Olha só que foi que eu fiz!!!

Eu e a Niara estamos juntos há algum tempo e desde o início ela começou a conhecer como era (e ainda é) o meu estilo de vida onde eu adoro fazer exercício e de preferência de endurance. No começo eu ajudei ela a começar a correr adequadamente e depois de alguns meses correndo e caminhando ela fez os primeiros 10km dela.

Aqui estamos checando o tempo dos 10km

Logo após concordamos que ela deveria tentar algo mais longo, tipo uma meia maratona. Ajudei nos treinos e competimos em uma maratona de revezamento categoria duplas onde ela correu a primeira parte e eu a segunda.

Ela quase fechando os 21.1km

Enquanto estávamos vivendo no Brasil ela ainda fez mais um 10km e uma meia-maratona. Quando viemos para Brisbane foi um pouco complicado no início mas depois de um ano definimos que seria o momento dela fazer uma maratona. E foi no ano passado no primeiro final de semana de julho que ela completou a maratona de Gold Coast. Vale lembrar que o maior fundo de corrida dela foi feito em Porto Alegre enquanto passamos as férias.

Ela com a medalha!

Um pouco antes da maratona nós conversamos e foi estabelecido que precisaríamos de um outro desafio após a maratona pois seria bem provável que ela pudesse ter a DPM (depressão pós maratona), e juntamente com umas amigas de Sydney, ela se inscreveu no Ironman 70.3 Port Macquarie, na categoria revezamento e iria fazer os 90km de bike. Após um breve período de recuperação ela começou a pedalar mais consistentemente (já fazia alguns treinos no rolo em casa como complemento para o codicionamento físico), e se inscreveu em um curso para ciclistas iniciantes no local onde faço meus treinos. Aprendeu a usar o pedal de encaixe (caiu algumas vezes mas nunca desistiu), aprendeu a andar de bike na rua com segurança, aprendeu a usar as marchas, etc). Fizemos um pedal de 100km juntos de Brisbane até Gold Coast e ela foi super bem!

Uma semana antes de Port Macquarie ela participou de um triatlo só para mulheres onde arrecadam fundos para ajudar o combate ao cancer de mama.

Fomos para Port Macquarie e não foi fácil. O vento, as subidas, alguns trechos técnicos e o piso ruim na maioria do trajeto tornaram o pedal dela (o meu também!) muito difícil ao ponto de ela dizer que foi o esforço foi muito maior que na maratona! (não temos fotos dela desta prova)

Mas temos a foto do Chumbinho! (carinhoso nome da bike da Ni)

Mesmo um pouco traumatizada com a experiência, ela continuou firme nos treinos, fez mais amizades no grupo de ciclismo, e melhorou o pedal dela significantemente! Começamos a pensar sobre participar de um outro sprint triatlo, mas um dia ela chega com a idéia muito interessante. Como aqui na Australia eles fazem muitos eventos esportivos com o foco em arecadar doações para ajudar as pesquisas científicas no combate á doenças como por exemplo, o cancer, ela estava com uma séria intenção de participar de um grupo onde fazem tipo passeios ciclísticos mas daqueles bem longos. Neste caso o trajeto é de 570km feito em 3 dias.

Eu apoiei a idéia e desde então ela vem treinando seriamente para participar do evento e arrecadar doações. No período dos treinos ela já completou um sprint triatlo em um dia de 40 graus de temperatura (especialmente na hora que estava na parte da corrida). Não temos fotos pois os dois estavam competindo... Ela participou de vários pedais longos, sendo um de 145km, o mais longo da vida dela. Fez mais time de revezamento para pedalar os 40km do triatlo de Mooloolaba onde fez a melhor média até então na distância, 33.5km/h. Na semana passada fizemos um pedal com os amigos e fizeram algumas fotos do treino da Ni na estrada e nos treinos no Computrainer (rolo).

Amanhã teremos o estadual de triatlo sprint e será o segundo na distância para Ni que servirá como experiência pois ela já esta inscrita no mundialmente famoso triatlo de Noosa e está pretes a se inscrever no primeiro meio ironman que possivelmente será em dezembro na capital australiana, Canberra.

O que foi que eu fiz? Incentivei, ajudei, organizei os treinos e mostrei o caminho. Assim, ela encontrou um jeito de ajudar os outros nos eventos para arrecadar doações e encontrou um novo hobby: fazer exercício e ficar saudável!

Se você quiser ajudar a doar para a Niara é só entrar no link abaixo e fazer qualquer valor em contribuição que já estará ajudando as pesquisas científicas que trabalham para encontrar a cura para o cancer.

http://www.smiddyfundraising.com.au/niara_oliveira

Abraço!

OBS: Se tiver algum problema em entender o website acima vc pode usar qualquer tradutor da internet, por exemplo, eu sempre uso o tradutor do Google.

Ironman Melbourne 2013

Para iniciar esta postagem vou usar uma frase que eu não sei de onde veio (ou se é minha mesmo) mas sempre utilizo em situações críticas: "Não importa o que aconteça faça sempre o melhor com que você tem disponível." E assim foi o meu Ironman Asia-Pacifico, no dia 24 de março em Melbourne.
Vamos por partes para que vcs consigam entender o contexto.
Eu estava treinando muito bem e por volta de 2 meses antes da prova eu tive uma canelite na perna esquerda. Foi tão forte que apareceu uma ressalto enorme na minha canela e o resultado foi ficar sem correr os treinos longos e os intensos. Foi muito dolorido mas o que eu poderia fazer? Chorar, gritar, me desesperar??? Claro que não!!! Tratei da melhor forma possível e 3 semanas antes da prova consegui fazer o meu treino mais longo de corrida, 90 minutos na esteira a 9.5km/h.
Mesmo não tendo feito o treino necessário eu estava muito confiante que poderia correr aquela maratona sem problemas. O ciclismo está muito bem e a natação sólida, e por isso acreditei que iria dar tudo certo.
Antes da prova
Cheguei em Melbourne na quinta-feira, achei meu hotel (bem perto do final do prova) e fui encontrar uns amigos. No dia seguinte nadei em St Kilda, local onde foi localizada a chegada da prova. O mar estava mexido, com algum vento e a temperatura fora da água estava moderada. No mesmo dia peguei meu kit, e mandei a bike para a transição. As bikes foram para a transição de caminhão pois a natação e transições estavam localizadas há 40km do final. Logo após fomos para o Etihad Stadium para o jantar de massas, desta vez só para os atletas. E foi muito bom! Voltei para o hotel e a Niara já tinha chegado de Sydney (não veio comigo de Brisbane desta vez).
No sábado foi o dia de ir conhecer o local da natação e colocar as sacolas na transição. Passamos pelo trajeto da bike e chegamos em Frankston onde o vento estava forte e o mar muito agitado.
A prova
Acordei cedo (nada de normal nisso, né??), organizei meu material e preparei minha nutrição pré-prova. Fui para o ônibus com duas sacolas cheias com minhas caramanholas (3), nutrição pré prova (1), e o equipamento para colocar na bike. Nunca deixo nada que possa ser retirado da bike na transição. Chegando lá, chequei a bike e estava tudo okay. Coloquei todos os materiais na bike e fui encontrar a Niara que veio em outro ônibus. Estava escuro e o vento soprava forte! O mar estava muito agitado e logo anunciaram que a natação seria de uma volta. Uma volta que não seria 1.9km e sim 1.5km. Além disso atrasaram a largada em uma hora. Para minha surpresa, a organização fez uma largada para todos os 2.200 atletas, e por isso posso descrever que a natação foi simplemente um caos!!! Não conseguia ver as bóias, tinha muita gente no caminho e por causa da correnteza e do tamanho das ondulações, a natação foi muito lenta e perigosa. No final ainda saí uns 300m para a direita do final da natação!

 T1 feita muito devagar pois tinha muita gente no caminho e ainda por cima enfrentei fila para montar na bike! Inacreditável!!!
O ciclismo também foi complicado. Muita gente saindo para pedalar ao mesmo tempo causou um congestionamento enorme e foi impossível não estar em algum pelotão por alguns momentos, mesmo não querendo. O vento estava intenso contra na ida da primeira volta e ainda com um vento lateral forte que ficava difícil de controlar a bike. No retorno o vento estava a favor mas o vento lateral soprava o tempo inteiro. Em várias partes da estrada fui jogado para o acostamento por causa do vento (minha cabeça por causa do capacete aero parecia que iria ser jogada longe!!!) e ficava cada vez mais difícil ficar na posição aero. Lembrando que eu estava usando uma roda fechada atrás, o controle da bike foi ainda mais difícil!Mesmo assim o retorno foi bem rápido e por vários momentos eu estava mantendo 50km/h!
A segunda volta foi ainda pior! O vento contra indo aumentou, o vento lateral aumentou e o vento a favor na volta foi somente por uma curta parte e depois virou contra também! Os últimos 10km foram um inferno! Vento contra e lateral tão fortes que eu estava indo a 25km/h e 300W de potência! A T2 foi bem mais rápida e eu estava muito feliz em deixar a bike para trás!!!

 A corrida foi confortável por volta de 20km, e depois disso começou a ficar cada vez mais difícil manter o mesmo ritmo. Mesmo assim consegui correr sem  caminhar até o km 33/34, e a partir dos 34km alternei caminhada e corrida. Foi muio difícíl fisicamente pois os meus flexores de quadril estava muito doloridos e mentalmente eu estava bem esgotado também.

No km 40 voltei a correr e não parei até fechar a prova. Fui muito bem nos últimos kilometros passando muita gente  e para minha surpresa quando cruzei a linha de chegada recebi a minha medalha do atual campeão mundial de Ironman, Pete Jacobs. Cheguei a me assustar quando vi ele me entregando a medalha! Muito show!

Fui para a área de recuperação e eu só queria duas coisas: pizza e coca-cola!!! Peguei a minha comida, me sentei e matei o que estava me matando! Encontrei a Niara logo em seguida fora da área dos atletas e dei um abraço bem forte! Ela merece por ter me esperado por tanto tempo e por outras coisas mais!

Na segunda-feira pela manhã fui pegar a bike e dei uma trotada de leve e me senti muito bem. Aproveitamos o dia em Melbourne e na terça estavamos de volta.
Após participar do meu ironman número 9 eu posso dizer que o equilíbrio, a consistência, a individulidade e o bom senso foram predominantes para que eu pudesse me sentir bem antes desta prova, durante e principalmente após. Como eu fiz?
A minha preparação começou no dia 10/12/2012 e foi até o dia da prova no dia 24/03, a média horária no período foi de 11 horas e 40 minutos por semana, eu não fiz nenhum pedal mais longo do que 163km (média de 30km/h e foi um só), a maioria dos últimos treinos foram feitos no rolo, nadei 3x por semana e não fiz nenhum treino mais longo que 3500m, fiz muito pull-buoy e palmar, nadei uma vez por semana de roupa de borracha, meu "longão" de corrida foi de 2 horas pois tive uma canelite há 2 meses antes da prova, fiz todos os meus treinos na esteira após ter aquela lesão, quando não me senti a vontade de ir treinar eu preferi descansar, eu escutei o meu corpo, perdi alguns treinos, para a prova não aumentei a minha injestão de carboidratos na semana, não uso e não usei nenhum suplemento (a salvo uma capsula de magnésio para me ajudar a relaxar e dormir melhor todas as noites), a minha nutrição foi extramamente efetiva e simples (4 garrafas com o GENUCAN, uma antes da prova, e três na bike), não comi nada além do GENUCAN na manhã da prova, na corrida comi 5x 2ndSURGE gel, água, coca-cola e gatorade.
E a minha recuperação pós prova?
Voltei na terça para casa, na quarta eu pedalei 30min indoor (spinning bike), na quinta fui caminhando para o trabalho (4km), sexta fiz folga, no sábado fiz 100km com alguns amigos (30km/h de média), no domingo corri uma hora bem fácil com a Niara, segunda fiz folga, e esta semana treinei todos os dias pelo menos um esporte (treinos curtos e na maioria bem fáceis). Hoje é quinta-feira (4/4) e neste final de semana eu e a Ni vamos competir no campeonato estadual de sprint triatlo.
A minha mensagem final é: Todos nós somos diferentes, nem todos precisam fazer treinos épicos para fazer um ironman, muitos não precisam fazer 20km de natação, 600km de bike e 80km de corrida!!! Tente fazer o melhor possível com a quantidade necessária de treinos e nem um metro a mais ou a menos!
 Grande abraço e bons treinos!