segunda-feira, 29 de outubro de 2012

70.3 Port Macquarie 2012

No último domingo competimos (sim, eu e a Niara) no 70.3 Port Macquarie (triatlo de meio ironman) no estado de Nova Gales do Sul (onde a capital é Sydney), e o saldo foi muito positivo.
Nossa jornada começou na sexta-feira pela manhã quando fomos buscar o carro que alugamos para fazer a viagem. Port Macquarie fica há 550km de Brisbane, onde moramos, e como nosso carro não ultimamente não inspira muita confiança, preferimos alugar um, e bem maior. Sendo um carro maior (caminhonete) conseguimos colocar as duas bikes e toda a bagagem dentro sem problemas, e ainda ficamos mais confortáveis e seguros.
Saímos as 3 da tarde e em 7 horas (alguns engarrafamentos em Gold Coast) chegamos no nosso destino. Desta vez escolhi um hotel a 200 metros da transição, tornando a nossa vida muito mais fácil.
Sábado durante o dia, a única exceção à nossa rotina normal das coisas que temos a fazer nas provas foi o fato de que alguns amigos de Sydney (Marcus e a Leanne) estavam lá também para competir e pudemos passar o dia juntos. Foi muito bom ter companhia para almoçar e jogar conversa fora além de reclamar que o vento estava muito forte. O Marcus estava lá para o meio ironman no individual como eu, e a Leanne fazia parte do revezamento onde a Niara iria fazer o pedal.
Fizemos o registro, pegamos nossos kits de prova, assinamos o termo de consentimento e após o almoço voltamos para hotel para preparar as bikes.
Aproveitei o momento para escrever os meus objetivos na prova. Eu estou sempre lendo muito a respeito de como os profissionais do nosso esporte usam os equipamentos e principalmente como eles lidam com as adversidades. Na última Triathlete Magazine (revista americana especializada em triatlo), eu li um artigo do triatleta profissional Jesse Thomas sobre como estruturar o plano e usar objetivos onde os efeitos externos encontrados em uma prova de triatlo não influenciariam. Por exemplo: se eu usar o tempo final como objetivo, e a prova tiver muito vento contra na bike, provavelmente, isso irá afetar o resultado final e assim, dificilmente eu atingiria o meu objetivo. Então, a sugestão dele foi de usar como metas os aspectos onde eu teria o controle da situação. Eu posso fazer uma meia maratona progressiva mas eu não posso parar o vento... No final de cada modalidade vou escrever quais eram os meus objetivos e o que eu consegui obter.
Lá pelas 3 da tarde fizemos o check in das bikes, voltamos para o hotel e logo saímos para a janta no hotem onde o Marcus e a Leanne estavam hospedados. Comemos uma muito boa e tradicional massa pré-prova preparada pela Leanne. Voltamos para o hotel e estavamos prontos para dormir.
Acordamos cedo no dia da prova, mas não tão cedo, lá pelas 5 da manhã. Organizamos os materiais e fomos para a transição checar as bikes. O vento continuava bombando, mas não tão forte quanto no dia anterior.Coloquei tudo o que eu precisava colocar na bike (CO2, adaptador de CO2, nutrição, pneu reserva, spray para conserto de furos, capacete, sapatilhas, Garmin), chequei a bike da Ni e voltamos para o hotel.
A minha largada foi a primeira das categorias e tudo foi muito tranquilo. A água estava perfeita (19.3 graus), fundo visível e parada como um lago! Fiz força, segui meu plano e saí com um tempo muito bom da água.
Objetivos:
-Nadar muito forte os primeiros 400 metros. Atingido!
-Encontrar uma boa esteira. Atingido!
-Seguir a melhor linha e melhor posicionamento. Atingido!
-Manter o pescoço relaxado. Tenho que melhorar!
Transição 1 foi perfeita!!!
Objetivo:
-Tirar a roupa de borracha o mais rápido possível. Atingido!
Comecei a bike e logo enfrentei as primeiras subidas do trajeto. Para quem não conhece o trajeto da bike de Port Macquarie, ele começa com 6-7km de subidas e descidas e depois onde tem uma parte plana o piso é muito ruim, daqueles se tu não prender tudo muito bem na bike, com certeza tu deixas pelo caminho. No ano passado o vento estava na volta (2 voltas de 45km) mas não estava muito forte, mas neste ano o vento estava na direção contrária, fraco na primeira volta e muito forte na segunda.
Quando eu comecei no pedal eu estava me sentindo muito melhor do que no ano passado e estava bem confiante em um pedal muito bom. Mas a minha alegria não durou muito. Voltando para a transição, enfrentando as subidas (mesmo com vento a favor) senti o lado esquerdo da minha lombar muito dolorido. Cada vez que eu levantava para pedalar nas subidas vinha uma dor muito forte no lado esquerdo da lombar e passava para perna toda. Até aí eu conseguia, mesmo com dor, fazer força, mas quando comecei a segunda volta, ficou pior. Muitas subidas eu quase parei perto do topo porque além de ter muita dor em todo lado esquerdo (lombar até e panturrilha), comecei a perder força. Fiz o melhor que eu pude para me manter no trajeto e fiz muita força sentado para terminar logo aquela parte com as subidas. No retorno coloquei o melhor ritmo possível com o vento a favor e segurar a posição aero o maior tempo possível. Me senti muito melhor. Tanto na primeira volta quanto na segunda eu vi a Niara no trajeto. Na primeira volta com a cara muito boa em uma descida e na segunda, eu chamei e ela já não parecia tão bem... O vento contra e depois as subidas estava terrível para todo mundo. Todos os três, eu, Marcus e a Niara perdemos 2km/h de média da primeira volta para a segunda.
Objetivos:
-Não forçar muito nas subidas. Atingido!
-Ficar o maior tempo possível na posição aero. Tenho que melhorar!
-Comer (beber) nas descidas. Atingido!
-Ficar calmo independente o que aconteça. Atingido!
Se a transição 1 foi perfeita, eu não sei o que dizer da transição 2...supra perfeita!!! Rápida, eficiente e fiz tudo que precisa em 58 segundos.
Objetivos:
-Colocar as meias e os tenis o mais rápido possível. Atingido!
A corrida foi difícil mas bem tranquila. Segurei muito bem o meu ritmo e forcei no final. Após um pedal desgastante qualquer corrida seria muito difícil, então segui meu plano da melhor forma possível.
Objetivos:
-Correr progressivamente. Tenho que melhorar!
-Beber água e coca em todas as estações de hidratação. Atingido!
-Não importa o que aconteça, continue correndo. Não caminhe! Atingido!
No final da prova precisei da ajuda dos voluntários para me segurar e me manter em pé.
Encontrei a Niara na área de recuperação e ela estava muito, muito cansada! Foi um dia muito difícil para todos nós. O Marcus fez uma prova ótima e encontramos ele logo após o final da prova! A Leanne estava no percurso da corrida no pior o horário do dia, 1 da tarde, mas mesmo assim ela foi muito bem, e as três gurias do revezamento cruzaram a linha de chegada!!!
Após uma rápida confraternização, nos despedimos, fomos para hotel e às 3 da tarde começamos a nossa jornada de volta para casa.
A experiência no meu ponto de vista foi muito positiva. Nossos amigos estavam lá (não acontece isso frequentemente), competiram, a Niara participou super bem, e eu acredito que a minha participação foi muito boa.
Independente o que aconteceu comigo durante o pedal, nunca vou usar como uma desculpa por não ter feito o tempo que mesmo secundário nos meus objetivos, não foi obtido. Todo mundo tem dias ruins, dias bons, e o máximo e melhor que podemos fazer é analisar, entender o que precisa melhorar, fazer um plano de melhorias e trabalhar duro para concretizar.
Próxima prova: Noosa Triathlon Quando: NESTE FINAL DE SEMANA!!! UHUUUU!!!
Já voltei a treinar na segunda-feira e mesmo dolorido, estou muito bem para competir de novo em alguns dias!!!
Abraço e volto em breve com notícias!



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