domingo, 20 de setembro de 2009

Consistência, equilíbrio, consistência, equilíbrio...


No final deste ano eu completarei 10 anos como triatleta amador e hoje vou escrever algumas coisas que aprendi...
Acredito que nada na vida das pessoas vem de mão beijada ou sem esforço, no entanto, como que deve ser este esforço? Tudo ou nada? Priorizando excessivamente? Esquecendo de atender a todas as demandas impostas pela vida?
Bom, as palavras que descrevem como eu penso estão no título desta postagem, e sinceramente, eu penso nelas todos os dias como se fosse um mantra!
Vou explicar porque.
Comecei a ser triatleta pois me apaixonei a primeira vista em um triathlon lá em Guaíba, o antigo Triathlon Riocel. Fui com o meu amigo Rodrigo de Rio Grande, e que nadava no mesmo lugar que eu, na Polisport, em Canoas. Que a propósito, foi onde eu aprendi a nadar em abril de 1999.
Como a história é longa, vou encurtar...De lá para cá, obtive uma relativa experiência fazendo muitas provas e treinando em diversas condições.
Foram muitos duathlons (gosto, corro bem!), aquathlons( odeio, nado mal!), triathlons (curtos, médios, longos e muito longos) e posso dizem que as lições que tive foram diversas...por exemplo: todos os Ironmans que fiz foram diferentes (clima, treino, experiência adquirida, momentos da minha vida pessoal).
Nesta postagem, vou falar específicamente o que as palavras consitência e equilíbrio tem haver com o Ironman.
O primeiro que fiz foi em 2004, e é claro não se pode esperar muito de uma primeira vez, né? Até porque na primeira vez o plano A, B, C é sempre chegar! Bem, eu estava bem treinado, já havia corrido uma maratona em 2002(tempo de 3 horas 03 minutos e 14 segundos) e cometi os erros que qualquer um poderia cometer em uma estréia. Não consegui me alimentar nem me hidratar direito, e o resultado foi que na maratona eu trotei por volta de 35 km, mas cheguei!
Segundo Ironman, agora com mais conhecimento de causa, fui muito mais treinado, e tinha uma ótima expectativa de tempo (bom, no segundo já dá para ter um plano A, com tempo, e os planos B,C era chegar até o fim). Em 2005, tivemos a pior condição climática para um Ironman em Floripa, o vento estava contra na volta do ciclismo, o que significa que com uma alta kilometragem ainda tivemos que ir contra o vento. Bom, isso não dá para evitar, tem que gerenciar...Cometi alguns erros na escolha de alguns vestuários (meia muito curta) o que resultou em bolhas e muitas dores.
Terceiro Ironman, o pior de todos (ou não)!!! Não treinei o suficiente, mas mesmo assim não queria estar de fora da grande festa do nosso esporte. Pensei que poderia fazer por fazer e tentar somente chegar (plano A, B, C). O resultado foi excelente!!! Do grupo que estava comigo, eu fui o que dormiu melhor, fui o que menos ficou nervoso, e fui o que teve menos dores pós-prova. Durante a prova eu não queria me preocupar com nada e alguma força do além me ajudou...logo no primeiro quebra molas na saída do ciclismo o meu ciclocomputador parou de funcionar! E ainda corri sem relógio! Era só para acabar...Até este Ironman o meu técnico era o Eduardo Remião.
Quarto Ironman, quase encontrei o que eu busco!
Este foi sem dúvida nenhuma o melhor de todos pois mantive um equilíbrio e uma constância nos treinos (agora com técnico novo, o Marcelo Diniz). Descobri que para o meu melhor desempenho na prova eu não precisava fazer treinos de ciclismo com mais do que 150 km e que o ritmo não precisava ser maior do que 30km/h. E foi exatamente o que eu fiz, alguns poucos treinos em grupo e vários treinos sozinho mantendo o meu ritmo. Resultado, neste ano obtive o meu recorde pessoal dentro e fora do Ironman na distância dos 180 km (5h41min), o que dá aproximadamente 32km/h! Não dá para deixa de dizer que eu fiz de forma progressiva ( a segunda volta foi mais forte do que primeira). E isso não é somente sobre média, tempo...é sobre como fazemos as coisas! Como que obtive este resultado: exaustivamente buscando o equilíbrio (família, trabalho, alimentação, treinos, descanso, diversão, namorada) e consistência (nas mesmas coisas!).
O quinto, foi muito parecido com o quarto, mas desta vez eu treinei menos, e o resultado seguiu no mesmo sentido...mas novamente, segui os meus parâmetros pessoais e obtive um pedal semelhante ao ano anterior. E para a tristeza do Anir, meu grande amigo, o raio caiu duas vezes no mesmo lugar! Digo isso, porque o meu grande amigo Anir, não acreditava que se eu treinasse menos ou com um ritmo menor eu conseguiria obter um bom resultado na prova. Bom, vamos ao seguinte preceito da constitução humana e também um dos princípios do treinamento físico: Individualidade Biológica!!! Quer dizer, pode funcionar comigo e pode não funcionar contigo, ou até pode...não sabemos!
Então, a mensagem que eu quero deixar é: procure equilibrar as suas demandas, treine com constância e se na prova o resultado não vier, paciência, se recupere e tente de novo, mas não esqueça que na vida de atleta amador quando damos muita ênfase na demanda errada, o resultado não pode ser modificado no próximo ano, no próximo Ironman...

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