o mar estava uma lagoa, este ano: mexido, muito mexido.
Continuando...na noite anterior a prova estava tudo tranquilo, me alimentei bem, e estava me sentindo muito confiante. Como eu nunca consigo dormir bem antes de uma prova de Ironman, fiz o que eu normalmente faço, assiti teve até umas 10 da noite e fui para cama. Consegui cochilar até a 1 da manhã e quando eu acordei, não conseguia engolir saliva sem sentir a garganta doer. Me bateu o desespero pois passou pela minha cabeça não largar!!! Alguns minutos depois comecei a pensar que mesmo com dor de garganta e sem nenhum outro sintoma eu poderia fazer a prova. Tentei dormir de novo, e depois de uma hora estava bem desperto. Como a largada é foi as 5.45am, a Niara acordou as 2.15 e logo eu já estava de pé. A dor estava um pouco menor mas mesmo assim qualquer coisa que eu comia ou bebia doía para engolir.
Fomos para transição, chequei a minha bike, e organizei todo meu material (garmin, hidratação, pneu reserva, CO2, sapatilhas com elásticos, nutrição, capacete, óculos). Logo depois coloquei a roupa de borracha e fomos para largada. Dei um beijo na Niara e fui para a beira da praia. No fundo eu sabia que tinha algo (gripe, resfriado, etc), mas resolvi me concentrar somente no que eu podia controlar.
A prova:
Natação: Início tranquilo, mas entrando mais no mar, começou a ficar muito mexido. Depois da metade peguei uma corrente que me tirou um pouco do trajeto mais curto e tive que fazer um pouco mais de força. A visibilidade das bóias não foi das melhores, contudo não foi uma natação ruim. Meu tempo: 1h06min. Fiz acima do previsto e depois de me culpar por isso aceitei e me concentrei na transição e logo no pedal.
Transição 1: Este ano eles inovaram...e aumentaram a corrida para pegar a sacola da bike na transição. Outra coisa que eu não curti foi ter que obrigatóriamente deixar o número dentro da sacola. E isto foi exatamente o que eu tinha dentro da sacola: meu cinto com o número. Fiz o mais rápido que eu pude, e mesmo me enrrolando um pouco para colocar a roupa de borracha dentro da sacola fiz bem: 3min20seg. Ah, e para os mal acostumados de plantão: ninguém fica a disposição para ajudar a tirar a roupa de borracha. Se tu chamar algum voluntário, eles te ajudam, mas não é como o Ironman Brasil que tem aquela galera pronta para ajudar. Eu tirei a minha roupa sozinho sem problemas e com certeza fiz mais rápido que se tivesse ajuda.
Ciclismo: Muito vento contra na ida, calor e em algumas partes, vento lateral. Para mim, com roda fechada, me senti um pouco instável as vezes com o vento, contudo o meu peso ajudou neste sentido... Eram três voltas de 60km e fiz da seguinte maneira: primeira 1h45min, segunda 1h48min (me sentindo bem) e terceira 1h48min. Eu tentei ser o mais conservador possível contra o vento e acelerei o máximo no vento a favor. Hidratação e nutrição funcionaram bem e fechei o pedal em 5h21min. Mais uma vez, acima do planejado, e apesar de não estar feliz com o fato, decidi que teria que buscar na T2 e corrida.
Transição 2: Pela primeira vez depois de 6 Ironmans e 1 Challenge, eu terminei o pedal e fiz um desmonte como se estivesse em um sprint triatlo!!! Super confortável, pulei da bike e saí correndo! Fui para a T2 muito rápido, peguei a minha sacola, escolhi uma cadeira e chamei alguns voluntários para me ajudar. Eles passaram protetor solar e vaselina, enquanto eu colocava as meias e os tênis. Depois disso saí correndo e colocando o cinto com o número. Tempo da T2: 2min13seg.
Corrida: 4 voltas de 10.5km. Saí firme e de acordo com o plano fiz a primeira volta no ritmo de 5min/k, contudo estava sentindo um desconforto na sola dos pés e que aquilo pareciam bolhas, e nos dois pés!!!
O clima foi esquentando e depois de um chuvisco, o sol veio contudo. Não sei qual foi a real temperatura mas escutei que podia ser algo entre 35 e 38 graus. Fiz a segunda volta sentindo muito as bolhas e diminuí o ritmo. O calor foi me massacrando e as bolhas estavam me doendo em cada passo que eu dava. Foram mais de 30km correndo e sentindo como se agulhas estivessem sendo fincadas na sola dos dois pés a cada passada. Caminhei, corri, quase chorei, fui no banheiro e pensei em não sair de lá (hehehehe), e assim fui indo até chegar nos últimos 200 metros. Fui acompanhando alguns atletas e senti que poderia dar mais um esforço, e corri um pouco mais forte até aquele magnífico corredor. Aproveitei cada metro daquela que foi uma das provas mais duras que eu já fiz. Tempo final: 11h07min
Depois de tudo fui para tenda médica checar meus pés e encontrei a Niara. Na tenda da alimentação comi um pedaço de lazanha e logo fomos para o hotel. O meu pós prova foi como deveria ser: a gripe tomou conta do meu corpo e fiquei muito mal com todos aqueles sintomas por dois dias, mas nem por isso deixei de beber umas Coronas no jantar de premiação.
Em alguns dias eu voltarei a escrever sobre o o nosso retorno para casa, o que vale uma postagem completa.
Abraço!



Obs: Em março tem mais, Ironman Nova Zelândia.