terça-feira, 20 de outubro de 2009

Diferenças


Desde que eu cheguei aqui eu me pergunto porque as coisas são tão diferentes com relação aos custumes e hábitos e sempre vem na minha cabeça: "Colonização Inglesa". Mas será que somente isto explica o fato de 99% das pessoas tentam preservar as reservas, tentam manter a cidade limpa, respeitam as diferenças, respeitam as leis, e por aí vai...
Vivendo por aqui percebi que eles tem muitas regras e que a maioria delas funcionam. Vou citar um exemplo: um indivíduo roubou a mão armada três estabelecimentos comerciais não tocou em ninguém e foi condenado a 4 anos e meio de reclusão. Já imaginaram como seria no Brasil...bem diferente!
Pelo tempo que estou aqui percebi que não existem tantas diferenças entre nós (australianos e brasileiros), mas existe uma diferença primordial: tu até pode cometer alguma infração perante a lei e não acontecer nada (e isso eu vejo todos os dias no trânsito) mas se um dia te pegarem a coisa ficará muito séria! A conclusão que cheguei é que eles tem medo de tomar multa e ser preso, por isso se comportam!
Mas como o assunto a ser tratado neste blog é triathlon vou citar mais uma diferença entre os dois países. Neste final de semana tiveram duas provas aqui no estado de Queensland, uma em Bribie Island e outra em Gold Coast, que juntas tinham aproximadamente 3 mil atletas inscritos!!! Agora pensem junto comigo: o triathlon é bem difundido aqui mas não é o esporte nacional (tem o rugby union, rugby league, football, cricket, netball, natação), e como que eles conseguem ter em duas provas de distância sprint toda esta quantidade de inscritos??? Eu não sei no resto do país se tiveram outras provas, mas com certeza estas provas são regionais e os inscritos são do estado. Os meus questionamentos são: E as provas no Brasil, quantos atletas tiveram no último mês? O que os administradores do esporte e das federações estão fazendo para mudar este quadro? E a renovação dos atletas? E a iniciação esportiva?
Sem uma base o esporte ao passar dos anos enfraquece, e nós ficamos torcendo em uma olímpiada como Pequin para que os nossos atletas não sejam os últimos ou que pelo menos completem a prova!
Não existe renovação! E a prova maior são os resultados do Brasil no último mundial de triathlon nas categorias junior feminino 43º lugar, junior masculino 10º, e sub-23 feminino 22º (último lugar) e sub-23 masculino 31º, e os dois últimos resultados citados são de atletas de elite no Brasil! Não estou querendo "detonar" os atletas brasileiros, até porque eu sei que as dificuldades em ser atleta no Brasil são muitas e para ser triatleta então, infinitas. Mas eu acho que um país que terá uma olimpíada em alguns anos deveria começar a trabalhar um pouco mais na base de suas modalidades esportivas e não ficar esperando que os resultados venham do vento ou simplesmente caiam do céu! Ahhh, só para ilustrar um pouco mais o meu posicionamento a respeito do triathlon nacional: não tinha nenhum brasileiro na categoria elite, mas em compensação tinham atletas do México, da Korea, do Japão...

Muitas coisas...


Bom gente, nas últimas duas semanas estive com a agenda lotada de atividades (cursos e mais cursos...) que futuramente poderão gerar várias oportunidades para conseguir um trabalho. Vou descrever brevemente as atividades em que estou e estive envolvido.
Nos últimos três meses eu tenho treinado sob a supervisão do meu técnico do Brasil, o Marcelo Diniz, e posso dizer que faziam alguns anos que eu não percebia uma melhora no meu condicionamento físico. Desde que comecei a receber as planilhas não fiz apenas os treinos quando estava trabalhando como voluntário no mundial de triathlon e quando estava nos cursos dos últimos dois finais de semana, o resto fiz tudo! Aí que entra a questão da consistência que escrevi em uma das postagens anteriores. Bom, tenho a rotina dos treinos que normalmente são duas sessões por dia, daí tenho o curso de "Diploma of Fitness", que são às terças do meio-dia às 14.00 e sextas das 8.30 às 11.30 e das 12.00 às 14.00. Ainda temos, eu e a Niara, o curso de conversação em inglês terças e quintas das 18.00 às 20.00, e nos dois últimos finais de semana (sábado e domingo) das 8.30 às 16.30, eu fiz os cursos de técnico de atletismo sendo um básico (nível 1) e outro especilização em Meio-fundo, Fundo, Obstáculos e Marcha atlética (nível 2). Só para vocês terem uma idéia os dois curso tem um processo de avaliação com consulta e os alunos tem até duas semanas para enviar os resultados. Contudo, como eu me inscrevi para fazer o nível 2 uma semana após o nível 1, eu tive apenas três dias para fazer uma prova de múltipla escolha de 100 questões com um material que nos deram, mas que não estava muito claro como encontrar algumas respostas, isto é, era com consulta mas bem difícl, e além de tudo a média para passar era 80% da prova! Tá, tudo bem, eu passei, mas eu achei que não tinha passado pois fiquei bem confuso...
Fiz o nível 2 e agora estou com a prova e tenho mais uns 10 dias para entregar e o teste é um pouco diferente, pois além de questões de múltipla escolha, tem outras dissertativas...e ainda não é somente sobre minha especilização, é sobre: anatomia, biomecânica, doping, treino para mulheres, desenvolvimento humano. Agora só falta eu terminar a parte da especialização que são 60 questões e daí posso mandar as respostas.
Para fechar com chave de ouro, no próximo sábado, eu terei outro curso para fazer de árbitro de triathlon na sede do "Triathlon Queensland". Acho este curso melhor por diversos motivos:
- É de graça.
- É só das 9 às 12 de sábado.
- Tem almoço depois (também de graça!)
- Depois que eu fizer o curso ganharei 30 dólares por dia de evento, 0.30 centavos por kilômetro de deslocamento e 50 dólares de hospedagem (tem que ser aprovado)
- Para me tornar membro do Triathlon Queensland e consequentemente do Triathlon Australia, eu vou pagar somente 40 dólares, sendo que eu terei que me comprometer a trabalhar em 3 provas (o valor normal é 120 dólares), e como membro do TQ & TA, vou economizar em média 30 dólares por prova.

Achei melhor este!

Grande abraço!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Gentileza gera...


Eu nunca fui reconhecido como uma pessoa simpática, e até algumas vezes as me percebem até um pouco mal-humorado ou sarcástico, mas normalmente são pessoas que não pertencem ao meu círculo de amizade õu simplesmente não me conhecem bem. Bom, e eu para ajudar um pouco não faço a mínima questão de sair "mostrando os dentes"para quem eu não tenho nenhum tipo de relacionamento. No entanto, por várias vezes, acabam acontecendo situações comigo que eu consigo demonstrar que as vezes as pessoas julgam sem ter conhecimento de causa.
Em algumas oportunidades quando saí para pedalar, aqui em Brisbane, vi alguns ciclistas empurrando a bicicleta com o pneu furado e me ofereci para ajudar, e olha que eu nem sabia quem eram aquelas pessoas! Como eu acredito muito no Budismo, eu creio que quando nos propusemos a fazer algo pelo outro sem intenção de receber nada em troca, invariavelmente nos tornamos pessoas melhores e as coisas começam a acontecer em nossa vida. Pois é, outro dia furei meu pneu e eu tranquilamente parei, me sentei no meio fio embaixo de uma árvore e comecei a realizar os procedimentos para efetuar a troca da câmara furada. Talvez vocês não acreditem no que eu vou contar pois no Brasil, ou em Porto Alegre, a situação funcionaria de maneira diferente...Pois é, não foi uma ou duas pessoas que passaram e perguntaram se eu precisava de algo, foram três pessoas: dois ciclistas e um cara em um carro que disse que tinha uma bomba de pé no porta-malas, e eu com um sorriso no rosto, agradeci e disse que estava tudo bem e que eu tinha o necessário para a troca.
Agora outra situação...eu tenho uma vizinha de porta que é uma senhora grega muito idosa e que tem muita dificuldade em se locomover (ela usa um andador), e que certo dia bateu aqui em casa e eu não sabia quem era, pois não conhecemos ninguém do condomínio. Ela não fala quase nada em inglês, mas eu consegui entender que ela precisava de ajuda com algo no apartamnento dela. Bem, fui com ela e descobri o problema...o botão da enorme batedeira que tem emperrou e ela não conseguia destravar. Confesso que eu também tive certa dificuldade em destravar o equipamento mas consegui. Ela ficou muito feliz e agradecida, e eu me ofereci para ajudá-la quando fosse necessário. Logo depois, ela bateu de novo na porta e me entregou uns biscoitos gregos (a massa estava dentro da batedeira quando destravei o equipamento).
A coisa não parou por aí, pois a filha dela também ficou muito agradecida e nos deu um doce tradicional grego que eu não sei o nome mas é muito bom. Um outro dia ajudei a colocar um cobertor no secador, e agora, quase que semanalmente temos deliciosos biscoitos gregos e esta semana recebemos um bolo e um pão que também devem ser tradicionais da Grécia.
Viu só...gentileza gera...alguns biscoitos, bolos, pães...

Grande abraço!

domingo, 4 de outubro de 2009

Aprendizado


Nos últimos anos aprendi algumas coisas sobre o treinamento de triathlon lendo bastante (livros, revistas especilializadas), ouvindo os mais experientes, mas principalmente como as coisas funcionam comigo. É claro que quando alguma informação vem baseada em uma pesquisa séria e fundamentada em conceitos teóricos já comprovados, acaba tem um peso maior quando tomamos alguma decisão com relação à execução do treinamento. O que eu estou tentando dizer é que mesmo sabendo que existe alguma comprovação científica séria nós tendemos a creer que poderá funcionar com a gente. Sim, eu acredito nisso, e não, eu não acredito nisso!? Vou explicar.
Biologicamente temos o privilégio de sermos únicos, e no que diz respeito a teoria do treinamento físico, existe um princípio chamado "Individualidade Biológica" e que define que a resposta ao exercício pode ser diferente apesar de algumas semelhanças inter-individuais (não sei se existe esta palavra...). Em outras palavras, o que funciona contigo pode não funcionar com o teu colega de treino e vice-versa, ou não, ou sim!!!
Dentro desta proposta de "individualidade biológica", eu baseio a minha compreensão dos resultados obtidos nos treinos e nas provas. E uma das coisas que comprovei, principalmente, desde 2007, é que para mim, na maioria das vezes, não importa o que eu fiz ou realizei no treino, e sim como eu fiz, como eu me senti.
Mencionei 2007 porque foi o ano em que eu deixei de fazer o que percebia ser algo que não contribuiria para os meus objetivos. Por exemplo: todos os domingos tínhamos um treino de ciclismo longo saindo do posto do Laçador em que iam vários triatletas de diversas características e níveis de performance. Antes de dizer, no meu ponto de vista, o que acontecia, vou dizer o que eu entendo sobre treinos longos. Os treinos longos servem de base fisiológica e psicológica para melhorar a nossa capacidade de suportar a execução do exercício por um longo período de tempo. Como deve ser feito? Segundo vários técnicos de nível internacional, este treino deve ser realizado abaixo do ritmo de competição, por volta de 70%HRR (percentual da frequência cardíaca de reserva). Porque não deve ser feito acima deste percentual ou em ritmo de competição? Porque a longo prazo pode comprometer os outros treinos, pode causar overtraining (excesso de treino) e "minar" psicologimente.
E o que acontecia nos treinos de domingo? Como tinham alguns com o condicionamento melhor, todos tentavam andar no ritmo deles, e por isso sempre estava acima das minhas expectativas. Bem, não estou escrevendo isto por que sobrei várias vezes do pelotão, e sim porque em várias oportunidades preferi sobrar e tentar fazer o meu ritmo do que tentar fazer o ritmo dos outros. Não estou condenando o treino em pelotão, estou apenas dizendo que com o tempo cada um encontra a forma mais adequada para si mesmo no treinamento, e que esta forma pode ser treinando em pelotão, porque não?
Aqui na Australia existem diversos grupos de triathlon, e posso citar uma equipe que desenvolve os treinamentos de uma forma bem interessante. O nome da equipe é "Brisbane Triathlon Squad" (eles tem site, blog e tudo mais), e eles fazem todos os treinos baseados no nível de performance dos atletas, dividindo-os em três grupos, iniciante, intermediário e avançado. Por exemplo, para a formação dos grupos nos treino de ciclismo é previamente executado um teste de "time-trial" (contra-relógio) de 20 km e de acorco com o tempo obtido os atletas são classificados em um dos grupos citados acima. Sendo assim, mesmo com algumas diferenças, os atletas tem a oportunidade de treinar com um grupo de características semelhantes, o ritmo do treino é previamente estabelecido pelo técnico e ficam outros integrantes da comissão técnica em cada grupo para garantir a execução adequada do ritmo proposto. Ah, os testes são repetidos a cada três meses, se não me falha a memória.

Abraços!

Show em Brisbane


Na última quinta-feira fomos ao show de uma banda pop muito conhecida no momento, "Black Eyed Peas", no Brisbane Entertainment Centre.
Na realidade, "toda a função", começou a mais ou menos dois meses atrás quando soube que eles teriam uma turnê pela Australia, e efetuei a compra dos ingressos pela internet, e que após uns dez dias recebemos pelo correio.
Com a proximidade do evento fomos localizar o local do show, pois mesmo sendo aqui em Brisbane, por enquanto, torna-se um relativo desafio encontrar. Bem, localizamos o local que fica situado por volta de 15 kilômetros aqui de casa em direção ao norte, no bairro de Boondall. No dia do show nos organizamos para sair cedo pois o início estava marcado para as 7.30 da noite e levaríamos uns 50 minutos para chegar lá. Infelizmente tivemos que faltar a aula de conversação em inglês na Universidade de Queensland porque quando compramos os ingressos nem sabíamos que este curso existia. Lá fomos nós mais uma vez com o nosso GPS e seguindo todas as orientações e quando chegou mais perto, o fluxo já indicava o local. Tudo muito organizado no estacionamento, e ninguém podia botar o carro onde bem entendia...bah, foi muito legal...uma fila enorme de carros e todos se posicionando lada a lado para estacionar. É claro que pagamos 10 dólares, por esta organização.
O local parece um centro de eventos por dentro e por fora, e com toda a estrutura de segurança (até a polícia estava lá dentro!, praça de alimentação externa e interna,e até restaurante tinha! Diversos banheiros a disposição (limpos e com papel!) caixas eletrônicos e tudo mais...Dentro, na área dos espectadores todos os lugares eram marcados e ficamos posicionados na última fileira de um dos lados (era mais barato!), mas tivemos uma boa visão do show. A princípio achamos que não iria lotar pois quando estava tendo o show de abertura do LMFAO, muito loucos por sinal, tinham muitos espaços vazios no local. A área do show é muito parecida com o Gigantinho, mas com uma estrutura mais moderna. Ahhh, o show de abertura começou em ponto, às 7.30!
O show do "Black Eyed Peas" foi ótimo pois tocaram todas as músicas conhecidas e tiveram quatro performances individuais, uma de cada integrante do grupo, muito bom!
A animação gráfica ou a iluminação foi excelente e eles reproduziram os temas de cada um dos video clipes produzidos por eles! Fizeram várias performances do tipo, ficaram pendurados por um cabo e simularam que estavam voando!
Tudo foi ótimo...até sair para tentar ir para casa! Ficamos quase uma hora esperando para sair do estacionamento e mais uma para chegar em casa (tinham uns bloqueios na estrada que de três pistas, virou uma!).
Mas o saldo foi extremamente positivo, pois tivemos uma noite muito legal, saímos um pouco, dançamos...e principalmente, com toda a segurança!

Abraços a todos!