sexta-feira, 28 de maio de 2010

Histórias do IRONMAN parte 4 - 2007
















Bom galera, o ano de 2007 como mencionei anteriormente foi marcado por muitas mudanças.A primeira foi a troca de técnico. Acho que a relação com meu antigo técnico estava desgastada, e talvez estivesse influenciando negativamente o nosso trabalho. Achei melhor continuar tendo uma boa amizade do que um técnico. A minha orientação foi para as mãos do técnico Marcelo Diniz. Com uma abordagem diferente e renovada, consegui manter um bom padrão durante os treinos.
Eu mudei a minha postura perante a prova buscando entender melhor como eu funcionava. A partir daí, o meu foco não foi geral ou superficial com relação a prova, pois eu trabalhei especificamente as minhas necessidades. Como se faz isso? Analisando cada resultado obtido, reafirmando os pontos positivos e buscando as causas dos pontos negativos para corrigí-los.
Um bom exemplo foram os treinos de ciclismo. Muitas vezes eu me saia para pedalar com um grupo nos domingos pela BR e em algumas oporturnidades algum débil mental resolvia que deveria aumentar o ritmo enlouquecidamente sem mesmo dar tempo de aquecermos. Então o que acontecia? Todos tinham que quebrar o ritmo para tentar anular a fuga. Para quê??? No passado eu tentaria aumentar o ritmo e ficar no pelotão, mas neste ano, eu simplesmente mantia o meu ritmo, e se ficasse alguém comigo, ótimo, e se não paciência. Fiz vários treinos com o Anir, com o Lula e com o Xandão. Lembro que os meus treinos longos foram um ou dois de 150km com um ritmo médio de 30km/h. Comecei a colocar em prática o que era melhor para mim, e complementei os longões com vários treinos de 120-130km com um ritmo um pouco mais forte. Outro fato com relação ao ciclismo foi que eu treinei a maioria do tempo três vezes por semana, o que me deixava mais descansado para os outros treinos. Mais um ponto importante foi o fato de que eu tentei reproduzir a prova em todos os treinos possíveis. Por exemplo: parei de usar meias nos treinos de ciclismo.
Meu treino mais longo de corrida foi de 28km. Eu pensei que não era necessário fazer 30-32km porque eu tenho uma boa base de corrida.
Se eu fizer uma análise geral do que foram meus treinos eu posso dizer que eu treinei consideravelmente menos e com menos estresse associado. Sabia o tinha que fazer.

A prova-
Pela primeira vez fomos com o nosso carro, eu, a Niara e a bike. Nos hospedamos juntamente com o Xandão e com o Zé. O lugar era um pouco afastado em Jurerê Tradicional, mas muito bom bom. Fizemos como se fosse uma concentração pois fizemos praticamente todas as refeições em casa. O Xandão cozinhou muitas massas para nós, o que foi ótimo.
No dia da prova eu estava mais relaxado do que nos outros anos e consciente que seria uma ótima prova. Acordamos muito cedo e usei como motivador o meu mp3 com algumas musícas de reggae de um cantor israelense. Fiquei muito ligado e a fim de competir.
Equipamentos-
Natação - óculos Nike para águas abertas, maior e mais visibilidade (me apertou, me machucou o rosto, entrou água, uma legítima merda!!!), roupa de borracha foi a mesma (única coisa que mudou foi o tamanho do furo na axila direita que aumentou!), macaquinho Orca (comprei na feira do Ironman um dia antes da prova...não façam isto!), sunga (não sei porque eu usava por baixo...).
Ciclismo - Bike nova (pelo menos para mim!) Specilaized Allez Elite vermelha, grupo Shimano 105 de 9 velocidades, pedal Look, clip Profile ( o mesmo de antes), capacete Rudy Project (comprado do Cristiano por 50 reais), sapatilha Sidi T1 (me dei de natal), rodas Bontrager Race Lite (não lembro se eu tinha comprado do Lula ou se ele me emprestou, pneus Michelin Pro-Race (emprestados pelo Anir).

Corrida - mesmo macaquinho da Orca, óculos Kuota, meias, viseira Reebok preta, e minha melhor mudança: tênis Saucony Trigon Guide 3, relógio Timex.
A prova foi desenvolvida de uma forma progressiva, natural e consciente. Primeira volta da natação tranquila, e a segunda mais forte. Saí bem no meio do bolo com um bom tempo.
A transição foi muito rápida e tranquila como sempre.
O ciclismo foi ótimo. Mantive o controle todo o tempo, e fiz a segunda volta mais forte do que a primeira. Vamos dizer que o clima ajudou, pois os ventos estavam fracos naquele dia. Lembro de ter visto o Betão, aquele da loja de Bikes de Novo Hamburgo, próximo do último retorno e eu estava em extâse, pois não acreditava o que estava fazendo. Eu não estava acreditando naquele ritmo que eu fiz. Entrei na T2 muito bem, apesar da dor nas costas, pois fiquei uns 90% na posição aero naquele dia.
A corrida foi sofrida e a partir do km 32 comecei a caminhar, mas foi tudo certo.
Cheguei muito bem, conquistando o meu melhor resultado em quatro tentativas. A Niara bateu uma fotos tremidas porque estava muito emocionada.
Fui muito bem e sei que ainda existem alguns pontos para serem melhorados, mas nada melhor que após tomar as ações necessárias, obter um resultado extramamente positivo.
Revisando as principais mudanças:
-Treinar em grupo se atender a sua necessidade, se não, treine sozinho ou com alguém com a performance muito parecida.
-Treinar com o equipamento como se fosse competir. Se eu treino ciclismo sem meias, eu vou competir sem meias (nunca vi nenhum pró usando meias).
-Faça o que for necessário de acordo com uma análise detalhada de desempenho. (Ex.: pontos positivos e negativos).
-Treine com um técnico que seja experiente (os meus dois únicos são muito!).
-Faça as mudanças que sejam necessárias sem medo de errar. (se não mudar vai ficar na mesma e você não saberá se seria melhor ou não, entende?).
- Por fim, o que eu reafirmei dentro da minha perspecitva a respeito do treino para uma prova de distância longa foi o seguinte: "MENOS É MAIS, MENOS DISTÂNCIA E MAIS QUALIDADE!"
Abraços!





sábado, 15 de maio de 2010

Histórias do IRONMAN Parte 3 - 2006

Quando nos deparamos com uma realidade fora do nosso controle o mais importante é tentar manter o pouco de equilíbrio que nos resta agindo de acordo com as nossas convicções. Isto é, fazer o melhor que podemos com o que temos e sermos felizes com o resultado obtido.
Após o Ironman de 2005 procurei descansar a cabeça e principalmente o corpo, pois a prova foi devastadora fisicamente e principalmente, psicologicamente. Para tanto me dei umas boas férias nos treinos. O fato foi que estas férias foram longas demais, e por isso, me desmotivei muito para retornar. Aprendi que isto pode ser considerado uma doença chamada "depressão pós-ironman", onde os atletas após realizarem o objetivo de finalizar um ironman não sentem vontade de treinar ou competir pois um objetivo gigantesco foi conquistado. Existem muitos relatos a respeito desta doença na internet, e podem ter a absoluta certeza que é real! Quando se atinge um objetivo como terminar um ironman, a melhor abordagem seria comemorar muito valorizando a conquista e se planejar para o retorno, definindo quanto tempo vai ficar sem treinar, o que vai treinar no retorno e quais serão as próximas competições.
Escrevo isto antes de relatar a minha terceira participação no Ironman pois esta prova me marcou muito por causa desta provável "depressão pós-ironman".
Comecei a minha preparação atrasado com o meu técnico Eduardo Remião. Eu não sentia nenhuma vontade de treinar, e começava me sentir desconfortável em treinar com o mesmo grupo de antes. Comecei a me isolar, comecei a sentir muita irritabilidade quando as coisas não aconteciam como eu planejava. Em resumo, não treinei suficientemente e estava com sobre-peso!
Com relação aos equipamentos utilizados, eu somente mudei os tênis, o que foi uma péssima escolha. Usei um adidas tipo o Supernova que tinha uma correção para pés pronados. Os meus pés estão mais para neutros do que para pronados, então machuquei muito a msuculatura do meu arco plantar. Aprendi a lição de que deveria trocar as meias do ciclismo para a corrida, para evitar problemas futuros, como bolhas. No restante foi tudo igual.
O mais importante nesta prova que eu me inscrevi por que queria fazê-la independente da condição física, foi a importância que eu dei para o objetivo final, que era simplesmente acabar a prova. Eu não tinha nenhuma pretensão ou pressão de me sair bem porque eu não havia treinado. Vocês sabem qual foi o resultado? Foi a melhor prova de Ironman que eu fiz com o pior tempo das três vezes que participei!!! Vocês conseguem entender? Melhor prova com o pior tempo? Vou explicar.
Como a minha única expectativa era terminar a prova, e para isto eu tinha 17 horas para fazer, não tive nenhum problema em estar relaxado. Só para vocês terem uma idéia o quanto eu estava relaxado, eu tive a melhor noite de sono pré-prova de todos. Eu a Niara estávamos hospedados, se não me engano, com o Giorgio, a Pati, Zico e Dedé (não lembro direito). Até recebi uma sessão de acupuntura para relaxar, da Pati.
A prova-
Natação: Sem problemas, saí lá atrás para não atrapalhar os outros e fui bem tranquilo.
T1: Tudo normal, sem atropelos.
Ciclismo: Como eu não tinha nenhum plano ou ritmo para seguir eu simplesmente não me preocupei em verificar a bike. O resultado foi melhor do que o esperado, pois logo na saída para o percurso, quando passei por um quebra-molas o ciclocomputador parou de funcionar. Sei lá, deve ter soltado na viagem para Floripa. Não poderia ter acontecido coisa melhor. Já que eu não estava interessado em seguir nenhum ritmo ou controlar coisa alguma, para que eu iria querer o ciclo funcionando? Foi perfeito!
Lembro também que não tinha muito vento no trajeto mas que estava muito quente. Sofri um pouco por conta da minha "bela e corpulenta" sapatilha da adidas. Meus pés doeram horrores!
T2: De novo com muita calma, realizei as trocas necessárias.
Corrida: Fora a dor que eu estava nos meus arcos plantares, corri com muita tranquilidade. Caminhei em todos os postos de hidratação/alimentação e em algumas partes do percurso. A minha cabeça estava muito tranquila e como eu sabia que a cada passo eu estava cada vez mais próximo do objetivo, eu somente mantive o foco nisso.
Cheguei muito bem, cansado, dolorido mas muito, muito feliz. Encontrei a Niara chorando como se fosse uma conquista dela, e realmente foi! Após passar por muitas dificuldades e incertezas, eu sabia que naquela data o único lugar onde eu gostaria de estar era ali, finalizando mais um Ironman.
O dia seguinte foi reflexo da abordagem que dei para a prova: estava inteiro. Se fosse necessário correr, correria. O meu amigo Zico não conseguia nem caminhar direito pois ele fez a prova perto das 10 horas, e eu fiz em algumas horas a mais. A questão que fica é: quem sofre mais fisicamente: o primeiro ou o último atleta? Naquele dia o que chegou bem depois estava se sentindo bem melhor no pós-prova...
Mais um objetivo concluído onde a capacidade mental de superar as condições adversas foi utilizada adequadamente.
No próximo post sobre as histórias do Ironman parte 4 - 2007, muitas mudanças, afirmações e aprendizados.

Abraço!

OBS.: Só tenho fotos impressas deste Ironman, portando mais uma vez o post ficará sem fotos. Sorry!

segunda-feira, 10 de maio de 2010

TREINO É TREINO...


Leio diversos blogs relacionados ao Ironman e sempre fico feliz com a dedicação e superação das dificuldades com que os atletas amadores demonstram com relação aos treinos. Por cinco anos consecutivos tive experiências semelhantes e mesmo que alguns atletas de primeira prova não acreditem, o período de treino é muito pior que o dia da prova. Além dos treinos, temos vida pessoal, família, amigos, lazer...e somos responsáveis por conseguir nos organizar e atender a todos da melhor maneira possivel.

Eu já vivenciei a situação que citarei aqui e em todas as edições que participei tiveram diversos atletas que fizeram o mesmo.

Assim como vários atletas eu sempre fico muito feliz com os resultados obtidos nos treinos, se a média foi boa com relação a distância, e se a minha performance foi de acordo com o esforço. Até aí, tudo normal. Quando chega o dia da prova e apesar de diversas ótimas performances nos treinos, não conseguimos reproduzir o mesmo. O que acontece? Qual a nossa primeira atitude?

No meu caso, na primeira vez, foi um desespero! Comecei a fazer as contas e tentei aumentar o ritmo enlouquecidamente! Eu pensava: "Mas como eu não consigo manter nem 32km/h, se nos treinos as minhas médias não baixaram de 35km/h"!!!

Como citei no post do Ironman 2005, no dia da prova existem fatores que não dependem de nós, e o que vai nos diferenciar dos atletas que se desesperam, excedem os limites e quebram, só porque não conseguem reproduzir os treinos no dia da prova, é a nossa capacidade de gerenciar o caos. É isso mesmo! Gerenciar o caos é enfrentar uma situação desfavorável com a melhor atitude mental possível, e que neste caso seria aceitar que a média será mais baixa do que nos treinos. Parece fácil, mas não é! Imagine os ótimos treinos realizados, as noites mal dormidas, o tempo em que não estivemos com a família e por aí vai...Não é nada fácil aceitar uma situação destas, mas o objetivo de finalizar um Ironman é muito maior do que qualquer performance estimada, é claro, na minha opinião.

A minha dica é a seguinte: se é o primeiro Ironman tenha um comportamento e uma atitude conservadora. A primeira sensação que você vai sentir na prova é a euforia causada pela liberação da nora-adrenalina, mas a chave de tudo e ter o controle das ações. Inicialmente, você pode até pensar que está fácil e confortável, mas isto com certeza passa, acreditem em mim!

Siga o seu plano e mantenha o controle emocional! Mas se for necessário fazer alguma alteração durante a prova para garantir que você vai chegar, FAÇA!!!

Não esqueçam: Treino é treino, e jogo é jogo!

Suplementos nutricionais


Hoje em dia temos a disposição uma quantidade gigantesca de suplementos nutricionais que prometem melhor recuperação, mais energia, melhor desempenho e por aí vai.

Bom, como acredito que cada um tem a liberdade de fazer o que entende ser melhor para si e tomar o que quiser, e ainda que cada pessoa é diferente da outra, vou apenas citar a minha experiência, ou melhor a minha falta de experiência.

Em primeiro lugar, independente de resultados científicos relacionados aos suplementos nutricionais, eu sempre vou acreditar em um dos princípios mais importantes do treinamento físico: Individualidade Biológica. Todos nós somos diferentes por natureza.

Em segundo lugar, a minha falta de experiência esta relacionada à não utilização de suplementos nutricionais, mas isto não significa falta de conhecimento técnico a respeito.

Quando eu estava me preparando para o Ironman pela primeira vez, em 2004, eu participei de um estudo com a Dra. Nutricionista Cláudia Dornelles. Era um estudo a respeito da relação dos radicais livres liberados com a execução de treinos de ultra endurance e as diferentes formas de nutrição (rica em antioxidantes, suplementação com antioxidantes e dieta normal). Acho que era mais ou menos isto. Para tanto fui submetido a diversos testes: testes máximos de esteira e bike, ecocardio, eletrocardiograma, exames de sangue. Tive a minha nutrição avaliada e recebi uma prescrição de dieta. Para que a informação fique clara vou frisar os seguintes fatos:

-Eu tinha um emprego de oito horas por dia;

-No meu trabalho eu tinha envolvimento físico, isto é, gastava muita energia;

-A Dra. Cláudia tinha mestrado e estava fazendo o doutorado na escola de educação física da universidade federal;

-A minha dieta foi monitorada por todo o período de treinamento para o Ironman 2004;

-Tive testes no final do período de treinamento;

-Eu não fazia uso de NENHUM TIPO DE SUPLEMENTAÇÃO REGULARMENTE;

-A minha dieta era composta somente de alimentos regulares e a quantidade calórica era de aproximadamente 3.800kcal;

-Eu somente utilizava suplementação nos treinos longos e era composta por: barras de carboidratos, barras de proteína e sachês de carboidratos em gel;

-Eu não tinha uma alimentação considerada "equilibrada" inicialmente.

Bom, esta é a minha experiência com a não utilização de suplementos nutricionais, e lembro que a Cláudia me disse na época, que se um atleta não profissional e consegue ter uma alimentação razoável, não a necessidade de utilizar suplementação.

Concordo com ela e apesar de respeitar o princícpio da individualidade biológica, acho que o fator PLACEBO, é o que realmente funciona com atletas amadores, assim li em uma revista de triathlon da Inglaterra que um fator motivacional para os triathletas de longa distância seria usar um capacete aero!!! (até onde se sabe, o capacete funciona em velocidades médias de 40km/h ou mais...)


Até mais!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Histórias do IRONMAN Parte 2 - 2005

Bueno, eu realmente comecei a entender um pouco mais a respeito do Ironman e suas "variáveis", a partir da segunda prova...
Porque eu estou escrevendo isto? Porque independente do treino que foi realizado e do equipamento existem outros fatores que interferem e fazem do triathlon um esporte magnífico e cheio de surpresas.
Minha segunda participação no Ironman em Florianópolis, como se esperava, foi construída baseada na prova anterior. A base estava maior e a experiência havia saído do zero. Os treinos foram melhores (com o mesmo grupo de 2004) e cada vez mais eu me sentia mais confiante que poderia fazer uma prova melhor e já começava a pensar no tempo em que eu poderia realizar o percurso. Somente o que me tirava realmente do sério foram os problemas com a bike. Eu nunca tinha trocado tantas câmaras devido a quantidade de vezes em que eu furei os pneus. Mas, vendo pelo lado positivo, se eu furasse na prova, eu teria uma prática absurda. O mais interessante foram alguns "colegas" que pedalavam no mesmo trajeto e às vezes com a gente que tiravam onda quando eu parava para trocar a câmara, e tiveram problemas na prova...mas eu só tive problemas nos treinos!
Como eu já tinha mais de um ano de trabalho na empresa em que trabalhava, eu decidi esperar e projetei as minhas férias para o mês da prova. Isso mesmo, eu trabalhei direto mais de 1 ano e meio só para poder tirar as férias no período da prova.
Desta vez, fui com o Zico e nos hospedamos em uma pousada onde estava a triathleta Carla Moreno. Perto do local da prova, acomodações muito boas e o preço bem acessível. O ponto negativo foi a ausência da minha namorada na época, e que hoje é a minha esposa. Foi a primeira e última vez que fiz um Ironman sem ela por perto...
Na época eu era treinado pelo técnico e amigo Eduardo Remião.
Seguimos todos os rituais: nadamos, pedalamos e corremos, mas tudo levinho.

Equipamentos:
Natação - mesma roupa de borracha da Mormaii (agora com um pequeno furo no lugar da axila), o mesmo óculos Aquablade. Por baixo da roupa: top verde da Ironman, bermuda da marca do Roberto Lemos, Ironmind (preta e bem curtinha).
Ciclismo - Troquei a Trek 1200 por uma Aerotec com o quadro de alumínio, grupo Shimano 105, clip Profile que segundo o Thiaguinho: "Mas parece um sofá este clip!" (parecia mesmo), e acho que o pedal era o mesmo, usei uma sapatilha de ciclismo da Adidas (pesada e desconfortável), óculos Kuota comprados com o Karan, mais uma vez usei meias, e finalmente usei uma camisa de ciclismo GB por cima do top para poder levar a comida.
Corrida - Top, bermuda e óculos citados acima, tênis Nike Pegasus com meias, boné da prova.

A prova:
Natação foi tranquila apesar de ter saído bem no meio da galera. Muitos reclamaram que apanharam muito neste ano, mas eu achei tranquilo.
Transição sem problemas e fui para o pedal. A partir daqui vocês vão entender porque eu escrevi aquilo lá no início do texto. O Ironman é uma prova como a maioria das provas de triathlon: é disputada ou realizada ao ar livre. Por isso, muito mais do que treinar o físico, nós precisamos treinar a mente para suportar condições desfavoráveis. No caso de 2005, o ciclismo foi o maior desafio pois o vento contra estava forte no retorno para Jurerê. O que isto quer dizer? Que dos 45km para os 90km e depois dos 135km para os 180km foram com vento contra! A partir daí a mente começa trabalhar não somente para tentar controlar os impulsos de tentar entrar no ritmo mesmo com o vento, mas para re-organizar tudo para chegar no final da prova. Foi a partir desta prova que toda vez que eu planejo uma prova do Ironman eu tenho sempre três planos: Plano A - Fazer um tempo que me surpreenda, Plano B - Fazer o tempo planejado e Plano C - Chegar!
Fiz a segunda transição sem problemas e segui para a maratona. Não sei porque eu tive a "brilhante" idéia de não trocar as meias que usei no ciclismo para sair para correr...e outra, o tênis era meio número menor do que deveria para aquele modelo. Bom, quando eu estava por volta do km 15, eu comecei a sentir uma ardência no meu calcanhar esquerdo. Ah, eu já ia me esquecendo de citar que as meias eram daquelas bem curtinhas...Como as meias estavam molhadas (água, gatorade, suor, urina...) com a corrida elas começaram a entrar para dentro do tênis e assim com o pé descoberto fiz uma "magnífica" e dolorida bolha! Como eu não conseguiria correr até o final daquele jeito com a bolha me incomodando, eu parei sentei na calçada e puxei a meia até cobrir o calcanhar. Por alguns instantes funcionou, mas para cobrir o calcanhar os dedos foram esmagados, e o resultado final foi o seguinte: as bolhas (já nos dois calcanhares) incomodaram o resto da prova, estourei as duas unhas dos dedões (ficaram cheias de sangue por baixo) e mais ou menos uns três meses depois, elas caíram!
A corrida, apesar de tudo, foi a melhor das minhas cinco tentativas. Tive a consistência necessária para fazer uma boa corrida e finalizei baixando mais ou menos 30 minutos da primeira prova. Desta vez terminei chorando, mas o motivo não era só a emoção de terminar mais uma prova, mas sim a dor que eu estava sentindo no corpo (mais nas coxas) era incrivelmente absurda!!! Acredito que esta prova foi a mais fd...de todas! E foi assim para muita gente boa. O Galindez passou mal e até xingou o meu amigo Zico. O Alexandre Ribeiro que já teve uns dos melhores tempos de um brasileiro no mundial do Hawaii, se não o melhor, caminhou na prova.
As lições que ficaram foram as seguintes: Se prepare adequadamente para a prova, saiba que o clima sempre poderá influenciar, esteja preparado para mudar o planejamento durante a prova e independente do que aconteça termine a prova!

Mais uma vez, se eu lembrar de algum detalhe, eu complementarei.

Abraços!

OBS.: Eu só tenho as fotos impressas deste ano, por isso não pude colocar nenhuma no post.